Prostatite - um desequilíbrio na microbiota urinária

A prostatite é uma inflamação aguda ou crónica da próstata. Pode ser causada por uma infeção no caso da inflamação aguda. A bactéria responsável é a maior parte das vezes a Escherichia coli. A dor crónica, contudo, implica mais provavelmente um desequilíbrio na microbiota urinária. 

A microbiota urinária
Prostatitis

A prostatite afeta aproximadamente 10 % dos homens. Sintomas, com nas cistites femininas, incluem sensação de ardor a urinar e a necessidade frequente de o fazer. Outros sintomas podem estar presentes, como dor pélvica, perianal ou retal, e febre, o que requer tratamento urgente.

Prostatite aguda: origem infeciosa?

As principais bactérias responsáveis, Escherichia coli ou outras enterobactérias, vêm da microbiota intestinal. A bactéria Escherichia coli está presente em 80 % dos casos de prostatite aguda. A infeção começa mais frequentemente na uretra, que é o canal que vem da bexiga. Bactérias sexualmente transmissíveis, como clamídia ou gonococos, também podem causar prostatite.

A microbiota urinária envolvida nas formas crónicas

Nos casos de prostatite crónica, a origem é menos clara; as bactérias são menos frequentemente isoladas. Estudos recentes sugerem que uma alteração na microbiota intestinal pode desempenhar um papel no aparecimento da prostatite crónica. De facto, há muito que acreditamos que a urina é estéril, o que não é o caso. Existe uma microbiota urinária. Além disso, há uma diferença de composição entre a microbiota urinária dos doentes com prostatite crónica e a de um homem saudável. As alterações da microbiota urinária pelo tratamento com antibióticos podem ser a causa das formas crónicas.

Tratamento com antibióticos

O tratamento da prostatite aguda tem por base a prescrição de antibióticos e, por vezes, requer hospitalização quando ocorrem sintomas mais graves. Tratar a prostatite crónica continua a ser mais complicado. Opções probióticas estão ainda numa fase muito preliminar.

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Doenças gastrointestinais funcionais

As Doenças Gastrointestinais Funcionais (DGF), são as perturbações intestinais mais comuns, e caracterizam-se um conjunto de sintomas digestivos crónicos que não são explicáveis por nenhuma anomalia anatómica detetável. 

A microbiota intestinal
Digestive disorder

Síndrome do Intestino Irritável (SII), a mais comum DGF

As DGF abrangem um conjunto de sintomas como SII, obstipação, diarreia, distensão abdominal funcional, e DGF não específicas.

A SII sozinha afeta 10 % da população e distingue-se de outras DGF por dor abdominal associada a obstipação, diarreia ou alternações entre ambas. É frequente ocorrer inchaço abdominal e um nível de stress maior do que o da população em geral.

52% Apenas 1 em cada 2 pessoas que sofreram de uma patologia digestiva envolvendo a microbiota, associa os dois

A Síndrome do Intestino Irritável (SII)

A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é uma perturbação gastrointestinal funcional caracterizada por dor abdominal recorrente, que está associada a alterações na frequência ou forma das fezes, na ausência de qualquer perturbação orgânica. Utilizando os critérios ROME IV, a SII é classificada em quatro subtipos:

  • SII com obstipação predominante (SII-C),
  • SII com diarreia predominante (SII-D),
  • SII com hábitos intestinais mistos (SII-M),
  • SII, não-subtipada (SII-U) que não cumpre os critérios para SII-C, D ou M.

Comorbilidades psiquiátricas, como ansiedade, depressão e somatização, são comuns em pacientes com SII.

A síndrome do intestino irritável (SII) é o distúrbio mais comum da interação intestino-cérebro, anteriormente conhecida como «  distúrbios funcionais intestinais.

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As DGF não poupam as crianças

Em crianças muito pequenas, as DGF representam a razão gastrointestinal mais comum para a consulta médica. Isto inclui as cólicas, regurgitação, obstipação, SII e outros problemas funcionais menos bem caracterizados. Dor de estômago, inchaço, diarreia e obstipação são comummente associados a DGF e podem ter consequências importantes no dia a dia da criança. O stress e a ansiedade podem ainda favorecer ou prolongar alguns sintomas, em particular a dor.

Interrupção na comunicação entre os intestinos e o cérebro

As causas da SII são ainda pouco entendidas. O risco de desenvolver SII aumenta cinco vezes depois de uma infeção bacteriana que provoque diarreia aguda. Tem vindo a ser sugerido que possa estar relacionado com uma interrupção na comunicação entre o cérebro e o intestino em conjunto com um desequilíbrio da flora intestinal. Na maioria dos casos, há (sidenote: Disbiose A "disbiose" não é um fenómeno homogéneo – varia em função do estado de saúde de cada indivíduo. É geralmente definida como uma alteração da composição e do funcionamento da microbiota, causada por um conjunto de fatores ambientais e relacionados com o indivíduo que perturbam o ecossistema microbiano. Levy M, Kolodziejczyk AA, Thaiss CA, et al. Dysbiosis and the immune system. Nat Rev Immunol. 2017;17(4):219-232. ) entre as espécies bacterianas que constituem a microbiota, com menos bactérias boas e mais bactérias prejudiciais. Este desequilíbrio provoca problemas de motilidade intestinal: o trânsito abranda, a barreira intestinal modifica-se e desenvolve-se uma ligeira inflamação. Causa ainda hipersensibilidade da mucosa que provoca fenómenos normais, como o movimento doloroso do gás intestin

Já ouviu falar de “disbiose”?

Trata-se de uma rutura do equilíbrio delicado entre os milhares de milhões de micro-organismos da microbiota e das suas boas relações com o nosso corpo. 

Dados promissores para os probióticos

Em adultos, juntamente com uma dieta controlada, as opções terapêuticas incluem antiespasmódicos, laxantes e antidiarreicos. Em crianças, são preferíveis as técnicas de relaxamento e hipnose, que podem aliviar a dor. Por vezes, os antiespasmódicos são também prescritos. Para modificar a microbiota, há dados promissores disponíveis acerca dos probióticos, particularmente (sidenote: Bifidobactérias Bactérias em forma de bastonete, em Y. A maioria das espécies são benéficas para os seres humanos. Encontram-se no intestino humano, e também em alguns iogurtes.  Estas bactérias:
- Protegem a barreira intestinal 
- Participam no desenvolvimento do sistema imunológico e ajudam a lutar contra a inflamação 
- Promovem a digestão e aliviam os sintomas gastrointestinais Sung V, D'Amico F, Cabana MD, et alLactobacillus reuteri to Treat Infant Colic: A Meta-analysis. Pediatrics. 2018 Jan;141(1):e20171811.  O'Callaghan A, van Sinderen D. Bifidobacteria and Their Role as Members of the Human Gut Microbiota. Front Microbiol. 2016 Jun 15;7:925. Ruiz L, Delgado S, Ruas-Madiedo P, et al. Bifidobacteria and Their Molecular Communication with the Immune System. Front Microbiol. 2017 Dec 4;8:2345.
)
e (sidenote: Lactobacilos Bactérias em forma de bastonete cuja característica principal é a de produzirem ácido láctico. É por essa razão que se fala em “bactérias do ácido láctico”. 
Estas bactérias estão presentes no ser humano ao nível das microbiotas oral, vaginal e intestinal, mas também nas plantas ou nos animais. Podem ser consumidas nos produtos fermentados: em produtos lácteos, como o iogurte e alguns queijos, e também em outros tipos de alimentos fermentados – picles, chucrute, etc..
Os lactobacilos são também consumidos em produtos que contêm probióticos, com algumas espécies a serem conhecidas pelas suas propriedades benéficas.   W. H. Holzapfel et B. J. Wood, The Genera of Lactic Acid Bacteria, 2, Springer-Verlag, 1st ed. 1995 (2012), 411 p. « The genus Lactobacillus par W. P. Hammes, R. F. Vogel Tannock GW. A special fondness for lactobacilli. Appl Environ Microbiol. 2004 Jun;70(6):3189-94. Smith TJ, Rigassio-Radler D, Denmark R, et al. Effect of Lactobacillus rhamnosus LGG® and Bifidobacterium animalis ssp. lactis BB-12® on health-related quality of life in college students affected by upper respiratory infections. Br J Nutr. 2013 Jun;109(11):1999-2007.
)
, e do transplante fecal. Contudo, ensaios clínicos em grande escala têm ainda de ser conduzidos para confirmar cada uma destas opções.

A microbiota intestinal

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Bactérias intestinais que metabolizam o colesterol?

Um estudo recente lançou luz sobre o mecanismo de ação benéfico de algumas bactérias intestinais nos níveis de colesterol em humanos, mostrando assim um novo papel precioso da microbiota intestinal em nossa saúde.

A microbiota intestinal Síndrome metabólica Dieta: Impacto na Microbiota Intestinal

A hipercolesterolemia, ou seja, níveis elevados de colesterol circulante, está fortemente associada ao desenvolvimento e progressão de doenças cardiovasculares, (sidenote: Fonte: Goldstein, J.L., and Brown, M.S. (2015). A century of cholesterol and coronaries: from plaques to genes to statins. Cell 161, 161–172. ) . Medicamentos como as estatinas são estratégias terapêuticas que reduzem os níveis de colesterol no sangue. Infelizmente, essas moléculas não atuam no colesterol da dieta e podem ter muitos efeitos colaterais. E se uma nova via para o tratamento da hipercolesterolemia fosse encontrada no intestino?

Pesquisadores identificaram recentemente na microbiota intestinal o mecanismo responsável pelo metabolismo do colesterol por algumas bactérias, diminuindo assim os níveis fecais e sanguíneos. A ideia de que algumas bactérias intestinais podem quebrar o colesterol não é nova, visto que essa atividade bacteriana já era bem conhecida há cem anos. Mas o funcionamento exato nunca pôde ser identificado em humanos porque a maioria das bactérias é difícil de cultivar em placas de Petri em ambientes de laboratório, tornando seu estudo extremamente complicado.

Usando vários métodos analíticos, os pesquisadores identificaram dentro dessas bactérias o gene IsmA (Intestinal Steroid Metabolism A), que pode estar envolvido no metabolismo do colesterol intestinal. Pessoas portadoras desse gene na microbiota intestinal reduziram (55% a 75%) o conteúdo de colesterol nas fezes em comparação com os não portadores. Os níveis de colesterol no sangue também foram mais baixos nos portadores.

Rumo a novas estratégias terapêuticas?

Essa nova promissora pesquisa pode levar a novas estratégias visando a microbiota intestinal: introduzindo essas bactérias que metabolizam o colesterol na microbiota intestinal ou aumentando seu número usando prebióticos, seria possível combater os níveis elevados de colesterol no sangue.

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Kenny DJ, Plichta DR, Shungin D, et al. Cholesterol Metabolism by Uncultured Human Gut Bacteria Influences Host Cholesterol Level. Cell Host Microbe. 2020;S1931-3128(20)30295-X. 

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Hipertensão: Uma pitada a menos de sal pode trazer benefícios para a microbiota

Uma pitada a menos de sal pode ser suficiente para alterar a microbiota intestinal de mulheres hipertensas. Suas bactérias podem aumentar a produção de ácidos gordos benéficos, que, uma vez na corrente sanguínea, podem diminuir a pressão sanguínea e a rigidez arterial.

A microbiota intestinal Dieta: Impacto na Microbiota Intestinal
Actu GP : Hypertension : quand le microbiote met son grain de sel

Pessoas com hipertensão sabem que têm um risco maior de derrames, ataques cardíacos e insuficiência cardíaca; devem ser cautelosos quanto à sua dieta e especialmente à ingestão de sal. Porque sal e hipertensão não são uma boa combinação. Com base em estudos realizados com ratos, o mecanismo que conecta os dois pode ser encontrado no nosso intestino. Além disso, como toda a nossa dieta tem impacto sobre a nossa microbiota, por que não o sal?

Microbiota sensível ao sal

Pesquisadores britânicos questionam-se se uma dieta rica em sal poderia modular nossa microbiota intestinal. A investigação conduzida em 145 hipertensos não tratados parece provar que estavam certos: uma diminuição na ingestão de sal, mesmo modesta, teve impacto nos tipos de bactérias que vivem nos intestinos. A microbiota intestinal alterada produziu mais (sidenote: Ácidos gordos de cadeia curta (AGCC) Os ácidos gordos de cadeia curta são uma fonte de energia (carburante) das células do indivíduo, interagem com o sistema imunitário e estão envolvidos na comunicação entre o intestino e o cérebro.   Silva YP, Bernardi A, Frozza RL. The Role of Short-Chain Fatty Acids From Gut Microbiota in Gut-Brain Communication. Front Endocrinol (Lausanne). 2020;11:25. ) , que são substâncias que entram na corrente sanguínea e ativam os receptores vasculares. Isso é muito benéfico para indivíduos hipertensos: o aumento de AGCC circulando na corrente sanguínea parece estar diretamente correlacionado com uma diminuição na pressão sanguínea e na velocidade de onda do pulso, que é usada para medir a rigidez arterial. Esse efeito benéfico pode estar relacionado às propriedades antiinflamatórias atribuídas a esses ácidos gordos de origem bacteriana.

Somente em mulheres hipertensas

Outra descoberta do estudo é que os mecanismos subjacentes parecem ser diferentes entre homens e mulheres. Num exame mais detalhado, a mudança nos AGCCs no sangue resultante de uma dieta com baixo teor de sal foi comprovada apenas em mulheres, e ainda não está claro porquê. Em qualquer caso, devemo-nos certificar de usar pouco sal na cozinha, especialmente se há alguém com tensão alta (homem ou mulher). O consumo de sal continua muito alto em todo o mundo e é recomendado reduzir a ingestão de sal, especialmente para quem tem hipertensão.

*AGCC: pequenas moléculas produzidas pelas bactérias do colon através da fermentação de fibras indigeríveis. Têm vários efeitos benéficos na saúde.

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Chen L, He FJ, Dong Y, Huang Y, Wand C et al. Modest Sodium Reduction Increases Circulating Short-Chain Fatty Acids in Untreated Hypertensives - A Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled Trial. Hypertension. 2020;76:73–79. WHO. Salt reduction. 29 April 2020. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/salt-reduction

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Uma análise à microbiota intestinal pode determinar o risco de osteoporose?

Em breve seremos capazes de detectar a osteoporose por meio de uma análise simples das fezes? Melhor ainda, será que a composição da microbiota intestinal um dia servirá de alvo para tratamentos preventivos ou curativos para essa doença cada vez mais comum? Há esperança...

A microbiota intestinal Dieta: Impacto na Microbiota Intestinal
Actu GP : Analyser le microbiote intestinal pour déterminer le risque d’ostéoporose ?

Diminuição da massa óssea, danos à microarquitetura óssea, fragilidade esquelética excessiva, aumento do risco de fratura ... A osteoporose, fortemente ligada ao envelhecimento, está em ascensão na China, onde representa um grande problema de saúde pública. A confirmação de uma ligação entre a osteoporose e um desequilíbrio da microbiota intestinal - como vários estudos sugerem - constituiria um grande avanço na nossa compreensão dos mecanismos envolvidos no desenvolvimento da doença e um progresso significativo no desenvolvimento de métodos preventivos e / ou curativos tratamentos.

Microbiota intestinal dissimilar

Um grupo de pesquisadores chineses comparou a microbiota intestinal de 48 pacientes com osteoporose primária com a de 48 indivíduos saudáveis. Ao contrário da osteoporose secundária, que é causada por doenças, a osteoporose primária não tem uma causa claramente identificável, sendo a idade e a menopausa os seus principais fatores de risco. De maneira geral mais diversa, a microbiota intestinal de pacientes com osteoporose primária foi caracterizada principalmente por uma maior abundância de bactérias do gênero Dialister, já suspeitas de estarem envolvidas na perda de massa óssea, e associadas a um nível elevado de IL-6, a substância pró-inflamatória que promove a deterioração óssea. Também era mais rico em bactérias do gênero Faecalibacterium envolvidas na formação óssea, o que, por outro lado, os autores acreditam ser provavelmente o resultado de um ajuste do corpo para neutralizar a perda de massa óssea.

Em breve será uma ferramenta de diagnóstico?

Os pesquisadores subsequentemente tentaram avaliar se essas diferenças na composição da microbiota intestinal podem servir como um marcador diagnóstico para a osteoporose. Os resultados mostraram que uma análise das bactérias intestinais de indivíduos chineses foi capaz de identificar a osteoporose com um alto grau de precisão (mais de 98%). Essas descobertas significativas abrem novas abordagens para a prevenção e o tratamento da doença.

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Xu Z, Xie Z, Sun J, et al. Gut Microbiome Reveals Specific Dysbiosis in Primary Osteoporosis. Front Cell Infect Microbiol. 2020;10:160. Published 2020 Apr 21.

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A luz solar é benéfica para a microbiota intestinal?

Dieta, idade, meio ambiente, etc. Muitos fatores influenciam a composição da microbiota intestinal, e a exposição à luz solar - especialmente ultravioleta B - é um deles.

A microbiota intestinal Dieta: Impacto na Microbiota Intestinal
Actu GP : Le soleil, un ami de votre microbiote intestinal ?

A intensidade do ultravioleta B (UVB) depende de vários fatores naturais, incluindo latitude, altitude, condições climáticas, hora do dia e estação do ano, com o comportamento e estilo de vida humanos também desempenhando um papel indireto. Um estudo recente com mulheres que vivem em Vancouver, Canadá, expostas artificialmente aos UVB, sugere que os UVB aumentam a diversidade e a riqueza da microbiota intestinal, contribuindo para uma boa saúde.

Microbiota intestinal influenciada pelo sol

Os pesquisadores replicaram o estudo em populações brasileiras cujo estilo de vida e condições de vida eram muito diferentes das canadienses. Eles compararam a microbiota intestinal dos moradores das cidades canadienses com a de várias populações de caçadores-coletores, incluindo os Yanomami, etnia que vive perto do Equador, numa região da Amazônia que recebe muita luz solar. Para os Yanomami, os raios UVB não são bloqueados por poluição, roupas ou protetor solar. Assim como a das canadienses, a microbiota intestinal dos Yanomami parecia modulada pela exposição aos UVB. Apresentou características comuns (maior diversidade, aumento de bactérias pertencentes ao filo Firmicutes, redução de bactérias pertencentes ao filo Bacteroidetes) que os diferenciam dos citadinos. Era também particularmente rico em proteobactérias, peculiaridade não totalmente compreendida pelos pesquisadores, que sugerem que a alta exposição aos UVB, devido ao estilo de vida dos Yanomami e às condições ambientais únicas em que vivem, pode ser a responsável.

UVB, fator a ser explorado

Os autores acreditam que os UVB, naturais ou artificiais, merecem ser considerados como um fator capaz de influenciar a composição da microbiota intestinal humana. Eles concluem que um estudo mais aprofundado que leve em conta a latitude e, portanto, a exposição ao sol, pode lançar uma nova luz sobre a relação entre o hospedeiro, a saúde do hospedeiro, a microbiota intestinal e o meio ambiente.

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Fontes:

Conteville LC, Vicente ACP. Skin exposure to sunlight: a factor modulating the human gut microbiome composition [published online ahead of print, 2020 Apr 27]. Gut Microbes. 2020 Sep 2;11(5):1135-1138.

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A poluição do ozono altera a microbiota intestinal

Pela primeira vez, um estudo mostrou que a exposição à poluição do ar - e particularmente a poluição do ozono altera a composição e função da flora intestinal em humanos.

A microbiota intestinal Dieta: Impacto na Microbiota Intestinal
Actu GP : La pollution à l’ozone modifierait le microbiote intestinal

As partículas finas e poluentes do ar que respiramos não apenas envenenam nossos pulmões, mas também afetam a microbiota intestinal. Os mecanismos envolvidos permanecem desconhecidos, mas de acordo com um estudo recente envolvendo 100 jovens californianos expostos a certos poluentes do ar, a ciência está começando a descobrir os culpados.

O ozono foi destacado

Depois de medir a qualidade do ar ao redor das casas dos voluntários e analisar sua microbiota intestinal, os pesquisadores descobriram que os óxidos de nitrogênio (monóxido e dióxido de nitrogênio do tráfego rodoviário ou geração de energia) perturbam a flora intestinal. No entanto, parece que o dano mais significativo é causado pelo ozono, um poluente formado por meio de reações entre vários outros poluentes. O ozono reduz a diversidade dentro da microbiota intestinal, desequilibrando seu funcionamento. O estudo descobriu que quase 130 espécies bacterianas são afetadas pelo ozono, com apenas 9 influenciadas pelos óxidos de nitrogênio.

Metabolismo interrompido

Acredita-se que a alta exposição ao ozono tenha impacto em mecanismos celulares importantes, como o crescimento celular, a secreção de insulina ou a síntese e degradação de ácidos gordos. Alguns desses processos também podem afetar a integridade da barreira intestinal e o metabolismo. Os pesquisadores sugerem que, por meio de seu impacto sobre a microbiota intestinal, os poluentes do ar podem estabelecer a base para distúrbios metabólicos, como diabetes mellitus tipo 2 ou obesidade.

Combate à poluição para proteger a microbiota

Essa hipótese deve ser avaliada em futuros estudos epidemiológicos e em estudos com animais, a fim de identificar os mecanismos exatos pelos quais a poluição impacta a flora intestinal e promove o aparecimento de doenças em humanos. No entanto, esses resultados preliminares são um lembrete de que a poluição é um grande problema de saúde pública que precisa ser tratado com urgência.

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Fontes:

Fouladi F, Bailey MJ, Patterson WB, et al. Air pollution exposure is associated with the gut microbiome as revealed by shotgun metagenomic sequencing. Environ Int. 2020;138:105604. 

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MICROREVEAL: a nova série sobre microbiota

Como parte do Dia Mundial do Microbioma em 27 de junho, e para celebrar a diversidade da microbiota, o Biocodex Microbiota Institute apresenta uma série sobre as comunidades microbianas. Um novo mundo fascinante será desvendado!

A microbiota vaginal Dieta: Impacto na Microbiota Intestinal
Actu GP : MICROREVEAL : la nouvelle série sur les microbiotes

Especialistas têm a palavra

Certamente já ouviu falar em microbiota. Sabia que ela é essencial para o bom funcionamento do organismo? O Dia Mundial do Microbioma tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância dessas comunidades microbianas, destacando avanços nas pesquisas. A nossa nova série MICROREVEAL faz parte desse objetivo educacional. No dia 27 de junho e durante o resto do ano, a série vai lançar uma nova luz sobre a diversidade de microbiomas. Nessas reportagens, a jornalista Louise Ekland entrevistará especialistas sobre a influência dos vários microbiomas no nosso corpo.

Concentre-se na microbiota vaginal

Este primeiro episódio enfocará a microbiota vaginal. Assim como Julie, você provavelmente deseja saber mais sobre essa microbiota que desempenha um papel fundamental na saúde da mulher. Louise entrevistou o Dr. Jean-Marc Bohbot, andrologista e especialista em infecções urogenitais.

Quais infecções estão associadas a um desequilíbrio da microbiota vaginal? O que pode ser feito no dia a dia para preservar essa microbiota?

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Exercício e microbiota: uma questão de equilíbrio

Está tendo problemas para se exercitar em confinamento? Com a flexibilização das medidas, chega de desculpas: é hora de voltar ao assunto! Porém, tenha cuidado: assim como um estilo de vida sedentário, muita atividade física pode perturbar a microbiota intestinal e prejudicar seus músculos.

A microbiota intestinal Dieta: Impacto na Microbiota Intestinal
Actu GP : Sport et microbiote : une question d’équilibre !

Numerosos estudos têm demonstrado que, além de outros benefícios, o exercício físico moderado e regular aumenta a diversidade entre as bactérias do intestino, favorecendo espécies benéficas. No entanto, esse é apenas o caso para exercícios regulares, já que a interrupção de todas as atividades pode levar a um desequilíbrio na microbiota intestinal (disbiose).

Evite exercícios excessivos

A situação oposta também tem seus perigos. Quer você seja um amador ou um profissional, treinar de forma muito intensa ou desproporcional ao seu nível pode levar a uma disbiose, que pode ser tanto mais repentina e aguda quanto mais intensa for a atividade. Essas disbioses podem resultar no aumento da permeabilidade intestinal, que, ao permitir que as bactérias e seus componentes passem para a corrente sanguínea, pode levar a uma inflamação no corpo. Podendo também causar dores abdominais, náuseas e diarreia em algumas pessoas durante esforços extremos.

Um eixo intestinal-músculo?

A hipótese mais provável é que os músculos e as bactérias intestinais comuniquem através do eixo intestino-músculo. Essa comunicação é pensada para funcionar nos dois sentidos: a microbiota intestinal influencia a saúde muscular e o exercício físico modula a composição da microbiota. Em humanos, embora apoiada pela ligação entre disbioses intestinais e várias alterações metabólicas relacionadas aos músculos (síntese de proteínas, liberação de moléculas que promovem o desenvolvimento muscular, etc.), essa hipótese permanece provisória.

O sistema imunológico: na encruzilhada do eixo intestino-músculo?

Moldado pelas bactérias intestinais, o sistema imunológico também pode desempenhar um papel fundamental na saúde muscular. Ao ajudar a construir um sistema imunológico forte, uma microbiota intestinal « saudável » pode influenciar o eixo músculo-intestino e a saúde de nossos músculos, especialmente entre pessoas com um estilo de vida ativo. Por outro lado, uma disbiose causada por uma interação negativa com o sistema imunológico pode promover distúrbios musculares. Essa é mais uma hipótese que precisa ser verificada se quisermos finalmente entender a relação entre exercício, sistema imunológico, microbiota intestinal e saúde muscular.

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Sources : 

Ticinesi A., Lauretani F., Tana C., et al. Exercise and immune system as modulators of intestinal microbiome: implications for the gut-muscle axis hypothesis. EIR 25 2019

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Os hábitos alimentares saudáveis podem fortalecer a imunidade?

Independentemente de o mundo estar em situação de pandemia ou não, uma dieta saudável é boa para o sistema imunológico, atendendo às suas necessidades funcionais e moldando a microbiota intestinal para produzir uma resposta imunológica adequada.

A microbiota intestinal Dieta: Impacto na Microbiota Intestinal
Actu GP : Mieux manger peut-il renforcer l’immunité ?

Contra o atual cenário de pandemia, todos iriam querer um sistema imunológico mais forte e desenvolver melhor resistência a infecções. Numerosos artigos destacaram o papel fundamental desempenhado pela nutrição na imunidade, mas o que podemos realmente esperar da nutrição a esse respeito? Na verdade, nenhum estudo até o momento mostrou que uma dieta melhorada pode ajudar a combater os vírus1,2, enquanto medidas de proteção e distanciamento social continuam sendo os meios mais eficazes de fazê-lo. No entanto, uma dieta bem escolhida pode otimizar nossas defesas imunológicas.

Duas alavancas de ação

A nossa alimentação fornece nutrientes essenciais que contribuem para o bom funcionamento do sistema imunológico3, principalmente zinco4, vitamina D5,6, vitamina A7 e antioxidantes como a vitamina C5. Além disso, a alimentação afeta o sistema imunológico, moldando a microbiota intestinal8,9. Os bilhões de bactérias que vivem no intestino estão em constante diálogo com as células imunológicas3 e desempenham um papel importante na resposta imunológica desencadeada por infecções10-12. Uma microbiota bem equilibrada também ajuda a regular o sistema imunológico10,11, evitando que ele "reaja exageradamente"(ou seja, manter um estado de alerta prejudicial ao corpo quando ele deveria retornar ao modo de espera assim que sua missão for cumprida). Por esse motivo, o objetivo é “fortalecer” em vez de “impulsionar” o sistema imunológico13.

Quais alimentos escolher?

Na prática, quais alimentos devem ser consumidos? Frutas e vegetais - fonte de vitaminas antioxidantes - e peixes gordos ricos em vitamina D (suplementados, se possível, pela exposição ao sol, que favorece a síntese da vitamina D pela pele) fornecem ao sistema imunológico todos os seus requisitos básicos1. Além disso, uma dieta variada, rica em fibras e probióticos como iogurte ou queijo fortalece a microbiota, promovendo saúde e imunidade14,15. Por outro lado, uma dieta muito rica em calorias, gorduras e alimentos processados contendo aditivos desequilibra a microbiota1,8,14.

Fontes

1 Physicians Committee for Responsible Medicine. Foods To Boost the Immune System. 13 March 2020. https://www.pcrm.org/news/blog/foods-boost-immune-system [last consult: 15 April 2020].

2 Harvard School of Public Health. Ask the Expert: The role of diet and nutritional supplements during COVID-19. 09 April 2020. https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/2020/04/01/ask-the-expert-the-role-of-diet-and-nutritional-supplements-during-covid-19/ [last consult : 04 May 2020].

3 Childs CE, Calder PC, Miles EA. Diet and Immune Function. Nutrients. 2019 Aug; 11(8): 1933. doi: 10.3390/nu11081933.

4 Read SA, Obeid S, Ahlenstiel C, et al. The role of zinc in antiviral immunity. Advances in Nutrition. 2019 Jul 1;10(4):696-710. doi: 10.1093/advances/nmz013.

5 Ströhle A, Wolters M, Hahn A. Micronutrients at the interface between inflammation and infection--ascorbic acid and calciferol: part 1, general overview with a focus on ascorbic acid. Inflamm Allergy Drug Targets. 2011 Feb;10(1):54-63. doi: 10.2174/187152811794352105.

6 Grant WB, Lahore H, McDonnell SL, et al. Evidence that Vitamin D Supplementation Could Reduce Risk of Influenza and COVID-19 Infections and Deaths. Nutrients. 2020 Apr 2;12(4). pii: E988. doi: 10.3390/nu12040988.

7 Huang Z, Liu Y, Qi G, et al. Role of Vitamin A in the Immune System. J Clin Med. 2018 Sep 6;7(9). pii: E258. doi: 10.3390/jcm7090258.

8 Rinninella E, Cintoni M, Raoul P et al. Food Components and Dietary Habits: Keys for a Healthy Gut Microbiota Composition. Nutrients. 2019 Oct 7;11(10). pii: E2393. doi: 10.3390/nu11102393.

9 Power SE, O'Toole PW, Stanton C, et al. Intestinal microbiota, diet and health. Br J Nutr. 2014 Feb;111(3):387-402. doi: 10.1017/S0007114513002560.

10 Hand TW. The Role of the Microbiota in Shaping Infectious Immunity. Trends Immunol. 2016 Oct;37(10):647-658. doi: 10.1016/j.it.2016.08.007.

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