Depressão nas mulheres: a culpa é das bactérias?

E se a depressão nas mulheres em idade fértil e na pré-menopausa se resumisse a uma ou algumas bactérias? É esta a tese dos investigadores, que identificaram microrganismos da microbiota intestinal capazes de deteriorar o estradiol e, com esta hormona, o nosso estado de espírito e a nossa saúde.

A microbiota intestinal

Pela sua natureza, as mulheres, sem problemas hormonais específicos, desde a puberdade até à menopausa, estão sujeitas a uma variação hormonal mensal. 
O resultado é um estado de espírito irregular. Uma das hormonas envolvidas é o estradiol, que aumenta durante a primeira metade do ciclo e depois diminui. Isto explica o pico da libido aquando da ovulação (quando esta hormona está no auge), um estado de espírito elevado durante a gravidez (níveis recorde) e a lentidão sentida na segunda metade do ciclo. Mas isso não é tudo. Nas mulheres com depressão e na pré-menopausa, os níveis de estradiol no sangue são quase duas vezes mais baixos do que nas mulheres da mesma idade sem sentimentos de tristeza. E o trabalho meticuloso de uma equipa chinesa parece apontar o dedo a uma responsável por estes problemas : a bactéria intestinal Klebsiella aerogenes.

Quando a microbiota desativa as nossas hormonas

Com efeito, em boas condições de saúde, o estradiol é uma hormona que segregamos no nosso sistema digestivo através da bílis, que depois reabsorvemos. No entanto, durante esse percurso intestinal, a hormona entra em contacto com a nossa microbiota local. Porém, determinadas bactérias, nomeadamente a K. aerogenes, são capazes de produzir uma molécula chamada 3b-hidroxiesteróide desidrogenase (3b-HSD), uma enzima que tem por efeito cortar quimicamente o estradiol e desativá-lo.

Efetivamente, as 91 mulheres na casa dos 30 anos com depressão na pré-menopausa que aceitaram participar na experiência tinham na sua flora intestinal uma quantidade superior desta bactéria e desta enzima do que as 98 mulheres da mesma idade, mas sem depressão. E quando a sua microbiota intestinal é misturada  (sidenote: In vitro Experiência efetuada num tubo de ensaio, fora de um organismo vivo )  com estradiol, ocorre uma deterioração de ¾ em apenas duas horas… Ao passo que a microbiota das mulheres sem depressão destrói quatro vezes menos. Por fim, o transplante da microbiota de mulheres com depressão na pré-menopausa, ou simplesmente da bactéria K. aerogenes, para ratos é suficiente para tornar os roedores depressivos.

Duas vezes As mulheres têm cerca de duas vezes mais probabilidades de sofrer de depressão do que os homens.

mais de 100 anos A ideia de uma ligação entre o estradiol e a depressão nas mulheres foi proposta há mais de 100 anos.

3 a 4% das mulheres apresentam uma descida dos níveis de estradiol que não se deve à menopausa, à amamentação ou à gravidez.

Cortar o mal pela raiz

Esta investigação, que revela o envolvimento da microbiota na depressão das mulheres em pré-menopausa e os mecanismos envolvidos, poderia pôr em causa a responsabilidade das mulheres com depressão e a sua saúde. Atualmente, é-lhes proposto um tratamento de "substituição hormonal", que consiste em tomar um suplemento de estrogénios. No entanto, a causa destes problemas de saúde, nomeadamente as bactérias presentes na microbiota intestinal e responsáveis pela degradação desta hormona, não está a ser tratada. Por conseguinte, existe o risco de recaída quando o tratamento é interrompido. Para os autores, é necessário cortar o mal pela raiz: atacar diretamente as bactérias que deterioram o estradiol no intestino, até mesmo as enzimas expressas por essas bactérias.

A microbiota intestinal

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Atividade física: quanto mais demorada, melhor para a microbiota

Não há necessidade de se fazer exercícios físicos intensos para se ter uma microbiota saudável. O que importa é movermo-nos pelo menos 2h30 por semana... e tentarmos manter a linha! É isto o que um novo estudo acaba de colocar em evidência.1

A microbiota intestinal Obesidade Diabetes do tipo 2

Sabia-se que os grandes atletas tinham uma microbiota diferente da das pessoas mais sedentárias e que a atividade física intensa modificava significativamente a flora intestinal. 

Mas qual é o efeito para a saúde de uma atividade física mais moderada? E esse efeito é o mesmo se a pessoa for magra ou tiver excesso de peso?

Várias centenas de participantes voluntários

Para responder a estas questões, uma equipa de investigadores canadianos e de institutos europeus recrutou 350 homens e mulheres com idades compreendidas entre os 38 e os 65 anos e dividiram-nos em dois grupos: um composto por voluntários com peso normal ( (sidenote: Índice de Massa Corporal (IMC) IMC o Índice de Massa Corporal avalia a corpulência de uma pessoa, estimando a massa gorda do corpo com recurso ao cálculo da relação entre o peso (kg) e a altura elevada ao quadrado (m2) da pessoa. https://www.nhlbi.nih.gov/health/educational/lose_wt/BMI/bmicalc.htm https://www.euro.who.int/en/health-topics/disease-prevention/nutrition/a-healthy-lifestyle/body-mass-index-bmi ) entre 18,5 e 25) e outro apenas com pessoas com excesso de peso (IMC entre 25 e 30, portanto, não obesas).

Os cientistas perguntaram-lhes que tipo de atividade física praticavam diariamente: ligeira (caminhar, lavar a louça ou cozinhar...), moderada (caminhada rápida, jardinagem, ciclismo, badminton...) ou intensa (trabalhos pesados, corrida, musculação, basquetebol, futebol...).

O número de horas dedicadas a estas atividades foi igualmente anotado relativamente a cada participante (menos de 2h30, entre 2h30 e 8 h ou mais de 8 h).

Por fim, os investigadores recolheram as fezes de todos os participantes para analisar a respetiva microbiota intestinal.

Atividade física: o que é que a OMS recomenda?

É ponto assente que a atividade física é essencial para a saúde física e mental e que um estilo de vida sedentário é uma das principais causas das doenças crónicas e da obesidade. 
Para a Organização Mundial de Saúde, atividade física é "qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que exija um dispêndio de energia", quer esse movimento seja realizado num contexto de trabalho, de tempos livres ou de deslocações.
Mas quanto tempo é que um adulto deve dedicar a isso para colher benefícios? De acordo com a OMS, pelo menos 2h30 a 5 h por semana para uma atividade de "intensidade moderada", ou 1h15 a 2h30 para uma atividade de "intensidade sustentada". É possível uma combinação das duas. Outra recomendação: limitar o tempo em que permanecemos imóveis ou, se isso não for possível, ultrapassar as recomendações... para compensar os efeitos negativos de um estilo de vida sedentário! 2

Vantagens para a saúde de todos..., mas mais amplas para as pessoas magras

Os resultados mostram, em primeiro lugar, que a melhoria na diversidade e na riqueza da microbiota está mais relacionada com o número de horas dedicadas à atividade física do que com a intensidade dessa atividade. Quer se tenha ou não quilos a perder, pelo menos 2h30 de atividade física por semana são suficientes para se obter benefícios intestinais.

Esta é uma boa notícia para as pessoas com excesso de peso, uma vez que essa diversidade e riqueza estão associadas a um menor risco de doenças crónicas (diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, etc.) e a uma melhor resiliência da microbiota.

No entanto, só nos voluntários com peso normal (IMC < 25) é que foram visíveis alterações na composição bacteriana. De facto, quanto mais tempo dedicavam à atividade física, mais rica era a sua microbiota em:

  • Actinobactérias, um grupo de bactérias conhecido pelos seus inúmeros benefícios para a saúde cardiometabólica: redução do colesterol, produção de acetato –  (sidenote: Ácidos Gordos de Cadeia Curta (AGCC) Os Ácidos Gordos de Cadeia Curta são uma fonte de energia (carburante) das células do indivíduo, interagem com o sistema imunitário e estão envolvidos na comunicação entre o intestino e o cérebro. Silva YP, Bernardi A, Frozza RL. The Role of Short-Chain Fatty Acids From Gut Microbiota in Gut-Brain Communication. Front Endocrinol (Lausanne). 2020;11:25. )   –,digestão de hidratos de carbono complexos como o amido resistente, etc.;
  • Collinsella, bactérias pertencentes à família das Actinobactérias, que protegem contra a permeabilidade intestinal e produzem butirato, outro AGCC com propriedades anti-inflamatórias.

O efeito também dependerá do sexo biológico

Outra observação: nas pessoas magras, mas também nas mulheres com excesso de peso, quanto maior era a força de preensão (força na mão), mais a sua microbiota continha Faecalibacterium prausnitzii, bactérias conhecidas pelas suas propriedades anti-inflamatórias e pelos seus efeitos contra a (sidenote: Disbiose A "disbiose" não é um fenómeno homogéneo – varia em função do estado de saúde de cada indivíduo. É geralmente definida como uma alteração da composição e do funcionamento da microbiota, causada por um conjunto de fatores ambientais e relacionados com o indivíduo que perturbam o ecossistema microbiano. Levy M, Kolodziejczyk AA, Thaiss CA, et al. Dysbiosis and the immune system. Nat Rev Immunol. 2017;17(4):219-232. ) .

O IMC e o sexo biológico desempenharão, portanto, um papel nos efeitos da atividade física sobre a microbiota. Mais um grande passo em frente na nossa compreensão do funcionamento do eixo músculo-intestino!

A microbiota intestinal

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"Isso é fascinante! A atividade física pode, de facto, ter um impacto positivo no seu microbiota intestinal. Trata-se de alimentar um ecossistema microbiano diversificado no seu intestino, que pode contribuir para uma melhor digestão e saúde geral. Lembre-se, o mais importante é encontrar uma atividade de que goste, pois a consistência é a chave para colher os frutos." -Aware Health Rewards App (Da My health, my microbiota)

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Anorexia nervosa: o desequilíbrio intestinal fomenta as perturbações

De acordo com um estudo dinamarquês, a microbiota intestinal das mulheres com anorexia nervosa encontra-se profundamente desequilibrada. Ao atuar sobre o eixo intestino-cérebro e o metabolismo, pensa-se que este desequilíbrio contribui para a evolução e a manutenção de perturbações ligadas à doença, como as perdas de apetite e de peso.

A microbiota intestinal

A anorexia nervosa é um distúrbio alimentar que afeta 1% da população, incluindo 95% de mulheres. Caracteriza-se por distorções da imagem corporal e obsessões com a perda de peso, levando a uma drástica restrição voluntária da ingestão de alimentos.

Resultados: magreza e complicações de saúde que por vezes podem causar a morte. As causas da anorexia nervosa continuam mal compreendidas e o seu tratamento complicado: resulta em remissão em menos de metade dos casos. Estudos anteriores englobando um pequeno número de pacientes já tinham demonstrado um desequilíbrio na microbiota intestinal (disbiose) associado à doença. Poderá essa disbiose favorecer a evolução da doença?

Uma microbiota intestinal profundamente alterada nas mulheres que sofrem de anorexia

Os investigadores analisaram amostras de fezes e de sangue de 77 mulheres com anorexia nervosa e de 70 mulheres saudáveis da mesma idade. Puderam assim comparar a composição do microbiota intestinal e os (sidenote: Metabolitos Pequenas moléculas produzidas durante o metabolismo celular ou bacteriano. Os ácidos gordos de cadeia curta são, por exemplo, metabólitos produzidos pela microbiota intestinal durante a fermentação de açúcares complexos não digestivos (fibras...). Silva YP, Bernardi A, Frozza RL. The Role of Short-Chain Fatty Acids From Gut Microbiota in Gut-Brain Communication. Front Endocrinol (Lausanne). 2020;11:25.  Lamichhane S, Sen P, Dickens AM, et al An overview of metabolomics data analysis: current tools and future perspectives. Comprehensive analytical chemistry. 2018 ; 82: 387-413 ) no sangue, e, de facto, observaram diferenças. Por exemplo, a microbiota intestinal das mulheres com anorexia nervosa continha menos bactérias Roseburia, consideradas benéficas para a saúde. Além disso, quanto mais espécies bacterianas de Clostridium estavam presentes, maiores eram os sintomas de anorexia nervosa, o que sugere que estas espécies estão envolvidas na regulação do comportamento alimentar.

1% A anorexia nervosa é um distúrbio alimentar que afeta 1% da população

95% incluindo 95% de mulheres

A microbiota intestinal contribui para os distúrbios do comportamento alimentar

Em seguida, os investigadores transplantaram amostras de fezes de mulheres com anorexia nervosa para ratinhos (sidenote: Ratos axénicos Ratos sem germes, criados em ambiente estéril )  (germ-free).  Após 3 semanas de redução da ingestão de alimentos em 30% (para imitar o comportamento alimentar dos pacientes que sofrem de anorexia), os ratos que receberam amostras de fezes de mulheres com anorexia tiveram uma maior perda de peso inicial e demoraram mais tempo a recuperar o peso normal do que os ratos “controlos”. Uma análise funcional das bactérias presentes nas fezes dos ratos confirmou então o papel da microbiota intestinal no controlo do comportamento alimentar.

Os resultados deste estudo sugerem que a disbiose intestinal e os desequilíbrios dos metabolitos sanguíneos nas mulheres que sofrem de anorexia nervosa podem contribuir para a evolução da doença. Tais compostos podem atuar por via sanguínea através da rede neuronal do eixo intestino-cérebro e afetar a regulação do apetite, as emoções e o comportamento.

A microbiota intestinal

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"Nunca ouvi falar do microbiota intestinal, isto é interessante!!!" Rose Liv (Da My health, my microbiota)

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Microgravidade, microbiota e densidade óssea

A perda de densidade óssea é um bem conhecido efeito colateral da microgravidade nos astronautas. A microbiota poderá contrabalançar este efeito, de acordo com um estudo recente com ratinhos publicado na revista Cell Reports.

Embora sem darem tanto nas vistas como a cadela Laika, os ratos astronautas estão a participar num importante programa de investigação da NASA cujo objetivo é avaliar o efeito da microgravidade na homeostase óssea.

O que se pretende é encontrar formas de atenuar as consequências das longas viagens espaciais. De facto, as viagens espaciais são acompanhadas de uma diminuição da formação e um aumento da reabsorção ósseas.

Estudos recentes estabeleceram uma ligação entre as alterações da microbiota intestinal e as doenças ósseas, como a osteoporose, através de efeitos mediados pelos ácidos gordos de cadeia curta (AGCC) no sistema imunitário, na regulação endócrina, nas carências de vitaminas e nutrientes e no metabolismo energético. Para compreender melhor os mecanismos envolvidos na saúde óssea, a missão Rodent Research 5 avaliou a influência da microgravidade na microbiota intestinal e oral de 20 ratinhos fêmeas que tinham passado 4,5 semanas (10 roedores) ou 9 semanas (10 roedores) na Estação Espacial Internacional (ISS). Isso é o equivalente a uma estadia de vários anos para Marcos Pontes porque a esperança de vida dos seres humanos é de 30 a 40 vezes maior do que a desses pequenos roedores.

Em todo o mundo, a osteoporose é responsável por mais de 8,9 milhões de fraturas por ano, ou seja, 1 fratura osteoporótica a cada 3 segundos.

Efeito de uma longa viagem espacial

Após 4,5 semanas no espaço, a microbiota dos ratos manteve-se globalmente comparável, em termos de diversidade, ao de 20 roedores de controlo deixados na Terra em condições idênticas (com exceção da microgravidade). Em contrapartida, quando a permanência no ISS foi prolongada (9 semanas), a diversidade da microbiota intestinal aumentou, a abundância relativa de Firmicutes cresceu e a de Bacteroidetes diminuiu. Especificamente, uma estadia longa no espaço resultou num enriquecimento em Lactobacillus murinus (do filo Firmicutes) e Dorea sp., em comparação com uma estadia de 4,5 semanas. 
Além disso, nos ratinhos que passaram 9 semanas no espaço (em comparação com os que ficaram na Terra), verificou-se uma estimulação das vias metabólicas associadas à produção dos ácidos lático, málico e butírico, bem como de glutatião e de aminoácidos como a leucina e a isoleucina.

1 em cada 3 mulheres com mais de 50 anos sofrerá uma fratura osteoporótica

1 em cada 5 homens com mais de 50 anos sofrerá uma fratura osteoporótica

Ligações com a densidade óssea

Como se sabe, esses metabolitos estão relacionados com a densidade mineral óssea dos roedores. Por exemplo, o glutatião promove a sobrevivência dos precursores dos osteoblastos e, por conseguinte, a regeneração óssea; e a leucina e a isoleucina, dois aminoácidos de cadeia ramificada, são ativamente importados para os osteoblastos durante a condrogénese. 
Daí a deduzir-se que, numa situação de microgravidade, a microbiota e o organismo dos ratinhos tentam compensar a perda óssea, é um passo curto, mas os investigadores recusam-se a dar este passo até que sejam efetuados estudos mecanicistas que validem realmente estas hipóteses. E isto sabendo-se que as repercussões podem ser importantes: a identificação de potenciais tratamentos com bactérias probióticas envolvidas na manutenção da densidade óssea poderá não só ajudar os astronautas a manterem-se mais saudáveis no espaço, mas também simples terráqueos que sofrem de doenças ósseas como a osteopenia ou a osteoporose.

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Vaginose bacteriana: pode ser provocada pelo homem?

A vaginose bacteriana está relacionada com um desequilíbrio da microbiota vaginal, pode ser causada por bactérias presentes na microbiota do pénis de alguns homens e transmitida durante a relação sexual.

A microbiota vaginal Vaginose bacteriana - um desequilíbrio na microbiota vaginal
Actu GP : Vaginose bactérienne : les hommes seraient-ils impliqués ?

35% Apenas 1 em cada 3 mulheres sabe que a vaginose bacteriana está associada a um desequilíbrio da microbiota vaginal

A vaginose bacteriana (VB) é uma infeção muito comum. Esta doença apresenta habitualmente poucos sintomas, mas pode ter consequências graves, aumentando o risco de infeções sexualmente transmissíveis (incluindo o VIH) e de complicações durante a gravidez (parto prematuro, trabalho de parto prematuro e, posteriormente, aborto). Faltam tratamentos com eficácia a longo prazo e a VB volta a ocorrer em até 50% das mulheres num período de 6 a 12 meses após o tratamento.

Bactérias alojadas sob o prepúcio

Alguns homens contribuem, através da microbiota do seu pénis, para o desenvolvimento da VB na sua parceira? Vários estudos fundamentam esta hipótese, incluindo aqueles que apresentam uma menor frequência de VB (-40%) em mulheres que têm relações sexuais com (sidenote: Gray, R. H., Kigozi, G., Serwadda, et al. The effects of male circumcision on female partners’ genital tract symptoms and vaginal infections in a randomized trial in Rakai, Uganda. Am J Obstet Gynecol. 2009 Jan;200(1):42.e1-7. ) . Uma vez que a pele que está coberta pelo prepúcio é particularmente rica em bactérias associadas à vaginose bacteriana, alguns cientistas acreditam que a circuncisão pode ser um fator preventivo.

Foi detetada na microbiota do pénis e da vagina a mesma espécie de bactérias

Uma equipa de investigadores acompanharam 168 casais, em que a parceira não tinha nenhuma infeção no início do estudo. Após um ano de acompanhamento, quase uma em três mulheres desenvolveu vaginose bacteriana. De acordo com as análises, a ocorrência da VB parecia estar diretamente relacionada com a composição da microbiota do pénis. Os autores identificaram sete espécies bacterianas cuja presença fazia prever de forma precisa a ocorrência de vaginose bacteriana. Várias destas espécies também foram detetadas na microbiota vaginal das mulheres infetadas.

Tratar os homens para proteger as mulheres?

Estes resultados levaram a que os investigadores propusessem duas hipótese: ou as bactérias da microbiota do pénis são transmitidas diretamente durante as relações sexuais ou estas interferem na flora vaginal e causam infeção a longo prazo. Em qualquer um dos cenários, os investigadores defendem a inclusão dos parceiros masculinos no tratamento das mulheres infetadas e sugerem a avaliação de um tratamento que, ao alterar a microbiota do pénis, previna a ocorrência ou recorrência da vaginose bacteriana.

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"Verdade" - Comentário traduzido de Prence Armstrong Armstrong (Da My health, my microbiota)

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Sources :

Mehta SD, Zhao D, Green SJ et al. The Microbiome Composition of a Man's Penis Predicts Incident Bacterial Vaginosis in His Female Sex Partner With High Accuracy. Front Cell Infect Microbiol. 2020 Aug 4;10:433. .https://doi.org/10.3389/fcimb.2020.00433

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Anorexia nervosa: a disbiose intestinal contribui para as perturbações alimentares?

Um estudo publicado em Nature Microbiology revela que a microbiota intestinal e o metaboloma sérico das mulheres com anorexia nervosa apresentam alterações que contribuem para a doença. Inclui trabalhos em modelos de ratinhos que revelam determinados mecanismos da inter-relação entre a restrição alimentar e a disbiose intestinal.

A anorexia nervosa (AN) afeta 1% da população, incluindo 95% de mulheres. O tratamento desta doença grave, com elevada morbilidade e mortalidade, só consegue uma remissão em menos de metade dos casos. As causas da AN permanecem desconhecidas, mas pensa-se que englobam fatores genéticos e ambientais. Ao influenciarem a regulação do apetite, do comportamento e das emoções através do "eixo intestino-cérebro", a microbiota intestinal e os seus metabolitos poderão desempenhar um papel na doença. Estudos em pequena escala revelaram já disbiose da microbiota intestinal nos doentes afetados.

Uma microbiota intestinal profundamente alterada nas mulheres que sofrem de anorexia

Uma equipa da Universidade de Copenhaga (Dinamarca) comparou a sequenciação genómica de amostras fecais (shotgun) e o perfil do metaboloma sérico de 77 mulheres com AN, com os de 70 mulheres saudáveis da mesma idade. Os investigadores constataram que a composição da MI das mulheres que sofrem de AN era diferente da das mulheres saudáveis: em particular, as espécies Roseburia intestinalis e R. Inulinivorans – bactérias envolvidas na digestão de polissacarídeos vegetais e benéficas para a saúde – surgiram em redução.

Além disso, as espécies de Clostridium foram positivamente correlacionadas com distúrbios alimentares e a saúde mental, o que sugere que estão envolvidas na regulação do comportamento alimentar e dos sintomas neuropsiquiátricos. Por fim, a microbiota intestinal destas doentes era mais rica em vírus, nomeadamente em fagos de Lactococcus
O metaboloma sérico das pacientes com AN também mostrou diferenças significativas em relação ao das mulheres saudáveis. Os investigadores observaram um aumento de vários ácidos biliares, incluindo o ácido indol-3-propiónico, um metabolito associado à secreção do peptídeo 1 semelhante ao glucagon, que estimula a saciedade e retarda o esvaziamento gástrico. As análises de inferência causal levadas a cabo pela equipa sugerem que os metabolitos bacterianos medeiam certos efeitos da disbiose intestinal nas perturbações alimentares.

Redução do aumento de peso e alteração do metabolismo energético em ratinhos

Em seguida, os investigadores transplantaram para ratinhos (sidenote: Ratos axénicos Ratos sem germes, criados em ambiente estéril ) sob dieta hipocalórica amostras de fezes de mulheres com AN ou de mulheres saudáveis (ratinhos de controlo). Após 3 semanas de redução da ingestão de alimentos em 30% (para imitar o comportamento alimentar dos pacientes que sofrem de anorexia), os ratos que receberam amostras de fezes de mulheres com anorexia tiveram uma maior perda de peso inicial e uma recuperação de peso mais lenta do que os ratos de controlo. Por outro lado, nos ratinhos transplantados com fezes de doentes anoréticas, observou-se uma sobrexpressão de genes que suprimem o apetite no hipotálamo e de genes ligados à termogénese no tecido adiposo.

Os resultados deste estudo sugerem que a disbiose intestinal e os metabolitos séricos alterados nas mulheres com AN podem contribuir para o desenvolvimento e a manutenção da doença. Tais compostos podem atuar através da corrente sanguínea ou da sinalização neuronal do eixo intestino-cérebro, afetando a regulação do apetite, as emoções e o comportamento.

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Osteoporose: reduzir as fraturas com bactérias?

Após uma viagem espacial de 9 semanas, a microbiota intestinal dos ratos adapta-se para limitar a osteoporose precoce ligada à microgravidade, uma perda óssea que se observa nos astronautas, segundo um estudo publicado em Cell report 1.

A microbiota intestinal

Radiação cósmica, perturbações do sono, perda de densidade óssea: as viagens espaciais não são tarefa fácil. E se quisermos acordar revigorados e prontos para partir apenas um dia depois de chegarmos a Marte, temos de compreender os efeitos do espaço sobre o nosso organismo para os mitigarmos. É essa a missão do programa Rodent Research 5 da NASA, que estuda a evolução da estrutura óssea de roedores enviados para a Estação Espacial Internacional (ISS) durante várias semanas. E os primeiros resultados são surpreendentes: a microbiota digestiva parece adaptar-se à microgravidade, com alterações que podem limitar as perdas ósseas.

Os ossos, um tecido em contínua remodelação

Acha que os ossos, uma vez atingido o seu tamanho máximo não sofrem modificações? Engano seu! Os ossos estão em permanente remodelação, mesmo na idade adulta. Dois tipos de células são responsáveis por este fenómeno: os osteoclastos, que removem o osso antigo e os osteoblastos que formam o novo osso. Quando se está bem de saúde, as suas respetivas atividades estão equilibradas e os ossos regeneram-se de forma permanente. Entretanto, quando a menopausa chega, a falta de estrogénio favorece a ação dos osteoclastos e diminui a dos osteoblastos: os ossos são mais absorvidos e a sua estrutura torna-se frágil. É a osteoporose 2.

Implicações para os astronautas... e para a osteoporose

Os ratos, que passaram 9 semanas da sua curta vida na ISS (o que equivale a vários anos para um astronauta), regressaram à Terra com uma microbiota mais diversificada, cuja composição tinha mudado. Certas espécies bacterianas tornaram-se mais abundantes, nomeadamente Lactobacillus murinus e Dorea sp. Aparentemente, elas poderão produzir moléculas conhecidas por promover a regeneração óssea.

1 em cada 3 mulheres com mais de 50 anos sofrerá uma fratura osteoporótica

1 em cada 5 homens com mais de 50 anos sofrerá uma fratura osteoporótica

De facto, não se deve acreditar que os ossos são um tecido "morto" depois de termos crescido e atingido a idade adulta. Muito pelo contrário, o tecido ósseo está constantemente a ser remodelado através de um processo equilibrado e contínuo de destruição e reconstrução. Um equilíbrio que pode, no entanto, ser alterado em caso de doença (osteoporose por exemplo) ou de viagens espaciais, com a ausência de gravidade a perturbar o processo. As bactérias Lactobacillus murinus e Dorea sp. parecem ativar-se quando o seu hospedeiro (o rato) fica sem peso devido à gravidade zero do espaço, produzindo moléculas que promovem a regeneração óssea. De facto, alguns destes compostos surgem em maior quantidade no sangue dos roedores.

Implicações para os astronautas... e para a osteoporose

Por outras palavras, é como se a microbiota intestinal estivesse a ajudar o corpo dos ratos a compensar as perdas ósseas associadas à microgravidade do espaço. No entanto, por mais atrativa que esta hipótese nos pareça, é necessário validá-la antes de se poderem tirar conclusões sobre a microbiota e a saúde óssea. E isto sabendo-se que as repercussões nos tratamentos podem ser significativas: a identificação de potenciais bactérias probióticas envolvidas na manutenção da densidade óssea poderá não só ajudar os astronautas a manterem-se mais saudáveis no espaço... mas também muitos doentes terrestres que sofrem de doenças ósseas como a (sidenote: Osteoporosis Osteoporosis is a "skeletal disorder characterized by compromised bone strength predisposing a person to an increased risk of fracture". NIH Consensus Development Panel on Osteoporosis Prevention, Diagnosis, and Therapy, March 7-29, 2000: highlights of the conference. South Med J. 2001 Jun;94(6):569-73. ) .

Em todo o mundo, a osteoporose é responsável por mais de 8,9 milhões de fraturas por ano, ou seja, 1 fratura osteoporótica a cada 3 segundos 3.

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A microbiota intestinal dos centenários é rica em informações

Perda de diversidade, menor presença de bactérias benéficas, aumento de potenciais agentes patogénicos… Com o passar dos anos, a microbiota intestinal vai-se degradando. Exceto entre as pessoas de mais de 100 anos, de acordo com um estudo abrangendo mais de 1.500 chineses. 1

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Menos diversidade, menos microrganismos benéficos e mais agentes patogénicos oportunistas: sabe-se que a microbiota intestinal se modifica com o avançar da idade. Mas, e quanto aos centenários, que conseguiram ter uma vida mais longa e escapar a várias doenças crónicas e infeções? Para estudarem a relação entre a microbiota intestinal e a longevidade, una equipa de cientistas de um instituto de investigação chinês compararam a microbiota intestinal de 1.575 pessoas com idades compreendidas entre os 20 e os 117 anos, todas residentes na província de Guangxi, na China: 314 jovens adultos (20-44 anos), 277 adultos (45-65 anos), 386 idosos (66-85 anos), 301 nonagenários (90-99 anos) e 297 centenários (100-117 anos). Os resultados deste novo estudo sobre o envelhecimento da microbiota foram publicados na revista Nature Aging.

100 anos e uma microbiota de 20 anos

A conclusão foi que a diversidade de espécies da microbiota intestinal diminui com o passar dos anos, atingindo o seu nível mais baixo no grupo etário dos 66-85 anos. Surpreendentemente, no entanto, volta a aumentar nos nonagenários e centenários: estes apresentam mesmo a flora mais rica, mesmo ao nível dos participantes mais jovens. No entanto, os investigadores acreditam que não será tanto a diversidade das espécies, mas antes a homogeneidade das abundâncias relativas das várias espécies, o que poderá estar ligado à longevidade.
Há outros sinais de juventude e de boa saúde na microbiota das pessoas com mais de 100 anos: por um lado, verifica-se uma presença acrescida de Bacteroidetes potencialmente benéficos, em comparação com a dos idosos e a dos os nonagenários; por outro lado, constata-se uma redução das bactérias potencialmente patogénicas, em particular de bactérias inflamatórias.

Prevalência

O mundo tinha 593.000 centenários em 2021 :

  • incluindo 132.000 no Japão (0,11% da sua população),
  • 90.000 nos Estados Unidos (0,03%),
  • 29.000 na Tailândia (0,04%),
  • 27.000 em França (0,04%),
  • 20.000 na Alemanha (0,02%),
  • 18.000 na Itália (0,03%)
  • e 14.000 em Espanha (0,03%).

O mundo tinha 593.000 centenários em 2021 :

  • em 1960, 20.000 ;
  • em 1970, 27.000 ;
  • em 1980, 49.000 ;
  • em 1990, 102.000 ;
  • em 2000, 169.000 ;
  • e em 2010, 308.000 2

Uma singularidade que se reforça após os 100 anos

Uma vez que estes primeiros resultados sugerem que existirá uma assinatura específica poderá caraterizar a microbiota intestinal das pessoas com mais de 100 anos, os investigadores efetuaram também um estudo longitudinal das alterações microbianas intestinais em 45 dos 297 centenários, dos quais foi recolhida uma segunda amostra de fezes, em média 1,5 anos mais tarde. O resultado foi que a microbiota intestinal das pessoas com 100 anos de idade se tornou mais uniforme em termos da abundância relativa das espécies presentes, com redução da variação interindividual e com estabilidade na população de Bacteroidetes. A uniformidade da abundância no início do estudo foi correlacionada com a estabilidade da microbiota intestinal dos centenários ao longo dos 1,5 anos, sugerindo que este equilíbrio entre espécies poderá proteger a flora intestinal de perturbações e do envelhecimento.

Segundo os investigadores, as pessoas com 100 anos de idade têm perfis microbiota específicos, apresentando um equilíbrio entre espécies que não só é elevado para a sua idade como continua a crescer, e com a manutenção da abundância em Bacteroidetes. Apesar dos anos, a sua flora intestinal mantém uma grande semelhança com a dos adultos jovens.

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Noticias Gastroenterologia

100 anos e uma microbiota de jovenzinho!

Uma microbiota intestinal que nunca envelhece e cujo equilíbrio resiste ao teste do tempo: e se fosse este o segredo da longevidade das pessoas com mais de 100 anos, explicando a sua capacidade de desafiar os anos e as doenças? 1

A microbiota intestinal
Photo: 100 ans et un microbiote de jeune premier !

Há quem diga que o envelhecimento é uma questão mental. No entanto, um novo estudo realizado por investigadores chineses sugere que o segredo para uma vida longa e saudável poderá encontrar-se oculto nas barrigas dos idosos com 100 anos ou mais. Ou, mais precisamente, na sua microbiota intestinal, nesses milhares de milhões de microrganismos (bactérias, vírus, fungos –incluindo leveduras – e parasitas) que vivem bem aconchegados no seio do nosso aparelho digestivo.

Nada a invejar face à flora da faixa etária dos 20 aos 44 anos

Há uma razão para isso: a diversidade da microbiota diminui ao longo do tempo durante a idade adulta. E quanto mais envelhecemos, menos rica se torna a nossa flora..., salvo nas pessoas com mais de 100 anos, cuja microbiota intestinal é insolitamente rica para a idade. E mesmo mais rica que a das pessoas das faixas dos 45 aos 65 anos e dos 66 aos 85 anos. Assim, embora os (sidenote: Centenaire Um centenário é quem atingiu a idade de 100 anos ou mais. ) and  (sidenote: Supercentenaire Um supercentenário é quem atingiu a idade de 110 anos ou mais. )  possam contar mais de 100 anos de vida, eles continuam a ter a microbiota de jovens adultos!

Outra particularidade da microbiota dos centenários é a elevada presença de determinadas bactérias denominadas  (sidenote: Bacteroïdetes Os Bacteroidetes são um dos 4 grupos bacterianos principais (filos) da microbiota intestinal, juntamente com as Actinobactérias, as Firmicutes e as Proteobactérias. Entre os Bacteroidetes encontra-se o género Bacteroides, um dos mais representados no âmbito da flora intestinal. Zafar H, Saier MH Jr. Gut Bacteroides species in health and disease. Gut Microbes. 2021 Jan-Dec;13(1):1-20. ) , em comparação com a dos idosos com idades compreendidas entre os 66 e os 85 anos e com a dos nonagenários. No entanto, estas bactérias benéficas são geralmente exclusivas das faixas etárias abaixo dos 40 anos, tendendo depois a regredir em favor de outras bactérias, as quais nem sempre são muito boas para a saúde. Inversamente, a flora dos centenários é relativamente pobre em bactérias potencialmente patogénicas, responsáveis por infeções. Mais bactérias benéficas e menos bactérias nocivas: será esta a poção mágica dos centenários para manterem as doenças afastadas? Talvez. Em todo o caso, trata-se de um conjunto de características específicas que parecem assinalar a sua longevidade excecional e o seu envelhecimento saudável.

Prevalência

O mundo tinha 593.000 centenários em 2021 :

  • incluindo 132.000 no Japão (0,11% da sua população),
  • 90.000 nos Estados Unidos (0,03%),
  • 29.000 na Tailândia (0,04%),
  • 27.000 em França (0,04%),
  • 20.000 na Alemanha (0,02%),
  • 18.000 na Itália (0,03%)
  • e 14.000 em Espanha (0,03%).

Enquanto em 2000 havia cerca de 170.000 pessoas com 100 anos ou mais, atualmente espera-se que esse número exceda os 20 milhões até 2100.2,3

Longevidade, uma questão de equilíbrio!

A última particularidade identificada pelos investigadores é o facto de, nos centenários, a microbiota intestinal ser muito equilibrada em termos de distribuição das espécies, não havendo uma única bactéria que assuma parte de leão em detrimento das outras. E, em vez de diminuir com o tempo, esta relativa uniformidade na abundância das várias bactérias presentes, já de si incrível quando se apagaram mais de 100 velas, parece tornar-se ainda mais consistente com o tempo. Poderá mesmo assegurar a estabilidade ao longo do tempo da flora intestinal e a sua riqueza em Bacteroidetes nas pessoas com mais de 100 anos. Será esta a chave para uma vida longa e saudável?

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Noticias

1.a edição do Observatório Internacional de Microbiotas

As microbiotas, essenciais para a saúde, mas pouco conhecidas no mundo

Photo Observatoire: CP HCPs - PT

A microbiota é composta por mil milhões de microrganismos (bactérias, vírus, fungos...) que vivem em simbiose com o nosso organismo. Temos uma microbiota intestinal, assim como uma microbiota da pele, uma microbiota oral, pulmonar, uma microbiota urinária, vaginal, ... Estas microbiotas desempenham um papel essencial para a nossa saúde. Mas o que sabem atualmente os nossos cidadãos sobre o papel da microbiota? O que conhecem quanto aos comportamentos a ter para cuidar das suas microbiotas? Sofrem atualmente de problemas de saúde que associam às suas microbiotas? Que papel desempenham atualmente os profissionais de saúde na informação aos pacientes?

É para responder a estas questões que o Biocodex Microbiota Institute confiou à Ipsos a tarefa de levar a cabo uma grande investigação internacional junto de cerca de 6500 pessoas em 7 países (França, Espanha, Portugal, Estados Unidos, Brasil, México e China): o Observatório Internacional de Microbiotas.

Esta investigação exclusiva revela um desconhecimento global do papel das microbiotas para a saúde e destaca a função fulcral dos profissionais de saúde para uma boa compreensão.

Os resultados foram apresentados no dia 27 de junho de 2023, por ocasião do Dia Mundial do Microbioma.

Observatório Internacional de Microbiotas

Descubra os resultados de 2023
Quote Murielle Escalmel

"Este observatório, o primeiro do tipo, fornece-nos abundantes lições sobre o conhecimento, os comportamentos, mas também as expetativas das populações mundiais sobre as microbiotas humanas. Devemos também recordar o papel fundamental desempenhado pelos profissionais de saúde na sensibilização para os bons comportamentos para cuidar das microbiotas."

Murielle Escalmel, Diretora do Biocodex Microbiota Institute

Sobre o Biocodex Microbiota Institute

O Biocodex Microbiota Institute é um centro internacional de conhecimento que visa promover uma saúde melhor através da divulgação de conhecimentos sobre a microbiota humana. Para o fazer, dirige-se aos profissionais de saúde e ao público em geral, no sentido de os consciencializar para o papel fundamental desse órgão ainda pouco conhecido.

Contacto de imprensa Biocodex Microbiota Institute

Olivier Valcke

Relações públicas e responsável editorial  
+33 6 43 61 32 58
o.valcke@biocodex.com

Contacto de imprensa Ipsos

Etienne Mercier

Diretor do polo de opinião e saúde – Ipsos 
+33 6 23 05 05 17
etienne.mercier@ipsos.com

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