Prematuridade: a amamentação pode fazer a diferença!

A amamentação desempenha um papel importante no desenvolvimento da microbiota intestinal e oral dos recém-nascidos. Especialmente para os bebés prematuros é fundamental iniciar a amamentação o mais cedo possível, de forma a promover o desenvolvimento de um ecossistema protetor.

Publicado em 06 Julho 2020
Atualizado em 06 Outubro 2021
Actu GP : Prématurité : donner le sein changerait tout

Sobre este artigo

Publicado em 06 Julho 2020
Atualizado em 06 Outubro 2021

A amamentação é uma prática recomendada pela Organização Mundial da Saúde, especialmente no caso dos bebés prematuros. E pensa-se que são casos raros, só em França, anualmente, nascem mais de 50 mil bebés prematuros. Um estudo italiano confirma os benefícios do aleitamento materno na microbiota intestinal e oral desses bebés que nascem prematuramente. Esses benefícios podem ser visíveis na sua saúde, a curto ou longo prazo.

Amamentação e seus benefícios

A equipa de investigadores concentrou-se na relação entre o leite materno, a amamentação e a composição das microbiotas orais e intestinais dos bebés. Para o efeito, 16 pares de mães e bebés foram monitorizados durante pelo menos um mês. Os bebés prematuros não conseguem sugar o leite da mama nos primeiros dias de vida. Este facto permitiu aos cientistas entender o impacto do leite humano, que é diferente quando é recebido diretamente da mama: a amamentação pode ter um impacto na composição microbiana do leite. Durante os dias seguintes ao nascimento, o leite materno extraído tem uma diversidade menor e hospeda mais bactérias da família Staphylococcus. A mesma observação foi feita no leite materno doado. Pelo contrário, concluíram que o leite recolhido quando os bebés foram amamentados diretamente da mama era muito mais rico em bactérias "boas", embora o motivo seja desconhecido.


Uma microbiota "equilibrada"

Esta descoberta poderá ter um impacto significativo no desenvolvimento da microbiota dos recém-nascidos. Durante a primeira semana de vida, os microbiomas intestinais e orais dos lactentes que recebem leite materno são muito diferentes dos de outros recém-nascidos e são dominados por estafilococos, como os da mãe. Quando são amamentados, as suas microbiotas orais e intestinais apresentam um conteúdo elevado de bactérias “boas”. A diversidade é, desta forma, semelhante à observada em crianças nascidas a termo, amamentadas pelas mães e com boa saúde. Embora o leite materno seja considerado essencial, este estudo sugere que a amamentação direta é pelo menos tão importante para a microbiota de bebés prematuros, que é considerada "equilibrada". Esse fato pode incentivar o desenvolvimento adequado do sistema imunológico, da função gastrointestinal ou mesmo proteger esses bebés de doenças infantis graves.

Old sources

Fontes:

Biagi E, Aceti A, Quercia S et al. Microbial community dynamics in mother’s milk and infant’s mouth and gut in moderately preterm infants Frontiers in Microbiology, 2 october 2018  https://www.who.int/topics/breastfeeding/fr/

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