A dupla face dos antibióticos, salva-vidas e desreguladores da microbiota

De 18 a 24 de novembro, a OMS organiza a Semana Mundial de Consciencialização Sobre o Uso de Antibióticos. É uma oportunidade para recordar que, embora constituam um dos grandes avanços terapêuticos do século XX, também têm impacto nas diversas microbiotas e no surgimento de resistência aos antibióticos1.

A microbiota intestinal Microbiota intestinal bloqueia os efeitos dos antidepressivos Exposição aos antibióticos entre os 0 e os 6 anos: microbiota intestinal alterada, desenvolvimento da criança perturbado Antibióticos e risco de DII: O que acontece nos adultos?
Photo : The Janus face of Antibiotics: Life Savers and Microbiota Disruptors

Como especialista em microbiota, o Biocodex Microbiota Institute participa neste evento e edita um dossier especial sobre o impacto dos antibióticos nas microbiotas do organismo:

- Microbiota intestinal: até 35% dos doentes que utilizam antibióticos sofrem de diarreia2,3,4 ;

- Microbiota urogenital: 10% a 30% das mulheres desenvolvem candidíase vulvovaginal após tratamento com antibióticos5 ;

- Microbiota da pele: 60% dos doentes tratados contra a acne mostram estirpes de Cutibacterium acnes resistentes aos macrólidos ;

- Microbiota ORL: os antibióticos administrados para tratar infeções do trato respiratório superior aumentam a incidência de otite média aguda por um fator de 2,6 ;

- Microbiota pulmonar: os antibióticos de largo espectro utilizados para tratar infeções pulmonares desempenham um papel central no aparecimento da resistência aos antibióticos.

Dossier temático especial

esta edição especial de 12 páginas, encontre os pontos essenciais através de dados científicos, pareceres de especialistas e casos clínicos de disbiose causada pelo uso de antibióticos.

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Aterosclerose

A aterosclerose caracteriza-se pela acumulação de gordura nas paredes das artérias o que pode provocar um simples estreitamento à completa obstrução do vaso sanguíneo. Novas ideias para a prevenção estão a incidir na dieta e na flora intestinal. 

A microbiota intestinal

Placas de ateroma, ou placas lipídicas constituídas particularmente por colesterol, são muito comuns; todos os adultos as têm. O seu espessamento pode obstruir a corrente sanguínea, o que significa que os órgãos não são suficientemente irrigados, o que pode levar a dor e a alterações no ritmo cardíaco. Uma reação inflamatória local pode levar a rutura da placa. Quando as placas se tornam instáveis e rompem, os resultados são dramáticos: esta é a causa dos 80 % de casos de morte súbita. A rutura da placa pode ainda causar enfarte do miocárdio e AVC. Ainda que pareça haver uma predisposição genética, foram identificados fatores de risco: um excesso de colesterol e tabagismo.

Bactérias e dieta em análise

A microbiota intestinal pode contribuir para a vulnerabilidade da placa e, por conseguinte, para a rutura. Algumas bactérias, assim como os compostos que elas produzem, podem causar uma reação inflamatória que pode eventualmente levar à rutura da placa de ateroma. A disbiose, um desequilíbrio na composição da microbiota, pode ainda aumentar o risco de aterosclerose em casos de dietas ricas em lípidos. As bactérias parecem desempenhar um papel importante foi até demonstrado que as infeções são um fator de risco para a aterosclerose – infeções da gengiva (periodontites) em particular.

Da prevenção aos probióticos

A prevenção é crucial: dieta, perda de peso, cessação tabágica, etc. Contudo, alguns medicamentos podem ter um efeito benéfico nas pessoas com elevado risco de aterosclerose. Estão a ser conduzidos estudos para perceber se a dieta ou os probióticos podem reduzir o risco de aterosclerose. A dieta mediterrânica é também muito benéfica. Uma nova dimensão terapêutica pode visar diretamente o intestino por forma a controlar o desenvolvimento de placas de ateroma.

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Doença

Doença arterial coronária

A doença arterial coronária é um conjunto de problemas causados pela insuficiente oxigenação do músculo cardíaco. 

A microbiota intestinal

Culpar a dieta, o sedentarismo e a microbiota

Em 2012, a doença arterial coronária causou 7,4 milhões de mortes de acordo com a OMS. É muitas vezes uma complicação da aterosclerose. É a deposição progressiva de gorduras nas paredes das artérias coronárias – as artérias que alimentam de sangue o músculo cardíaco. Estes depósitos formam gradualmente uma placa de ateroma, que estreita o diâmetro das artérias e reduz o fluxo sanguíneo. A aterosclerose é o resultado de vários fatores, incluindo uma dieta desequilibrada e a falta de atividade física.

A severidade da doença arterial coronária depende da extensão da área que fica privada de oxigénio e do volume de espessamento arterial. Há, por isso, uma diferença entre angina, enfarte do miocárdio e morte súbita.

Coração e microbiota: relacionados?

A doença arterial coronária pode ainda estar relacionada com a natureza da microbiota. Certas bactérias intestinais produzem TMA (trimetilamina) uma substância que, quando oxidada no fígado, favorece a formação de coágulos capazes de obstruir as artérias mais pequenas, como as artérias coronárias que alimentam o coração.

Revascularização do músculo cardíaco

Na fase aguda (enfarte do miocárdio) o objetivo do tratamento é desobstruir as artérias afetadas por forma a fornecer oxigénio ao músculo cardíaco. Em termos preventivos, o envolvimento da microbiota intestinal no desenvolvimento da doença arterial coronária significa que várias opções terapêuticas podem ser consideradas: o. enriquecimento da flora intestinal com probiótico ricos em bactérias não-produtoras de TMA, a eliminação das bactérias produtoras de TMA ou, de forma mais radical, o transplante fecal de uma microbiota com baixa produção de TMA.

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Doença

Síndrome metabólica

A síndrome metabólica representa um conjunto de problemas metabólicos associados à obesidade, como hipertrigliceridemia ou pressão arterial elevada, o que aumenta o risco de diabetes e complicações cardiovasculares. 

A microbiota intestinal

A síndrome metabólica não é, em rigor, uma doença; a sua definição é a existência, numa única pessoa, de obesidade abdominal (perímetro da cintura > 94 cm, nos homens, 80 cm, nas mulheres), associada a pelo menos dois dos seguintes problemas: níveis anormalmente elevados de insulina, hipertrigliceridemia, pressão arterial elevada, hiperglicemia ou colesterol-HDL baixo (“bom colesterol”).

Estilo de vida pouco saudável, o principal fator de risco

Mais do que a provável predisposição genética, é um estilo de vida pouco saudável que leva à síndrome metabólica. Comida de plástico, acompanhada de atividade física insuficiente, causam disfunções metabólicas que levam a inflamação crónica, o que por sua vez causa perturbações metabólicas. Inicia-se um círculo vicioso, onde um dos participantes é o desequilíbrio da microbiota ou disbiose.

Sem sinais visíveis

Além da obesidade, a síndrome metabólica não apresenta sinais visíveis o que significa que, quando os sintomas aparecem, a síndrome evoluiu para uma doença: diabetes tipo 2, aterosclerose, doença cardiovascular, etc.

Comer melhor, mexer-se mais

Por enquanto, não há tratamento para a síndrome metabólica. O único conselho médico que funciona tão bem para a prevenção como para a cura é uma dieta equilibrada com preponderância de alimentos com baixo índice glicémico e atividade física regular e contínua. Se a ideia de que os probióticos e prebióticos funcionam como reguladores da dieta e do peso se confirmar, estes podem ser tidos em conta no tratamento da síndrome metabólica.

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Doença

Acne e microbiota

Acne, que é um problema muito comum de pele durante a adolescência, é causada por alterações hormonais associadas ao desequilíbrio da microbiota cutânea, em benefício de uma bactéria: Propionibacterium acnes.

A microbiota da pele

Ainda que afete a cara em 95 % dos casos, as lesões acneicas podem ser observadas nas costas, pescoço e na zona anterior do tórax. Um quarto dos adultos é afetado, particularmente as mulheres.

Lesões diversas

A acne é uma doença dos folículos pilosos, que combinam o pelo com uma glândula sebácea. Esta condição cutânea é caraterizada por vários tipos de lesões, dependendo do estádio: pontos negros e pontos brancos são o primeiro estádio da acne, depois as pápulas e pústulas que correspondem a um estádio inflamatório.


O papel da microbiota cutânea

Genéticas, hormonais, higiene… Há muitas causas para a acne mas todas têm uma coisa em comum: o envolvimento da bactéria Propionibacterium acnes no seu desenvolvimento. Este germe, naturalmente presente na pele, multiplica-se num ambiente excecionalmente sebáceo e leva a um desequilíbrio na microbiota cutânea. A pele reage a esta disbiose local, gerando inflamação.
É agora bem conhecido que as doenças crónicas da pele estão muitas vezes associadas a outros problemas. Como no caso da acne, onde há uma substancial prevalência de stress, ansiedade e depressão associados a problemas gastrointestinais funcionais nas pessoas afetadas. A hipótese corrente aponta para interações alteradas no eixo “cérebro-intestino-pele”, o que pode causar disbiose e inflamação locais e sistémicas.

Um tratamento feito à medida

O tratamento da acne depende da sua gravidade e do seu impacto psicológico. Tratamentos orais e/ou tópicos (antibióticos ou isotretinoína) associados a uma boa higiene geralmente dão bons resultados. Contudo, com o advento da resistência antibiótica, a busca por uma alternativa segura e eficaz tornou-se necessária. Durante vários anos, os probióticos (locais ou orais) têm sido estudados para fins terapêuticos. Alguns mostraram claramente os benefícios dos lactobacilos (Lactobacillus acidophilus e Lactobacillus paracasei) na barreira cutânea, sensibilidade da pele, hidratação e funcionamento da epiderme.

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Doença

Esquizofrenia e eixo intestino-cérebro

Na esquizofrenia, há suspeita de inflamação crónica no cérebro. Podem também estar envolvidas alterações na microbiota intestinal e no sistema imunitário. 

A microbiota intestinal
Actu GP : Schizophrénie et microbiote : un lien confirmé ?

A esquizofrenia afeta aproximadamente 0,7 % da população mundial. Esta doença psiquiátrica é caracterizada por delírio e alucinações, isolamento social e alterações psicológicas. O aparecimento é mais frequente na adolescência ou no adulto jovem entre os 15 e os 25 anos.

O eixo cérebro-intestino está envolvido?

A esquizofrenia é muitas vezes acompanhada de alterações gastrointestinais. De facto, a probabilidade do desenvolvimento de doenças psiquiátricas como a esquizofrenia pode estar relacionada com inflamação intestinal crónica envolvendo o sistema imunitário. A origem pode estar num desequilíbrio da microbiota intestinal (flora intestinal) que favorece esta inflamação. Alterações na microbiota foram encontradas em doenças esquizofrénicos, associadas a um aumento da permeabilidade intestinal (bactérias e outras substâncias que passam para a corrente sanguínea através da parede intestinal). Estes estudos parecem indicar um papel fundamental desempenhado pelo eixo cérebro-intestino no desenvolvimento da doença.

Atuando na composição da microbiota

Com estes resultados, vêm ao de cima opções para a prevenção e para o tratamento: uma delas, o reequilíbrio da microbiota por forma a reduzir a inflamação crónica. Estudos têm mostrado que a administração de probióticos pode ter propriedades anti-inflamatórias ao estimular a reação imunitária ainda que, até à data, nenhum tratamento deste tipo tenha demonstrado a sua eficácia na esquizofrenia.

Fontes

Inserm. Schizophrenie, dossier d'information réalisé avec Marie-Odile Krebs, Mai 2014

Severance EG, Gressitt KL, Stallings CR, et al. Discordant patterns of bacterial translocation markers and implications for innate immune imbalances in schizophrenia. Schizophr Res. 2013;148(1-3):130-137.

Ellul P, Fond G, « Focus sur la schizophrénie : infections, auto-immunité et dysbiose intestinale », L'information psychiatrique, 2016/10 (Volume 93), p. 797-802.

Sherwin E, Sandhu KV, Dinan TG, Cryan JF. May the Force Be With You: The Light and Dark Sides of the Microbiota-Gut-Brain Axis in Neuropsychiatry. CNS Drugs. 2016;30(11):1019-1041.

Nemani K, Hosseini Ghomi R, McCormick B, et al. Schizophrenia and the gut-brain axis. Prog Neuropsychopharmacol Biol Psychiatry. 2015;56:155-160.

Severance EG, Yolken RH, Eaton WW. Autoimmune diseases, gastrointestinal disorders and the microbiome in schizophrenia: more than a gut feeling. Schizophr Res [Internet]. Elsevier B.V. 2014.

Severance EG, Prandovszky E, Castiglione J, Yolken RH, et al. Gastroenterology issues in schizophrenia: why the gut matters. Curr Psychiatry Rep. 2015 ; 17(5):1–10.

Caso JR, Balanzá-Martínez V, Palomo T, et al. The Microbiota and Gut-Brain Axis: Contributions to the Immunopathogenesis of Schizophrenia. Curr Pharm Des. 2016 ; 22(40):6122-6133.

Dickerson FB, Stallings C, Origoni A, et al. Effect of probiotic supplementation on schizophrenia symptoms and association with gastrointestinal functioning: a randomized, placebo-controlled trial. Prim Care Companion CNS Disord. 2014;16(1):PCC.13m01579.

Joseph J, Depp C, Shih PB, et al. Modified Mediterranean Diet for Enrichment of Short Chain Fatty Acids: Potential Adjunctive Therapeutic to Target Immune and Metabolic Dysfunction in Schizophrenia? Front Neurosci. 2017 Mar 27;11:155.

Tomasik J, Yolken RH, Bahn S, et al. Immunomodulatory Effects of Probiotic Supplementation in Schizophrenia Patients: A Randomized, Placebo-Controlled Trial. Biomark Insights. 2015 Jun 1;10:47-54.

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Fontes :
Inserm. Schizophrenie, dossier d'information réalisé avec Marie-Odile Krebs, Mai 2014, http://www.inserm.fr/thematiques/neurosciences-sciences-cognitives-neurologie-psychiatrie/dossiers-d-information/schizophrenie
Severance EG, Gressitt KL, Stallings CR, et al. Discordant patterns of bacterial translocation markers and implications for innate immune imbalances in schizophrenia. Schizophr Res. 2013;148(1-3):130-137.
Ellul P, Fond G, « Focus sur la schizophrénie : infections, auto-immunité et dysbiose intestinale », L'information psychiatrique, 2016/10 (Volume 93), p. 797-802.
Sherwin E, Sandhu KV, Dinan TG, Cryan JF. May the Force Be With You: The Light and Dark Sides of the Microbiota-Gut-Brain Axis in Neuropsychiatry. CNS Drugs. 2016;30(11):1019-1041.
Nemani K, Hosseini Ghomi R, McCormick B, et al. Schizophrenia and the gut-brain axis. Prog Neuropsychopharmacol Biol Psychiatry. 2015;56:155-160.
Sherwin E, Sandhu KV, Dinan TG, et al. May the Force Be With You: The Light and Dark Sides of the Microbiota-Gut-Brain Axis in Neuropsychiatry. CNS Drugs. 2016;30(11):1019-1041.
Severance EG, Yolken RH, Eaton WW. Autoimmune diseases, gastrointestinal disorders and the microbiome in schizophrenia: more than a gut feeling. Schizophr Res [Internet]. Elsevier B.V. 2014.
Severance EG, Prandovszky E, Castiglione J, Yolken RH, et al. Gastroenterology issues in schizophrenia: why the gut matters. Curr Psychiatry Rep. 2015 ; 17(5):1–10.
Caso JR, Balanzá-Martínez V, Palomo T, et al. The Microbiota and Gut-Brain Axis: Contributions to the Immunopathogenesis of Schizophrenia. Curr Pharm Des. 2016 ; 22(40):6122-6133.
Dickerson FB, Stallings C, Origoni A, et al. Effect of probiotic supplementation on schizophrenia symptoms and association with gastrointestinal functioning: a randomized, placebo-controlled trial. Prim Care Companion CNS Disord. 2014;16(1):PCC.13m01579.
Joseph J, Depp C, Shih PB, et al. Modified Mediterranean Diet for Enrichment of Short Chain Fatty Acids: Potential Adjunctive Therapeutic to Target Immune and Metabolic Dysfunction in Schizophrenia? Front Neurosci. 2017 Mar 27;11:155.
Tomasik J, Yolken RH, Bahn S, et al. Immunomodulatory Effects of Probiotic Supplementation in Schizophrenia Patients: A Randomized, Placebo-Controlled Trial. Biomark Insights. 2015 Jun 1;10:47-54.

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Perturbações de humor

A depressão e a doença bipolar sugerem uma perturbação de humor. Além dos tratamentos psiquiátricos clássicos, há investigação em curso para avaliar o impacto da microbiota intestinal nestas perturbações. 

A microbiota intestinal

As perturbações de humor são comuns: 300 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão e 60 milhões têm doença bipolar. Estas perturbações causam distress psicológico que pode muitas vezes ser grave e levar por sua vez ao suicídio. São a causa número 1 no mundo de incapacidade profissional e social.

Resposta inapropriada ao stress

Cada pessoa tem a sua própria vulnerabilidade à depressão e à doença bipolar, o que é em parte genético. Como resultado, durante eventos de vida desagradáveis, algumas pessoas experimentam uma resposta excessiva, com secreção aumentada de hormonas do stress, cortisol e adrenalina. Esta situação pode levar a exaustão nervosa e favorecer o aparecimento do estado depressivo. Investigação recente tem também documentado o papel da flora intestinal (microbiota) nestas respostas inapropriadas ao stress. De facto, em animais, a microbiota participa na regulação das emoções através da comunicação entre o intestino e o cérebro. Em caso de disbiose (alterações na composição da microbiota) esta regulação é menos eficaz e favorece o aparecimento de perturbações de humor.

Um novo caminho para o tratamento

Além dos tratamentos clássicos (antidepressivos, reguladores do humor, psicoterapia, etc.) está aberto um novo caminho: reequilibrar a microbiota para influenciar o humor. Um estudo recente mostrou ainda que a toma de probióticos diariamente, uma combinação de lactobacilos e bifidobactérias, melhora o humor e reduz o nível de ansiedade em indivíduos saudáveis.

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Doença

Perturbações de ansiedade

Certas perturbações de ansiedade, de que sofrem um grande número de pessoas, podem estar relacionadas com a atividade da microbiota gastrointestinal na regulação das hormonas do stress. A descoberta do papel da microbiota nas perturbações de ansiedade permite-nos ter um vislumbre de potenciais novos caminhos para o tratamento. 

A atividade da microbiota como reguladora

A microbiota gastrointestinal desempenha um papel na regulação dos sintomas da ansiedade relacionada com stress através da microbiota do eixo cérebro-intestino. Dados recentes em pessoas saudáveis confirmam a hipótese formulada em experiências com ratos que sugere que a microbiota influencia o humor e a ansiedade.

Vias de interação estômago-cérebro

As interações microbiota intestinal-cérebro envolvem as vias neuronais, através da ativação do nervo vago e do surgimento de sinais ansiosos (um nó no estômago), e o sangue, através do transporte de moléculas dos intestinos para o cérebro. As moléculas relevantes têm diferentes origens: moléculas bacterianas capazes de atravessar o revestimento cerebral (meninges), moléculas secretadas por células intestinais (neuropéptidos) e moléculas pró ou anti-inflamatórias (citocinas) produzidas pelo sistema de defesa do intestino.

Novos caminhos para o tratamento

Além do tratamento tradicional das perturbações de ansiedade (psicoterapia, fitoterapia, ansiolíticos, etc.), as relações entre a microbiota gastrointestinal e o cérbero estão a abrir novos caminhos para o tratamento, como probióticos, que vão alterar a composição da microbiota. Contudo, a eficácia clínica desta abordagem ainda não está comprovada.

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Recomendado pela nossa comunidade

"Boa pergunta!" Comentário traduzido de Sherrie Miranda (Da My health, my microbiota)

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Doença de parkinson

A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum em França. A sua progressão destrói os neurónios dopaminérgicos do cérebro. Foi demonstrada ligação a uma desregulação da microbiota intestinal. 

A microbiota intestinal

A doença de Parkinson afeta 1 % das pessoas com mais de 65 anos em França, o que representa 100 000 pessoas. A substância nigra no cérebro, a área que controla o movimento, perde os neurónios que produzem dopamina. O resultado são sintomas motores progressivos: lentidão nos movimentos, rigidez muscular e tremores. Pessoas com Parkinson têm também problemas não-motores, como problemas de sono, episódios depressivos e problemas gastrointestinais incapacitantes (obstipação, inchaço, dor abdominal, náuseas).

A idade está implicada

O principal fator de risco é, obviamente, a idade. Ainda que a predisposição genética tenha sido comprovada, nenhum é suficiente para explicar a doença. O ambiente é também um fator com os pesticidas a desempenhar um papel que está documentado.

Comunicação do eixo cérebro-intestino

A microbiota intestinal participa na comunicação entre o intestino e o cérebro. Alguns investigadores têm colocado a hipótese de que a infeção crónica por Helicobacter pylori possa ser a origem da doença de Parkinson. Contudo, não foi determinado se é a infeção que despoleta a doença ou, pelo contrário, se a doença que promove a infeção. A disbiose, uma alteração na composição da microbiota, foi realçada nos doentes com doença de Parkinson. Estes têm menos bactérias “anti-inflamatórias” e mais bactérias “pró-inflamatórias” que as pessoas saudáveis.

Controlando a progressão

O tratamento foca-se em moderar os sintomas motores da doença (tremores, rigidez, etc.) através do uso de precursores da dopamina. Estes tratamentos não previnem a progressão da doença e as complicações reaparecem depois de 5 a 10 anos de tratamento. Hoje em dia, o objetivo principal é detetar a doença o mais cedo possível e abrandar a degeneração neuronal. A manipulação da microbiota é uma opção a ser estudada de momento.

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Doença de alzheimer

A doença de Alzheimer, cujos fatores são ainda pouco compreendidos, ainda não tem tratamento eficaz. Contudo, a hipótese em torno do papel da microbiota intestinal está a ganhar força, dando esperança ao aparecimento de novos caminhos no tratamento. 

A doença de Alzheimer, que afeta mais de 35 milhões de pessoas em todo o mundo, está associada à perda memória, problemas de linguagem e compreensão, problemas de atenção e concentração, apraxia (perda de destreza) e, em alguns casos, agnosia (problemas a reconhecer objetos ou caras). Além destes sintomas cognitivos, que pioram com o tempo, há sintomas comportamentais como ansiedade, apatia, irritabilidade, problemas de sono, desinibição e agitação.

Causas ainda desconhecidas

Vários fatores de risco genéticos e ambientais foram identificados para a doença: hipertensão, hipercolesterolemia, tabagismo, estilo de vida sedentário, dieta desequilibrada e falta de estímulo cognitivo, entre outros. Lesões no cérbero são também um bem conhecido componente da doença, particularmente a acumulação de placas beta-amilóides e a degeneração neuronal. Contudo, as causas da doença ainda têm de ser claramente determinadas.

A hipótese da microbiota intestinal

Investigadores estão a considerar se a microbiota intestinal está envolvida na doença de Alzheimer: certas proteínas (péptidos amilóides) produzidas por bactérias “más” podem favorecer o desenvolvimento da doença. Por outro lado, bactérias “boas” podem desempenhar um papel protetor, abrandando a formação de placas amilóides.

Quebrar o impasse terapêutico

A microbiota intestinal pode representar um novo caminho na investigação terapêutica, já que não existe terapêutica de cura para a doença de Alzheimer. Apenas alguns medicamentos amenizam os sintomas e a sua eficácia é muito limitada. Por isso, alguns investigadores estão a considerar desenvolver trabalhos futuros sobre a doença por via da microbiota, através de alterações na dieta ou ingestão de probióticos.

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Doença