Rumo a um exposoma mais favorável
Há ainda um longo caminho a percorrer para se compreender e avaliar o impacto de todas as exposições ambientais na saúde humana.
- Descubra as microbiotas
- Microbiota e doenças associadas
- Aja sobre a sua microbiota
- Publicações
- Sobre o Instituto
Acesso a profissionais de saúde
Encontre aqui o seu espaço dedicado
en_sources_title
en_sources_text_start en_sources_text_end

Sobre este artigo
Sumário
Sumário
No entanto, os estudos preliminares sugerem que a microbiota, enquanto interface entre o nosso corpo e o mundo exterior, poderá desempenhar um papel fundamental. Eles mostram que:
- A modernização dos nossos estilos de vida exerce impacto tanto sobre os ecossistemas como sobre a nossa saúde e a das nossas microbiotas;
- Um ambiente rico em micróbios diversificados desempenha um papel protetor;
- Existe, logo no início da vida, uma janela de oportunidade onde a natureza das exposições pode predispor o organismo a doenças crónicas ou, pelo contrário, protegê-lo;
- Existem formas simples (alimentação pouco processada e à base de vegetais, atividade física, sono de boa qualidade, contacto com a natureza, redução da utilização de produtos químicos e medicamentos, etc.) de se avançar para um exposoma que seja melhor para a nossa saúde.
Na prática
Embora não tenhamos controlo sobre a totalidade dos fatores aos quais nosso organismo se encontra exposto, algumas ações e hábitos simples podem ajudar a mitigar exposições nocivas e dar mais espaço às que nos protegem.
Alimentação
- Preferir alimentos crus, biológicos e da época (frutas, legumes, leguminosas, cereais integrais, etc.), ricos em fibras, vitaminas e sais minerais, e reduzir a quota de alimentos ultraprocessados (refeições prontas, carnes transformadas, bolachas de aperitivo, bolos industriais, doces, etc.).
- Optar pelas aves de capoeira e limitar as outras carnes (porco, vaca, vitela, carneiro, borrego, miudezas) a 500 g por semana; alternar com alimentos que forneçam mais proteínas vegetais, por exemplo, leguminosas ou produtos de cereais integrais ou semi-integrais.
- Evitar as águas engarrafadas, que são suscetíveis de conter microplásticos; preferir a água filtrada por um cartucho de carvão ativado ou por um sistema de osmose inversa, que parecem ser atualmente os mais eficazes para eliminar os “poluentes eternos” (PFAS) 1 .
- Limitar a utilização de embalagens de plástico e de películas aderentes e utilizar produtos a granel e invólucros Bee Wrap (tecido revestido com cera de abelha) para cobrir as sobras e embrulhar os lanches.
- Utilizar recipientes de vidro ou Pyrex (inertes) em vez de plástico, especialmente quando se aquece alimentos no micro-ondas.
Microplásticos: atenção aos recipientes das refeições “pronto a comer” e ao seu impacto na microbiota!
Higiene
Utilizar produtos o mais possível simples e sem perfume: óleos vegetais, hidrolatos, sabões naturais, cremes à base de produtos naturais com número limitado de ingredientes, etc. Existem aplicações (Yuka, INCI Beauty, QuelProduit, etc.) que permitem analisar os produtos e identificar os que contêm menos substâncias problemáticas.
Saúde
- Evitar a automedicação, principalmente no que respeita a antibióticos.
- Devolver os medicamentos não utilizados à farmácia (evitar descartá-los no caixote do lixo ou no lava-loiças).
Antibióticos: que impacto na microbiota e na saúde?
Casa
- Para a limpeza, utilizar os produtos tradicionais (sabão de Marselha, vinagre, cristais de soda, etc.) e evitar os detergentes agressivos e perfumados e os amaciadores de roupa.
- Evitar a caça aos micróbios, excluindo a utilização de lixívia e de quaisquer produtos antimicrobianos em casa.
- Evitar as velas perfumadas, os ambientadores, os sprays, etc.
- Evitar os móveis de aglomerado, os vernizes e as tintas, fontes de compostos orgânicos voláteis (COV), sobretudo nos quartos de bebé e de criança.
- Arejar os compartimentos 10 minutos por dia.
A minha família, os que vivem comigo, os meus vizinhos… e a minha microbiota
Lazer, atividade física, gestão do stress
- Passar o máximo de tempo possível em contacto com a natureza.
- Permitir que as crianças brinquem em contacto com a vegetação e os animais.
- Limitar a utilização de ecrãs em favor de atividades de lazer artísticas, criativas e partilhadas (jogos, música, pintura, etc.)
- Limitar o sedentarismo, integrando a atividade física na rotina diária: andar a pé, de bicicleta ou de patins mais vezes do que em transportes motorizados, subir as escadas em vez de usar o elevador, etc.
- Optar por férias respeitadoras do ambiente, tanto em termos de actividades realizadas como de transporte.
- Cuidar da saúde mental praticando técnicas de gestão do stress (meditação, respiração, coerência cardíaca) e aprendendo a abrandar, a ouvir-se a si próprio, a contemplar, a comunicar...
Microbiota e desporto: microrganismos de competição
Atividade profissional
- Informar-se sobre a exposição ocupacional a substâncias químicas (emissões de motores a gasóleo, sílica cristalina, amianto, etc.), agentes biológicos (bactérias, vírus ou bolores suscetíveis de provocar infeções, alergias ou intoxicações), agentes físicos (ruído, calor, frio, radiações, etc.) e stress (horário de trabalho, ritmo de trabalho, falta de recursos, tensões interpessoais, etc.);
- Respeitar os conselhos de prevenção ocupacional.