Lúpus

Lúpus, também designado por lúpus eritematoso sistémico ou disseminado, é uma doença autoimune. A microbiota gastrointestinal pode estar envolvida nesta doença. 

Publicado em 16 Outubro 2020
Atualizado em 03 Novembro 2021

Sobre este artigo

Publicado em 16 Outubro 2020
Atualizado em 03 Novembro 2021

O número de pessoas afetadas por lúpus é difícil de determinar. Estima-se que a sua prevalência em todo o mundo varie entre 10 a 150 casos por cada 100 000 pessoas, das quais a maior parte é mulher (85 %).

Quando o sistema imunitário ataca as suas próprias células

Por razões que permanecem desconhecidas, o sistema imunitário de pessoas afetadas pelo lúpus produz auto-anticorpos, que provocam reações inflamatórias e lesões que podem afetar todos os tecidos. Um leque alargado de sintomas resulta daí: fadiga, erupção cutânea, dor articular, olhos secos, perda de cabelo, trombose, febre, pleurisia e pericardite. A doença progride em surtos de duração e intensidade variáveis, que alternam com períodos de remissão. O diagnóstico do lúpus é confirmado por teste sanguíneo e a extensão das lesões é medida através de exames de imagem.

A causa é desconhecida, mas há fatores que predispõem para a doença

Ainda que as causas do lúpus permaneçam desconhecidas, vários fatores que predispõem para a doença foram identificados: estrogénios, uma disposição genética, certos medicamentos, radiação UV, stress e certos vírus (vírus Epstein-Barr). Trabalhos de investigação têm vindo a examinar o papel da microbiota intestinal. Na verdade, um desequilíbrio (disbiose) foi observado em doentes com lúpus durante o período de remissão. A microbiota pode ainda estar envolvida na produção de auto-anticorpos.

Reduzir e espaçar os surtos

Não há medicação que cure o lúpus. Contundo combinações de várias moléculas (anti-inflamatórios não-esteroides, antimaláricos, corticosteroides, imunossupressores e anticorpos monoclonais, dependendo da gravidade da doença) atenuam os surtos, limitam complicações e aumentam os períodos de remissão. Ao mesmo tempo, tratamentos de longa duração menos agressivos previnem o aparecimento de novas crises.

Se o papel da microbiota se confirmar, a sua modulação através da dieta ou de probióticos pode tornar-se uma opção terapêutica promissora.