Já ouviu falar de “disbiose”?

A disbiose é uma rutura do equilíbrio delicado entre os milhares de milhões de micro-organismos da microbiota humana e das suas boas relações com o nosso corpo. Genética, alimentação desequilibrada, antibióticos, etc. Há vários fatores causadores de disbiose, sendo esta, na maioria das vezes, causada por múltiplos fatores. Hoje em dia, a investigação científica demonstra que a disbiose da microbiota intestinal (a mais estudada), bem como a das nossas outras microbiotas, como a do sistema vaginal, cutâneo ou pulmonar, está associada a diferentes doenças, desde a síndrome do colón irritável até às disfunções metabólicas, como a obesidade, ou até à sinusite crónica e ao eczema. Como é que a microbiota pode ficar desequilibrada? Quais são as consequências de uma disbiose para a nossa saúde? Como podemos restabelecer o equilíbrio da microbiota?

Passamos a explicar.

Publicado em 04 Novembro 2021
Atualizado em 23 Novembro 2023

Sobre este artigo

Publicado em 04 Novembro 2021
Atualizado em 23 Novembro 2023

O que é a disbiose?

Primeiro, olhemos para a própria palavra: “disbiose”. A etimologia deste termo científico é realmente muito simples! Em grego, a palavra bios significa “vivo” e o prefixo dis- significa “mau”.

Pode definir-se “disbiose” como uma alteração na composição e função da microbiota. Esta alteração resulta de uma combinação de fatores ambientais e de fatores específicos de cada pessoa1.

À medida que os micro-organismos colonizam todo o nosso corpo, é possível observar uma disbiose na:

  • Microbiota intestinal: várias doenças foram associadas à disbiose intestinal: diarreia associada a antibióticos14, gastroenterite17, cólica infantil44
  • Microbiota da pele: a disbiose é frequentemente associada a condições patológicas (acne45, dermatite atópica46)
  • Microbiota vaginal: a disbiose vaginal está associada à vaginose bacteriana1, à candidíase47, à fertilidade reduzida48 ou a um risco acrescido de parto prematuro1
  • Microbiota ORL (otorrinolaringológica): várias doenças podem estar associadas ao desequilíbrio da microbiota oral, auricular ou nasofaríngea
  • A microbiota pulmonar: a disbiose pode contribuir para o desenvolvimento de infeções respiratórias de inverno49, asma50 e fibrose quística51
  • A microbiota urinária: estudos publicados demonstraram que a microbiota urinária pode desempenhar uma função nas infeções do trato urinário52

A disbiose na ordem do dia: a microbiota intestinal 

A nossa microbiota intestinal é a principal microbiota do corpo humano 2. Alberga, pelo menos, 1000 espécies diferentes 3 de micro-organismos, nomeadamente bactérias, fungos e vírus. Os grupos dos Firmicutes (que inclui os lactobacilos, que são “bactérias boas” bastante conhecidas) e dos Bacteroidetes representam, no seu conjunto, 70% a 90% da comunidade bacteriana do nosso intestino 2-4. A nossa microbiota também contém Actinobacteria, das quais fazem parte as bifidobactérias, que são famosas pelos benefícios que proporcionam. Há outros micro-organismos da nossa microbiota que nos podem deixar doentes: são os chamados agentes “potencialmente patogénicos", mas são uma minoria 2. A disbiose traduz-se por um ou mais dos fenómenos abaixo:

  • As proporções entre estas grandes famílias de bactérias modificam-se significativamente, havendo nomeadamente uma perda de lactobacilos e bifidobactérias 5;
  • Os micro-organismos úteis que costumam viver na nossa microbiota (micro-organismos “comensais”) diminuem ou desaparecem 1.
  • A diversidade dos micro-organismos presentes na microbiota fica mais pobre, ou seja, a microbiota fica com menos espécies diferentes 5.
  • Os micro-organismos potencialmente patogénicos da microbiota proliferam1,5.

Por conseguinte, a nossa microbiota fica mais frágil e as bactérias “más” prevalecem sobre as “boas” 2. Desta forma, a microbiota protege menos o nosso organismo contra as agressões e assegura as suas funções essenciais para a nossa boa forma e saúde de maneira menos eficaz 1,6.

1000 Alberga, pelo menos, 1000 espécies diferentes de micro-organismos.

O que é uma disbiose?

Embora a disbiose não seja considerada uma doença por si só, foi associada a vários problemas de saúde e pode contribuir para o desenvolvimento ou agravamento de determinadas condições médicas.

Desequilíbrios da microbiota próprios de cada pessoa

No entanto, a disbiose não é um termo universal que se pode aplicar a todos e em todas as circunstâncias!1 Na verdade, é influenciada pelos nossos genes e pelos micro-organismos (definição: organismos vivos que são demasiado pequenos para se ver a olho nu, que incluem, entre outros, bactérias, vírus, fungos, arqueia, protozoários e que costumam ser chamados “ (sidenote: https://microbiologysociety.org/why-microbiology-matters/what-is-microbiology.html ) ”) que colonizaram o nosso corpo nos nossos primeiros anos de vida. A composição da nossa microbiota é pessoal e varia tanto de uma pessoa para outra que pode inclusivamente ser específica de cada pessoa tal como uma impressão digital.7 Contudo, também pode evoluir consoante a nossa idade, o nosso estado de saúde, o nosso nível de stress, a nossa alimentação, o local onde vivemos, os medicamentos que tomamos, entre outros.8 Desta forma, cada um de nós pode ter a “sua” disbiose quando a nossa microbiota se desequilibra e deixa de funcionar corretamente no nosso organismo.1

Mas então o que é uma microbiota equilibrada?

O prefixo dis- de disbiose é o oposto de eu- (“bom”) ou de sim- (“com”).  Como tal, falamos de “eubiose” ou de “simbiose” quando a nossa microbiota está de boa saúde, ou seja, quando ela interage de forma harmoniosa com o nosso organismo e quando a sua comunidade microbiana está equilibrada.1

Na verdade, os milhares de milhões de micro-organismos que compõem a nossa microbiota e habitam no nosso corpo beneficiam-se mutuamente.9 Cada um tira proveito do que precisa. O organismo fornece alimento e abrigo aos micro-organismos da microbiota, e estes, por sua vez, contribuem para diferentes funções importantes do nosso corpo como a digestão, a absorção de nutrientes, a proteção da impermeabilidade da parede intestinal e a luta contra os germes indesejáveis.2,8,10 É um verdadeiro trabalho de equipa! 

Os diferentes micro-organismos da comunidade da nossa microbiota, incluindo os potenciais agentes patogénicos, estão presentes em número e proporções adequadas para coabitarem pacificamente e assegurarem as funções benéficas para o organismo. No entanto, o equilíbrio frágil entre ecossistemas microbianos do nosso corpo pode entrar em rutura. Quando isto acontece, a eubiose converte-se em disbiose.8

O que provoca uma disbiose?

Tal como indica a sua definição, a disbiose aparece como resultado de diferentes fatores muito diferentes e, muitas vezes, correlacionados5. Podemos, contudo, distinguir:

os que estão associados à própria pessoa, tais como: 

  • a genética;1 
  • a idade;11
  • alguns problemas de saúde e lesões;1

os que estão associados ao contexto da pessoa, tais como:

  • a toma de medicamentos (antibióticos, anti-inflamatórios, etc.);2,5
  • as infeções;12
  • o estilo de vida: alimentação desequilibrada ou mudanças a nível alimentar, stress, tabagismo, higiene inadequada, etc.;1, 5,8
  • a poluição.8

O que pode causar uma disbiose?

Nos antibióticos: insubstituíveis, mas disruptores da microbiota

Os antibióticos foram um dos progressos terapêuticos mais importantes do século XX. Desde a descoberta da penicilina em 1928, estes medicamentos permitiram salvar milhões de vidas.13 No entanto, como destroem não só os germes nocivos, mas também as bactérias “boas”, os antibióticos desequilibram a microbiota. A curto prazo, a disbiose resultante da toma de antibióticos pode manifestar-se sob a forma de diarreia14 ou micose vaginal.15 Também se suspeita de que a disbiose intestinal induzida por antibióticos tem um impacto a longo prazo, nomeadamente quando se tomam antibióticos durante a infância, contribuindo para o aumento do risco de aparecimento de diferentes doenças crónicas como a obesidade ou alergias.16

Nas infeções: quando os micróbios atacam

Quando há infeções como as gastroenterites virais ou intoxicações alimentares por salmonela, os germes nocivos e ofensivos invadem a microbiota. Estes germes não têm origem na microbiota, mas sim no exterior, sendo transmitidos, por exemplo, por mãos ou alimentos contaminados. Estas infeções desencadeiam reações fortes do nosso sistema imunitário, inflamações intestinais e diarreia. Por sua vez, tudo isto provoca perturbações abruptas do equilíbrio da nossa flora intestinal. Além disso, os micróbios que causam estas infeções podem promover o desenvolvimento de outras bactérias potencialmente patogénicas que já estão presentes na microbiota. Desta forma, as infeções provocam disbioses com as quais todos os germes nocivos beneficiam. 1,12,17,18

Na alimentação: o equilíbrio da microbiota no nosso prato

O que comemos afeta a nossa microbiota ao longo da nossa vida. As grandes mudanças alimentares (a nível de composição ou quantidade) podem desencadear uma disbiose. Mas isto não é tudo. Se as variações normais das nossas ementas de um dia para o outro só provocarem mudanças transitórias da microbiota, o nosso tipo de alimentação pode mudar de forma duradoura o ecossistema digestivo5 e contribuir para o aparecimento de disbiose no futuro. Desta forma, estudos sugerem que a dieta “ocidental” rica em gordura, açúcar e proteína promove o desequilíbrio da microbiota intestinal, ao passo que uma alimentação variada e rica em fruta e legumes pode protegê-la.1,19

Antibióticos

Salvaram milhões de vidas, mas a sua utilização excessiva e inadequada suscitou agora sérias preocupações para a saúde, nomeadamente com a resistência aos antibióticos e a disbiose microbiota. Todos os anos, a OMS organiza a Semana Mundial de Conscientização sobre a RAM (WAAW) para aumentar a consciência sobre a resistência antimicrobiana. Vamos ver esta página. 

Antibióticos: que impacto na microbiota e na saúde?

Saber mais
O que é a Semana Mundial de Conscientização sobre a RAM?

Todos os anos, desde 2015, a OMS organiza a Semana Mundial de Conscientização sobre a RAM (WAAW), que tem como objetivo aumentar a sensibilização para a resistência antimicrobiana mundial.

A resistência antimicrobiana ocorre quando as bactérias, vírus, parasitas e fungos alteram-se com o tempo e já não respondem aos medicamentos. Como resultado da resistência aos medicamentos, os antibióticos e outros medicamentos antimicrobianos tornam-se ineficazes e as infeções tornam-se cada vez mais difíceis ou impossíveis de tratar, aumentando o risco de propagação de doenças, doenças graves e morte.

Realizada entre 18 e 24 de novembro, esta campanha incentiva o público em geral, os profissionais de saúde e os decisores a utilizar cuidadosamente antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasíticos, de forma a evitar o surgimento futuro de resistência antimicrobiana. 

Para cada microbiota, uma disbiose e patologias próprias

A disbiose: causa ou consequência de uma doença?

Vários estudos que compararam as microbiotas de pessoas saudáveis e doentes demonstraram que a disbiose está associada a diversas patologias crónicas — não só a doenças intestinais como a síndrome do cólon irritável ou a Doença de Crohn, como também à obesidade, às alergias, à asma e a alguns cancros1.  Mas será a disbiose que provoca a doença ou a doença que dá origem à disbiose? Para os cientistas, a resposta a esta pergunta nem sempre é evidente, mas é objeto de várias investigações em curso.

Para esclarecer esta questão, em 2019, os investigadores deram início ao Homo symbiosus, um grande projeto de investigação que tem como objetivo determinar melhor a forma e o motivo pelo qual há tantas doenças crónicas associadas à disbiose intestinal. Os investigadores colocaram a hipótese de que “todos estes fenómenos de disbiose intestinal, proliferação microbiana, inflamação e enfraquecimento da parede intestinal se provocam mutuamente”10.

A disbiose da microbiota intestinal está associada a diversas doenças, incluindo condições digestivas, metabólicas22, alérgicas23 e até mentais24. Contudo, o corpo humano abriga também ecossistemas microbianos específicos na pele25, no trato urinário26, na vagina27, na boca28 e nos pulmões29, cuja composição pode ficar desequilibrada e associada a doenças específicas.

Como podemos restabelecer o equilíbrio da microbiota?

Normalmente, após um episódio de disbiose, a microbiota consegue recuperar naturalmente o seu equilíbrio inicial (embora nunca recupere totalmente a sua composição inicial). Quando isto acontece, dizemos que a microbiota é “resiliente”30. Contudo, por vezes, esta “rebiose”, ou seja, a recuperação do equilíbrio microbiano, pode demorar algum tempo. Por exemplo, mesmo num adulto saudável, a rebiose pode ocorrer seis meses após a toma de um antibiótico31. Acontece que a disbiose pode acabar por provocar um estado de desequilíbrio que se vai perpetuar e autossustentar de forma duradoura sem se conseguir restabelecer completamente, o que pode ser prejudicial para a saúde1.

O que se deve fazer perante uma disbiose? Há muitas soluções à nossa disposição para restabelecer o equilíbrio de uma microbiota e melhorar a saúde.

Observatório Internacional de Microbiotas

Descubra os resultados de 2023
Os probióticos: micro-organismos benéficos de reforço

Os probióticos são “micro-organismos vivos que, quando são administrados em quantidades adequadas, beneficiam a saúde do hospedeiro”.32,33 Pode clicar aqui para aceder a uma página com informações sobre probióticos, o seu funcionamento e fabrico, a forma como os pode escolher corretamente, entre outros. Visite a nossa página dedicada aos probióticos.

Os prebióticos: para sustentar a nossa microbiota

Os prebióticos provêm principalmente das fibras alimentares (fruto-oligossacarídeos, galacto-oligossacarídeos, inulina, etc.) e são substratos ou elementos nutritivos indigeríveis que são utilizados pelos micro-organismos da microbiota e que afetam positivamente a saúde.34,35 Pode clicar aqui para obter mais informações sobre a forma como afetam a microbiota. Os produtos específicos que combinam probióticos e prebióticos chamam-se produtos simbióticos.36,37

Uma alimentação saudável para manter um bom funcionamento

O que comemos, bem como a qualidade e diversidade dos alimentos que ingerimos, não só contribuem para o equilíbrio da nossa microbiota intestinal,38-39 como também influenciam a sua composição e, por conseguinte, conduzem ao aparecimento de algumas doenças22. Não hesite em contactar o seu médico de clínica geral e/ou o seu dietista para conhecer melhor os alimentos com efeitos benéficos ou nocivos para manter os seus intestinos na melhor forma 40  e manter-se saudável!

Transplante de microbiota: uma técnica promissora

Tal como acontece com alguns órgãos do corpo humano, a microbiota pode ser transplantada noutra pessoa para se tentar restabelecer o equilíbrio do seu ecossistema microbiano.41,42 Atualmente, esta abordagem terapêutica está bem documentada para a microbiota intestinal, sendo conhecida como transplante de microbiota fecal (TMF), mas apenas se permite a sua aplicação no tratamento de infeções recorrentes por Clostridioides difficile.41 Ainda assim, é objeto de investigação intensiva para outras patologias intestinais.41 No âmbito vaginal, o transplante de microbiota vaginal (TMV) está em estudo e pode representar uma opção promissora para o tratamento da vaginose bacteriana refratária ou recorrente.41 Os estudos sobre transplantes de microbiota cutânea ainda são raros, mas os primeiros resultados são promissores.44,45

"Informativo" -Peggy Rhinelander (Da My health, my microbiota)


"É absolutamente fascinante a forma como a disbiose revela as ligações ocultas entre a nossa saúde e o microbiota!" -Aware Health Rewards App (Da My health, my microbiota)

Fontes

1. Levy M, Kolodziejczyk AA, Thaiss CA, et al. Dysbiosis and the immune system. Nat Rev Immunol. 2017;17(4):219-232.

2. Iebba V, Totino V, Gagliardi A, et al. Eubiosis and dysbiosis: the two sides of the microbiota. New Microbiol. 2016;39(1):1-12.

3. Lagier JC, Khelaifia S, Alou MT, et al. Culture of previously uncultured members of the human gut microbiota by culturomics. Nat Microbiol. 2016 Nov 7;1:16203.

4. Rinninella E, Raoul P, Cintoni M, et al. What is the Healthy Gut Microbiota Composition? A Changing Ecosystem across Age, Environment, Diet, and Diseases. Microorganisms. 2019;7(1):14.

5. Weiss GA, Hennet T. Mechanisms and consequences of intestinal dysbiosis. Cell Mol Life Sci. 2017;74(16):2959-2977.

6. Tiffany CR, Bäumler AJ. Dysbiosis: from fiction to function. Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol. 2019;317(5):G602-G608.

7. Franzosa EA, Huang K, Meadow JF, et al. Identifying personal microbiomes using metagenomic codes. Proc Natl Acad Sci U S A. 2015 Jun 2;112(22):E2930-8.

8. Appanna V.D. (2018) Dysbiosis, Probiotics, and Prebiotics: In Diseases and Health. In: Human Microbes - The Power Within. Springer, Singapore.

9. Sender R, Fuchs S, Milo R. Revised Estimates for the Number of Human and Bacteria Cells in the Body. PLoS Biol. 2016 Aug 19;14(8):e1002533.

10. INRAE : Durable changes in the intestinal ecosystem: new perspectives for the treatment of chronic inflammatory diseases, INRAE PRESS OFFICE 26/11/2020.

11. Yatsunenko T, Rey FE, Manary MJ, et al. Human gut microbiome viewed across age and geography. Nature 2012 ; 486 : 222–227.

12. Wang B, Yao M, Lv L, et al.The Human Microbiota in Health and Disease[J].Engineering,2017,3(1):71-82.

13. Ramirez J, Guarner F, Bustos Fernandez L, et al. Antibiotics as Major Disruptors of Gut Microbiota. Front Cell Infect Microbiol. 2020;10:572912.

14. McFarland LV, Ozen M, Dinleyici EC et al. Comparison of pediatric and adult antibiotic-associated diarrhea and Clostridium difficile infections. World J Gastroenterol. 2016;22(11):3078-3104.

15. Gonçalves B, Ferreira C, Alves CT, et al. Vulvovaginal candidiasis: Epidemiology, microbiology and risk factors. Crit Rev Microbiol. 2016;42(6):905-927.

16. Langdon A, Crook N, Dantas G. The effects of antibiotics on the microbiome throughout development and alternative approaches for therapeutic modulation. Genome Med. 2016;8(1):39.

17. Li N, Ma WT, Pang M, et al. The Commensal Microbiota and Viral Infection: A Comprehensive Review. Front Immunol. 2019;10:1551.

18. Aljahdali NH, Sanad YM, Han J, et al. Current knowledge and perspectives of potential impacts of Salmonella enterica on the profile of the gut microbiota. BMC Microbiol. 2020;20(1):353.

19. Zmora N, Suez J, Elinav E. You are what you eat: diet, health and the gut microbiota. Nat Rev Gastroenterol Hepatol. 2019;16(1):35-56.

20. Francino MP. Antibiotics and the Human Gut Microbiome: Dysbioses and Accumulation of Resistances. Front Microbiol. 2016;6:1543.

21. Palleja A, Mikkelsen KH, Forslund SK, et al. Recovery of gut microbiota of healthy adults following antibiotic exposure. Nat Microbiol. 2018;3(11):1255-1265.

22. Ley RE, Turnbaugh PJ, Klein S, et al. Microbial ecology: human gut microbes associated with obesity. Nature. 2006 Dec 21;444(7122):1022-3.

23. Houghteling PD, Walker WA. From Birth to "Immunohealth," Allergies and Enterocolitis. J Clin Gastroenterol. 2015 Nov-Dec;49 Suppl 1(0 1):S7-S12

24. Maiuolo J, Gliozzi M, Musolino V, et al. The Contribution of Gut Microbiota-Brain Axis in the Development of Brain Disorders. Front Neurosci. 2021 Mar 23;15:616883.

25. Bay L, Barnes CJ, Fritz BG, et al. Universal Dermal Microbiome in Human Skin. mBio. 2020 Feb 11;11(1):e02945-19.

26. Neugent ML, Hulyalkar NV, Nguyen VH, et al. Advances in Understanding the Human Urinary Microbiome and Its Potential Role in Urinary Tract Infection. mBio. 2020 Apr 28;11(2):e00218-20.

27. Greenbaum S, Greenbaum G, Moran-Gilad J, et al. Ecological dynamics of the vaginal microbiome in relation to health and disease. Am J Obstet Gynecol. 2019 Apr;220(4):324-335.

28. Radaic A, Kapila YL. The oralome and its dysbiosis: New insights into oral microbiome-host interactions. Comput Struct Biotechnol J. 2021 Feb 27;19:1335-1360.

29. Mathieu E, Escribano-Vazquez U, Descamps D, et al. Paradigms of Lung Microbiota Functions in Health and Disease, Particularly, in Asthma. Front Physiol. 2018;9:1168. Published 2018 Aug 21.

30. FAO/OMS, Joint Food and Agriculture Organization of the United Nations/ World Health Organization. Working Group. Report on drafting  guidelines for the evaluation of probiotics in food, 2002.

31. Hill C, Guarner F, Reid G, et al. Expert consensus document. The International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics consensus statement on the scope and appropriate use of the term probiotic. Nat Rev Gastroenterol Hepatol. 2014;11(8):506-514.

32. Gibson GR, Roberfroid MB. Dietary modulation of the human colonic microbiota: introducing the concept of prebiotics .J Nutr, 1995; 125:1401-12.

33. Gibson GR, Hutkins R, Sanders ME, et al. Expert consensus document: The International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics (ISAPP) consensus statement on the definition and scope of prebiotics. Nat Rev Gastroenterol Hepatol. 2017;14(8):491-502.

34. Markowiak P, Śliżewska K. Effects of Probiotics, Prebiotics, and Synbiotics on Human Health. Nutrients. 2017;9(9):1021.

35. Swanson, K.S., Gibson, G.R., Hutkins, R. et al. The International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics (ISAPP) consensus statement on the definition and scope of synbiotics. Nat Rev Gastroenterol Hepatol 17, 687–701 (2020).

36. Tap J, Furet JP, Bensaada M, et al. Gut microbiota richness promotes its stability upon increased dietary fibre intake in healthy adults. Environ Microbiol. 2015 Dec;17(12):4954-64.

37. Quigley EMM, Gajula P. Recent advances in modulating the microbiome. F1000Res. 2020;9:F1000 Faculty Rev-46. Published 2020 Jan 27.

38. Wilson AS, Koller KR, Ramaboli MC, et al. Diet and the Human Gut Microbiome: An International Review. Dig Dis Sci. 2020;65(3):723-740. 

39. Zallot, Camille Transplantation de microbiote fécal et pathologies digestives,  La Lettre de l'Hépato-gastroentérologue, Vol. XXI -n° 1, janvier-février 2018.

40. Cammarota G, Ianiro G, Tilg H, et al. European consensus conference on faecal microbiota transplantation in clinical practice. Gut. 2017;66(4):569-580.

41. Lev-Sagie A, Goldman-Wohl D, Cohen Y, et al. Vaginal microbiome transplantation in women with intractable bacterial vaginosis. Nat Med. 2019;25(10):1500-1504.

42. Myles IA, Earland NJ, Anderson ED, et al. First-in-human topical microbiome transplantation with Roseomonas mucosa for atopic dermatitis. JCI Insight. 2018;3(9):e120608.

43. Zhou H, Shi L, Ren Y, et al. Applications of Human Skin Microbiota in the Cutaneous Disorders for Ecology-Based Therapy. Front Cell Infect Microbiol. 2020;10:570261

44. Rhoads JM, Collins J, Fatheree NY, et al. Infant Colic Represents Gut Inflammation and Dysbiosis. J Pediatr. 2018 Dec;203:55-61.e3.

45. Bowe W, Patel NB, Logan AC. Acne vulgaris, probiotics and the gut-brain-skin axis: from anecdote to translational medicine. Benef Microbes. 2014;5(2):185-199.

46. Totté JEE, Pardo LM, Fieten KB et al. Nasal and skin microbiomes are associated with disease severity in paediatric atopic dermatitis. Br J Dermatol. 2019 Oct;181(4):796-804.

47. Amabebe E, Anumba DOC. The Vaginal Microenvironment: The Physiologic Role of Lactobacilli. Front Med (Lausanne). 2018 Jun 13;5:181.

48. Younes JA, Lievens E, Hummelen R, et al. Women and Their Microbes: The Unexpected Friendship. Trends Microbiol. 2018 Jan;26(1):16-32.+

49. Dumas A, Bernard L, Poquet Y, et al. The role of the lung microbiota and the gut-lung axis in respiratory infectious diseases. Cell Microbiol. 2018 Dec;20(12):e12966.

50. Budden KF, Shukla SD, Rehman SF, et al. Functional effects of the microbiota in chronic respiratory disease. Lancet Respir Med. 2019 Oct;7(10):907-920.

51. Hardouin P, Chiron R, Marchandin H, et al. Metaproteomics to Decipher CF HostMicrobiota Interactions: Overview, Challenges and Future Perspectives. Genes (Basel). 2021 Jun 9;12(6):892.

52. Horwitz D, McCue T, Mapes AC, et al. Decreased microbiota diversity associated with urinary tract infection in a trial of bacterial interference. J Infect. 2015 Sep;71(3):358-367.

 

BMI-21.48