Os benefícios de comer peixe durante a gravidez

Sabemos que a alimentação materna durante a gravidez influencia a saúde da futura criança. Menos sabido é que o consumo de peixe modula diretamente a microbiota intestinal maternal.

A microbiota intestinal Dieta: Impacto na Microbiota Intestinal
Actu GP : Les vertus du poisson pendant la grossesse

 

O risco reduzido de parto prematuro, melhoria do humor maternal, melhora o desenvolvimento do cérebro, da visão, das capacidades motoras, do coração e do sistema imunitário nos recém-nascidos: o consumo de óleos ómega 3 (naturalmente presentes no salmão, na cavala, nos ovos, espinafres e no abacate, entre outros alimentos) é favorável à saúde quer das mães quer dos seus bebés! É por esta razão que as autoridades de saúde recomendam que as mulheres grávidas consumam entre duas e três porções de peixe por semana. Este limite máximo é fixado devido aos riscos associados à ingestão de mercúrio, que se encontra em quantidades variáveis no peixe. Qual é o impacto desta recomendação dietética na microbiota intestinal dos recém-nascidos?

Uma microbiota afetada pela alimentação materna

Uma equipa de investigadores analisou amostras de fezes de cem bebés com idades aproximadas de 4 meses em média. Os resultados revelaram três perfis de microbiota intestinal: um dominado pelas bifidobactérias – também o mais rico e mais diversificado –, outro dominado pela Escherichia spp., e o último por outra bactéria específica, a Enterobacter. Os bebés cuja mães seguiram as recomendações dietéticas durante o terceiro trimestre (pelo menos 2 porções de peixe por semana) tinham uma probabilidade até 5 vezes maior de ter uma microbiota dominada por bifidobactérias do que pela Escherichia. Poderá isto protegê-los de certas doenças? É possível, de acordo com certos estudos que indicam que uma microbiota com um baixo conteúdo em bifidobactérias está associada à síndrome do intestino irritável, à doença inflamatória intestinal, à doença celíaca entre outras.

A validade das recomendações dietéticas

Os investigadores consideram que este estudo confirma a validade das recomendações dietéticas relativas ao consumo de peixe durante o terceiro trimestre da gravidez – um período crítico para o desenvolvimento do cérebro –, revelando um benefício até agora desconhecido. Segundo o estudo, a compreensão do impacto da dieta materna sobre a microbiota intestinal da criança deverá ajudar a melhor definir as recomendações dietéticas para as mulheres grávidas.

 

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Simione Meg et al. Maternal fish consumption in pregnancy is associated with a Bifidobacterium-dominant microbiome profile in infants. Curr Devs Nutr. 2019 Dec 19; 4 (1), nzz133.

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O laser e a dermatose: objetivo staphylococcus aureus

O tratamento da dermatite atópica com laser pode promover a normalização da microbiota cutânea e de lesões. Os benefícios incluem a gravidade das feridas, reduzindo a redução da secura da pele.

A microbiota da pele
P : Laser et dermatose : Le staphylocoque doré en ligne de mire

 

A dermatite atópica (eczema atópico) é uma condição crónica inflamatória da pele caracterizada por secura tópica, lesões vermelhas e surtos de prurido. Estas alterações na barreira cutânea podem ser influenciadas por fatores genéticos e ambientais, com possíveis implicações para a microbiota cutânea. Estudos anteriores mostraram que a microbiota cutânea de indivíduos com dermatite atópica é diferente da microbiota da pele saudável. O Staphylococcus aureus pode colonizar a pele danificada dos doentes e possivelmente contribuir para piorar os surtos de eczema.

O efeito da luz do laser na flora cutânea

Um dos tratamentos para este tipo de dermatose é a luz do laser. Embora a eficácia desta luz do laser tenha sido demonstrada, uma pergunta permanece: será que esta afeta a composição da microbiota da pele e o seu papel na dermatite atópica? Uma equipa japonesa está a tratar desta questão avaliando o desenvolvimento da microbiota da pele, das lesões e a função de barreira cutânea de 11 doentes após dois meses de tratamento semanal por laser.

Ojectivo o Staphylococcus aureus

A principal observação pós-tratamento foi a redução da gravidade das lesões, com um índice de hidratação elevado e uma função de barreira cutânea melhorada. No que respeita à microbiota cutânea, os investigadores observaram um aumento de certas bactérias, indicando uma melhoria da hidratação da pele e, em particular, uma menor abundância de espécies de bactérias nocivas, como por exemplo, o Staphylococcus aureus. O tratamento a laser pode, portanto, ter um efeito positivo na microbiota, em especial ao reduzir o conteúdo de Staphylococcus aureus, podendo resultar numa melhoria das lesões cutâneas em doentes com dermatite atópica.

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Y. Kurosaki, M. Tsurumachi, Y. Kamata, et al. Effects of 308 nm excimer light treatment on the skin microbiome of atopic dermatitis patients. Photodermatol Photoimmunol Photomed. 2020 May;36(3):185-191

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Será que os atletas de elite tem uma microbiota excecional?

Quanto mais alto é o nível do atleta, mais apropriada para a competição é a composição da sua microbiota intestinal. As bactérias predominantes otimizam o metabolismo do hospedeiro, o que é decisivo no esforço físico, contribuindo por este meio para a qualidade da performance.

A microbiota intestinal Dieta: Impacto na Microbiota Intestinal
Actu GP : À sportif d’élite, microbiote d’exception ?

Uma Microbiota saudável num corpo saudável. Pode ser esta a conclusão de um estudo chinês que tem como objetivo encontrar uma ligação entre o nível da atividade desportiva e a composição da microbiota intestinal. O estudo parte da recente descoberta científica de que a atividade física influencia a diversidade e a abundância da microbiota intestinal. Porém, não ficou claro se havia uma ligação entre o nível da atividade desportiva e a “qualidade” dos micróbios no intestino, portanto, os investigadores estudaram as populações bacterianas de 28 praticantes de wushu (em chinês tradicional kung-fu): 12 atletas de elite e 16 atletas de um nível inferior, os selecionados pertenciam à mesma equipa profissional da Universidade Desportiva de Pequim. O objetivo seria limitar o impacto da variabilidade alimentar perante os resultados. A única diferença entre eles seria apenas o número de horas de treino por semana dos atletas de elite.

Os benefícios das artes marciais

O estudo concluiu que quanto mais elevado é o nível do atleta profissional, mais diversificadas e abundantes são as bactérias benéficas na sua microbiota intestinal. Os grupos bacterianos encontrados especificamente nos atletas de alto nível e as moléculas que produzem (ácidos gordos de cadeia curta) desempenham um importante contributo para o metabolismo dos hidratos de carbono e dos aminoácidos, melhorando o desempenho dos músculos. Ao contrário dos atletas de níveis baixo de rendimento tinham uma maior proporção de bactérias “nocivas”, que estariam implicadas em certas doenças inflamatórias crónicas e noutras enfermidades.

Bactérias amigas do treino

Outra razão para os fanáticos do exercício ficarem agradados é a existência de uma ligação direta entre a abundância de certas bactérias e a quantidade de treino físico de alto nível levado a cabo, o que é mais uma prova, se é que mais alguma fosse necessária, de que treinar (intensamente) nunca é em vão. No entanto, a dinâmica envolvida tem de ser mais cuidadosamente estudada antes de se chegar a alguma conclusão sobre as alterações na microbiota intestinal devidas ao treino, nutrição ou aos probióticos com o objetivo de melhorar o desempenho dos atletas vulgares.

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R. Liang, S. Zhang, X. Peng, et al. Characteristics of the gut microbiota in professional martial arts athletes: A comparison between different competition levels. PLoS ONE 14(12): e0226240. https://doi.org/ 10.1371/journal.pone.0226240

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Será que a microbiota intestinal desempenha um papel na infertilidade masculina?

A obesidade e os distúrbios metabólicos causados por uma alimentação rica em gorduras podem alterar a contagem e a qualidade do esperma. Porquê? Um estudo publicado na Gut aponta para um desequilíbrio da microbiota intestinal causado pelo consumo de “comida de plástico”.

A microbiota intestinal Obesidade Dieta: Impacto na Microbiota Intestinal
Actu GP : Le microbiote intestinal impliqué dans l’infertilité masculine ?

A infertilidade afeta entre 10 % e 15 % dos casais e neste domínio a igualdade de género. Entre os fatores ambientais causadores está a obesidade, que leva à redução da qualidade do esperma. Porém, a dieta excessivamente rica que causa a obesidade também está associada a uma alteração na composição da microbiota intestinal ( (sidenote: Disbiose A "disbiose" não é um fenómeno homogéneo – varia em função do estado de saúde de cada indivíduo. É geralmente definida como uma alteração da composição e do funcionamento da microbiota, causada por um conjunto de fatores ambientais e relacionados com o indivíduo que perturbam o ecossistema microbiano. Levy M, Kolodziejczyk AA, Thaiss CA, et al. Dysbiosis and the immune system. Nat Rev Immunol. 2017;17(4):219-232. ) ). Será que o ecossistema no nosso intestino poderá ser um fator fundamental na infertilidade em ligação à comida de plástico?

Menos esperma e menos móvel

Esta é a hipótese lançada por investigadores chineses. Para avaliar a sua validade, juntaram quatro grupos de ratos: um grupo recebeu uma dieta equilibrada e outro uma dieta rica em gorduras. Ambos serviram de dadores num transplante de microbiota fecal para dois outros grupos de ratos alimentados normalmente. Como seria de esperar, a dieta de “comida de plástico” resultou no aumento de peso, mas também se fez acompanhar por disbiose e endotoxemia, uma infeção bacteriana que provoca uma inflamação crónica local que se sabe ser prejudicial à espermatogénese. As análises ao sémen dos ratos mostraram uma significativa diminuição da contagem e da motilidade do esperma. Foram observados resultados comparáveis em ratos alimentados normalmente, mas que receberam um transplante fecal de membros da mesma espécie, embora sem qualquer aumento de peso ou alterações metabólicas. Julga-se que a disbiose e a endotoxemia provocam a inflamação dos intestinos e do escroto, resultando no enfraquecimento da produção e maturação do esperma. A ligação entre a disbiose, a endotoxemia e a qualidade inferior do esperma também foi confirmada em homens inférteis.

Tratar a disbiose para restaurar a fertilidade?

Os autores sugerem, portanto, que restaurar a microbiota intestinal pode ser uma nova abordagem para tratar os problemas da fertilidade masculina, particularmente nos homens com síndrome metabólica.

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Ding N., Zhang X., Zhang XD. et al. Impairment of spermatogenesis and sperm motility by the high-fat diet-induced dysbiosis of gut microbes. Gut. 2020

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DII: o papel dos vírus da microbiota intestinal

O decréscimo da abundância de bactérias e a diversidade causada pelas doenças inflamatórias intestinais é associado a uma alteração significativa no conteúdo de vírus que matam as bactérias, chamados bacteriófagos. Pouco estudados até agora, estes vírus podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento da DII.

A microbiota intestinal Doenças inflamatórias do intestino (DII)
DII
IBD the role of gut microbiota viruses

A doença inflamatória intestinal (DII) crónicas, em particular a doença de Crohn e a colite ulcerosa, são um grupo de doenças crónicas com fases alternadas de surtos e remissão. Estão ligadas a alterações na microbiota intestinal combinando um decréscimo da diversidade bacteriana com uma redução na abundância de certas espécies. Contudo, mais estudos apoiam a ideia de uma simultânea alteração na população de vírus que também se encontra no intestino, como forma da alteração geral da sua diversidade e do aumento específico de vírus que são considerados perigosos.

Abundância de vírus “assassinos”

Para identificar os vírus envolvidos na DII, uma equipa internacional estudou a microbiota intestinal em doentes com doença de Crohn ou colite ulcerosa durante quer os surtos quer a remissão, bem como a microbiota de indivíduos de controlo. Os resultados demonstraram que 70 % dos indivíduos de controlo partilham dois grupos importantes de vírus que formam um “núcleo viral” que é ausente durante a doença. Um grande número de bacteriófagos, de vírus perigosos que destroem as boas bactérias, o que pode explicar a menor diversidade bacteriana observada na microbiota intestinal dos doentes. Os investigadores também encontraram diferenças entre as duas doenças. Por exemplo, as alterações na composição viral e bacteriana da microbiota intestinal são maiores nos doentes com doença de Crohn; nos doentes com colite ulcerosa, há muito poucas alterações entre as fases de surtos e remissão, não havendo uma explicação clara para que assim seja.

Nova abordagem

A análise conjunta das bactérias e dos vírus na microbiota intestinal ajuda-nos a compreender as alterações associadas às doenças inflamatórias intestinais. Esta abordagem poderá possivelmente conduzir ao desenvolvimento de biomarcadores que são úteis para o diagnóstico de novas estratégias terapêuticas.

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Clooney A.G. et al. Whole-virome analysis sheds light on viral dark matter in inflammatory bowel disease. Cell Host & Microbe. 2019

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De que modo a urbanização tem impacto na nossa microbiota

De acordo com um estudo pioneiro publicado em Nature Microbiology, a urbanização está associada a alterações no ecossistema microbiano e a um aumento dos depósitos químicos nas habitações. Indivíduos que vivem em cidades, aconselha-se a que fique perto da natureza e evite hábitos de higiene excessivos.

A microbiota intestinal Síndrome metabólica
Actu GP : Comment l’urbanisation influence-t-elle notre microbiote ?

Atualmente, mais de metade da população vive nas cidades, e esta proporção deverá exceder os dois terços em 2050. A urbanização em massa leva a alterações no estilo de vida em várias áreas: alimentação, arquitetura doméstica (uso de materiais mais industriais e menos naturais), menor exposição ao ambiente exterior, a animais ou parasitas. Simultaneamente, prevalência e aumento das doenças metabólicas e autoimunes disparou, enquanto que a diversidade da microbiota humana diminuiu. Haverá um nexo causal entre as duas?

Desde a aldeia, à selva passando pela grande cidade

Com base nesta hipótese, uma equipa americana tentou medir o impacto da urbanização na composição microbiana (principalmente fungos e bactérias) sobre as habitações e os seus ocupantes. O seu estudo incidiu em quatro locais no Brasil, com 4 níveis diferentes de urbanização, ordenados do mais baixo para o mais elevado: Checherta, uma aldeia no meio da selva; Puerto Almendra , uma aldeia rural; Iquitos, uma vila; Manaus, uma grande cidade. A análise dos químicos e dos microrganismos encontrados nas paredes, no chão, nas camas e nas mesas das casas conduziram a uma análise das microbiotas (pele, nariz, boca, intestino) dos proprietários e dos seus animais de estimação. Este estudo permitiu aos investigadores demonstrar que os perfis microbianos eram bastante diversos de local para local.

Perfis microbianos muito diversos

Nas cidades, as habitações são caracterizadas pela presença de substâncias químicas derivadas de fármacos, detergentes e géis de banho, refletindo os hábitos urbanos. Também contêm mais fungos, provavelmente devido às condições favoráveis ao seu desenvolvimento (aquecimento, menos luz natural, níveis de CO2 mais elevados) e à sua menor sensibilidade aos agentes microbianos. Há mais bactérias de origem cutânea e menos microrganismos ambientais. No que diz respeito às pessoas, os indivíduos que habitam em grandes urbanizações, bem como o aumento do nível de vida, conduziram a um decréscimo da diversidade dos microrganismos. Segundo os investigadores, todos estes resultados esclarecem as ligações funcionais entre o estilo de vida, a microbiota e a saúde. Conclui-se que a nossa microbiota e as habitações beneficiariam de uma maior exposição aos micróbios do ambiente exterior e aos materiais de origem natural.

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McCall LI., Callewaert C., Zhu Q. et al. Home chemical and microbial transitions across urbanization. Nature microbiology, 2019

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Melhorar a definição de bancos de fezes para promover a adoção generalizada de TMF

A 22 de junho de 2019 vários especialistas internacionais em microbiota fecal – ou transplante de fezes ou transplante fecal – reuniram-se em Roma para chegar a um acordo relativamente às normas que deveria ser dadas aos bancos de fezes e proporcionar um Guia de Boas Práticas com o objetivo de promover a disponibilização desta técnica.

A microbiota intestinal Transplante fecal
Actu GP : Mieux définir les banques de selles pour déployer la greffe

O transplante de microbiota fecal (do termo em inglês FMT) é agora um tratamento reconhecido para a infeção recorrente por Clostridium difficile, porém não está a ter tanto êxito como devia. Isto pode dever-se à falta de centros especializados, às dificuldades em recrutar dadores ou à complexidade dos procedimentos. Ao aliviar os encargos administrativos dos hospitais, os bancos de fezes poderiam ajudar à adoção generalizada desta técnica. Contudo, a sua legislação, organização e estrutura são demasiado diversas para proporcionar a todos as mesmas garantias.

Aproximadamente trinta especialistas reuniram-se para estabelecer uma única definição de bancos de fezes e preparar um Guia de Boas Práticas. Após reverem a literatura científica, chegaram a um consenso em 6 tópicos: 1) os princípios gerais do FMT e do banco de fezes; 2) a seleção e o rastreio dos dadores; 3) a recolha, preparação e armazenamento de fezes: 4) os serviços e os clientes; 5) os registos, a monitorização dos resultados e as questões éticas; 6) a atualização das aplicações clínicas do FMT.

Recomendações fundamentais

Eis algumas das 40 recomendações publicadas com vista à promoção de uma doação de fezes segura:

  • Assegurar a proteção dos dados pessoais;
  • Só um gastroenterologista, um microbiólogo ou um especialista em doenças infeciosas, especializados em FMT são elegíveis para diretores de um banco de fezes;
  • As suspensões fecais são unicamente destinadas ao tratamento da CDI e à investigação, desde que os estudos tenham sido aprovados;
  • Os bancos de fezes estão sob o controlo das autoridades regulamentares do país a que pertencem;
  • A doação de microbiota fecal é voluntária, mas uma compensação financeira é possível de acordo com o país e com as regulamentações e normas aplicáveis;
  • O recrutamento dos dadores é conduzido com base num questionário que avalia todos os fatores de risco e que é necessário preencher antes de cada doação; critérios de inclusão: ter idealmente menos de 50 anos e não ter infeções resistentes a vários fármacos;
  • A identificação das fezes é baseada num código de barras único; o tempo entre a colheita e o armazenamento a -80 oC durante um máximo de 2 anos, não deve exceder as 6 horas;
  • Finalmente, os especialistas sugerem que as indicações para FMT devem ser alargadas aos casos mais graves de CDI, bem como às crianças.

A única indicação validada para TMF é a infecção recorrente associada ao Clostridioides difficile. Esta prática pode apresentar riscos para a saúde e deve ser realizada sob supervisão médica, não se reproduzir em casa!

O Biocodex Microbiota Institute é dedicado à educação sobre a microbiota humana para o público em geral e profissionais de saúde, não oferece nenhum conselho médico.


Recomendamos que você consulte um profissional de saúde para esclarecer suas dúvidas e demandas.

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Cammarota G, Ianiro G, Kelly Colleen R. et al. International consensus conference on stool banking for faecal microbiota transplantation in clinical practice. Gut 2019; 68: 2111–2121. 

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Infeções do trato urinário: arandos podem actuar diretamente sobre a microbiota intestinal

Salicilato: um componente, capaz de restabelecer a composição da microbiota intestinal, "esgotando" o reservatório de bactérias nocivas para o trato urinário, que pode estar implicado no mecanismo pelo qual os arandos previnem as infeções do trato urinário.

A microbiota urinária Cistite e microbiota Dieta: Impacto na Microbiota Intestinal

 

As infeções do trato urinário afetam a vida de 150 milhões de pessoas em todo o mundo, todos os anos e são causadas principalmente pela Escherichia coli. A microbiota intestinal atua como reservatório para esta bactéria uropatogénica da família das Enterobacteriaceae: quando excretada nas fezes, coloniza a região periuretral e infecta o trato urinário. Apesar dos resultados incoerentes quanto à sua eficácia, é aconselhável comer arandos para evitar recaídas. Estas pequenas bagas vermelhas parecem eliminar este reservatório de enterobactérias responsáveis pelas infeções urinárias, atuando como prebiótico ou como antimicrobiano sobre a microbiota intestinal.

Arandos: puros ou em extratos

Para determinar que estes componentes estão na origem deste efeito, uma equipa americana analisou o impacto de 44 ingredientes ativos encontrados em arandos no perfil bacteriano da microbiota intestinal humana. Para este efeito, utilizaram um simulador que replicou a microbiota humana, que foi criada utilizando amostras de fezes com um aumento ou com uma diminuição do teor de enterobactérias. Em seguida, inocularam diariamente pó de arando, ou extratos com ou sem polifenóis. De acordo com vários estudos in vitro, as propriedades antimicrobianas ou anti-adesivas dos polifenóis poderão explicar a eficácia dos arandos na prevenção de infeções do trato urinário.

O salicilato era o componente mais ativo

Após cinco dias, os investigadores observaram um aumento do número de bactérias benéficas dentro da microbiota intestinal e uma diminuição do número de enterobactérias em todas as amostras. As alterações mais importantes foram observadas com o pó de arando, o que sugere que todos os componentes - polifenóis e outras moléculas - atuam em conjunto para alterar a microbiota. Contudo, o salicilato é o componente que se revelou ser o mais importante. Resta saber se tal se deve ao seu efeito antimicrobiano ou prebiótico sobre as enterobactérias responsáveis pelas infeções do trato urinário.

 

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O’Connor K, Morrissette M, Strandwitz P et al. Cranberry extracts promote growth of Bacteroidaceae and decrease abundance of Enterobacteriaceae in a human gut simulator model. PLoS ONE 2019 Nov 12;14(11):e0224836.

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Mosquito tigre asiático: usando a pele como logro olfativo

Alguns compostos voláteis produzidos pela nossa microbiota da pele poderão ser usados como armadilhas à base de odor para atrair mosquitos tigre asiáticos, que são vetores de muitas infeções, e assim limitar a sua propagação.

A microbiota da pele Dieta: Impacto na Microbiota Intestinal
Actu GP : Moustique-tigre : utiliser la peau comme piège olfactif

Os mosquitos tigre (também conhecidos como Aedes albopictus) são originários do Sudeste Asiático, mas rapidamente se espalharam por todos os continentes. Apenas a Antártida se mantém livre da sua presença! A capacidade das fêmeas transmitirem nada mais nada menos que 19 vírus (incluindo o dengue, o chikungunya e o zika) torna-o num verdadeiro flagelo para a saúde, sendo necessária uma ação urgente.

Atraídos por algumas peles

Sabe-se que os mosquitos tigre são atraídos, entre outras substâncias, pela transpiração humana. Mas não por uma qualquer: alguns indivíduos são sistematicamente picados enquanto outros são totalmente ignorados por estes sugadores de sangue! Esta injustiça pode dever-se à concentração de alguns compostos voláteis na transpiração (o ácido láctico, a acetona...) que são responsáveis pelo odor da pele. Contudo, estes compostos são segregados tanto por glândulas sebáceas como por bactérias da microbiota da pele. A composição desta última poderá ser a explicação para a atração dos mosquitos tigre por alguns indivíduos.


Um poder de atração variável

Uma equipa de investigação francesa quis identificar os compostos associados ao poder de atração ou repulsão dos mosquitos tigre fêmea nas bactérias da microbiota da pele de 12 voluntários. Primeiro descobriram que três bactérias que estão naturalmente presentes na nossa mocrobiota da pele (a Staphylococcus saprophyticus, a Klebsiella rhizophila e a Kylococcus sedentarius) atraem insetos, enquanto outras duas bactérias (a Corynebacterium tuberculostearicum e a Staphylococcus hominis) os repelem. Depois, a equipa observou que duas moléculas estavam associadas a atrair espécies, mas apenas quando eram secretadas em grandes quantidades; em pequenas quantidades, ao contrário, estavam associadas a uma das duas bactérias que repelem.

Novas armadilhas à base de odor

Segundo os autores, estas descobertas poderão abrir caminho para o desenvolvimento de novos métodos de prevenção de picadas de mosquito tigre, com o objetivo de parar o crescimento de bactérias “atrativas” ou de modificar a sua capacidade de produzir compostos voláteis que atraem insetos.

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Michalet S, Minard G, Chevalier W et al. Identification of human skin bacteria attractive to the Asian Tiger mosquito. Environ Microbiol. 2019

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Transplante fecal para garantir a sobrevivência de coalas?

A microbiota intestinal dos coalas pode ser modificada através do transplante fecal. É também possível que a sua alimentação inclua um número maior de espécies de eucalipto. Essa potencial diversificação pode facilitar a sua sobrevivência quando as folhas favoritas da espécie se tornarem escassas.

Transplante fecal
Actu GP : Une greffe fécale pour assurer la survie des koalas ?

Os coalas são animais gourmet e exigentes. Talvez demasiado, já que muitos deles apenas gostam de folhas das chamadas árvores de goma branca (Eucalyptus viminalis). Esta é precisamente a razão da sua vulnerabilidade, pois em caso de escassez podem morrer à fome. Contudo, alguns coalas alimentam-se de outras espécies de eucalipto, especialmente o Messmate (Eucalyptus obliqua), que é mais fibroso e menos nutritivo e mais abundante. Esta diferença levou os investigadores australianos a estudarem um possível vínculo entre a composição da microbiota intestinal dos coalas e sua capacidade de digerir os componentes das folhas destas duas árvores.

Ligação entre microbiota e a alimentação

A comparação entre a microbiota intestinal de coalas que só comem folhas de árvores de goma branca ou apenas folhas de Messmate confirma-se que existe diferenças na composição da microbiota intestinal. Estes últimos apresentam um teor mais elevado de espécies bacterianas que pertencem às famílias Lachnospiraceae e Ruminococcaceae.

Microbiota inalterada

Entretanto, aos coalas que preferem folhas de goma branca mantidos em cativeiro foram dadas folhas alternadas de ambas as espécies de eucalipto. O objetivo era avaliar se uma mudança na alimentação provocaria uma mudança na composição da microbiota intestinal. Contudo, o fenómeno mais frequente em qualquer espécie animal e em humanos, não foi observado neste caso, o que evidencia que os coalas têm uma baixa adaptabilidade microbiana às mudanças na sua alimentação e que explica também a rejeição de algumas folhas.

Em direção a um probiótico para a sobrevivência das espécies?

No entanto, os investigadores verificaram que a administração de cápsulas de matéria fecal de coalas selvagens que comem folhas de Messmate em comparação a coalas que comem exclusivamente folhas de goma branca alterou a microbiota intestinal dos recetores, permitiu que estes passassem a comer outras espécies de eucalipto. Como consequência, os hábitos alimentares foram sendo modificados com o tempo: à medida que a microbiota intestinal se tornava mais parecida com a dos doadores. Os coalas recetores tendiam a comer mais folhas de Messmate. Concluem então os autores que uma abordagem probiótica através do transplante fecal pode ser útil para ajudar os coalas a adaptar-se a um novo ambiente ou à crescente escassez das suas folhas favoritas, garantindo assim sua sobrevivência.

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M. Blyton, R. Soo, D. Whisson, et al. Faecal inoculations alter the gastrointestinal microbiome and allow dietary expansion in a wild specialist herbivore, the koala. Animal Microbiome.1:6 ; 2019 ; 

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