Resistência antimicrobiana: Caro paciente, o seu comportamento é a determinante! Caro médico, o seu papel é essencial!

Em Novembro, a Biocodex e o Instituto Biocodex Microbiota juntam-se para o 4.º ano da Semana Mundial para a Sensibilização das Resistências aos Antimicrobianos (World AMR Awareness Week, WAAW) para melhorar a compreensão da resistência antimicrobiana. Reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das principais influências na iniciativa da WAAW, o Instituto Biocodex Microbiota, um hub internacional de conhecimento dedicado à microbiota, participa nesta iniciativa com conteúdos exclusivos para os médicos e para o público leigo. De salvadores de vidas a desreguladores da microbiota, o Instituto Biocodex Microbiota explora a dualidade dos antibióticos. 

De acordo com o Observatório Internacional de Microbiotas, mais de 9 em 10 (95%) pessoas que receberam informações do seu profissional de saúde assistente adotaram comportamentos específicos para manter uma microbiota equilibrada. E os antibióticos? De acordo com o mesmo estudo, apenas 1 em 3 pacientes indicaram que o seu profissional de saúde assistente os informou de que a toma de antibióticos poderia perturbar o equilíbrio da sua microbiota. Porque as informações fornecidas pelos profissionais de saúde são um vetor de mudança do comportamento, durante a WAAW 2023 (18-24 de Novembro), o Instituto Biocodex Microbiota debruça-se sobre o papel decisivo desempenhado pelos médicos relativamente ao impacto dos antibióticos na microbiota e na saúde.

Formar os médicos: transmitir aos pacientes

Abordar os profissionais de saúde (prescritores de antibióticos) com conteúdo personalizado. Durante a iniciativa da WAAW, o Instituto Biocodex Microbiota cativa a sua comunidade médica com duas páginas centrais, reunindo todas as ferramentas médicas (área temática, formação acreditada sobre a disbiose e o impacto dos antibióticos, infografias para partilhar com os pacientes, notícias, entrevistas com especialistas...).

Continua a ser importante aumentar a sensibilização relativamente ao impacto dos antibióticos na microbiota. Estas duas páginas centrais têm como objetivo fornecer aos médicos material rápido e pronto a utilizar para melhorar a compreensão dos seus pacientes sobre a importância de utilizar antibióticos de forma prudente. 

Educar o público leigo: pode intervir!


Aclamados como um dos maiores avanços médicos do século 20, os antibióticos salvaram milhões de vidas. Hoje em dia, representam graves desafios de saúde pública: a sua utilização excessiva e desadequada leva ao surgimento de vários tipos de resistência que, a longo prazo, podem eventualmente torná-los ineficazes. Além disso, estes podem também danificar a microbiota ao induzir a disbiose. Para o público leigo, o Instituto investiga esta função ambivalente com uma página central que reúne todos os conteúdos sobre o impacto dos antibióticos na microbiota. 

Das subsidiárias ao Instituto Biocodex Microbiota, passando pelo local de produção em Beauvais, todos os colaboradores da Biocodex estão envolvidos.

Para a iniciativa da WAAW 2023, a página inicial do Instituto Biocodex Microbiota, as contas do X (Twitter), Facebook e LinkedIn passaram a ter a cor azul. As redes sociais do Instituto não são as únicas... O centro de produção e logística de 9 hectares da Biocodex em Beauvais, perto de Paris, juntou-se à cor da iniciativa, estando vestido de azul durante o evento da WAAW. Mais de 30 projetores foram instalados para oferecer aos visitantes e aos colaboradores da Biocodex uma cenografia em azul. De 18 a 24 de Novembro, o Instituto convida os colaboradores da Biocodex em todo o mundo a juntarem-se à iniciativa nas redes sociais graças ao selo azul que podem colocar no LinkedIn. 

#GoBlueForAMR.

Quote Murielle Escalmel

"Antimicrobial resistance is a global public health problem that can reshape the world of tomorrow. That's why we must come together and take action. The Biocodex Microbiota Institute's commitment is to shed light on the impact of antimicrobials on microbiota and stress the vital importance of their appropriate use."

Murielle Escalmel, Diretora de Comunicação Científica no Instituto Biocodex Microbiota

O que é a WAAW?

Em 2023, um conjunto de quatro organizações (FAO, UNEP, WHO e WOAH) reformulou o nome da Semana Mundial de Sensibilização Antimicrobiana para Semana Mundial para a Sensibilização das Resistências aos Antimicrobianos (WAAW). A iniciativa WAAW pretende aumentar a sensibilização sobre a resistência antimicrobiana (antimicrobial resistance, AMR) global e promover melhores práticas para uma utilização responsável dos antimicrobianos entre o público leigo, profissionais de saúde e responsáveis políticos, de forma a evitar uma maior emergência e disseminação de infeções multirresistentes.

About the Biocodex Microbiota Institute

O Biocodex Microbiota Institute é um centro de conhecimento internacional que visa promover uma saúde melhor através da divulgação de informações sobre a microbiota humana. Para o fazer, o Instituto dirige-se tanto aos profissionais de saúde como ao público em geral de forma a sensibilizar para o papel central deste órgão pouco conhecido.

Contato do Biocodex Microbiota Institute para a comunicação social

Olivier Valcke,
Relações Públicas e Diretor de Publicações
+33 6 43 61 32 58
o.valcke@biocodex.com

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Resistência antimicrobiana: Caro médico, o seu papel é essencial! Caro paciente, o seu comportamento é a determinante!

Em Novembro, a Biocodex e o Instituto Biocodex Microbiota juntam-se para o 4.º ano da Semana Mundial para a Sensibilização das Resistências aos Antimicrobianos (World AMR Awareness Week, WAAW) para melhorar a compreensão da resistência antimicrobiana. Reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das principais influências na iniciativa da WAAW, o Instituto Biocodex Microbiota, um hub internacional de conhecimento dedicado à microbiota, participa nesta iniciativa com conteúdos exclusivos para os médicos e para o público leigo. De salvadores de vidas a desreguladores da microbiota, o Instituto Biocodex Microbiota explora a dualidade dos antibióticos. 

De acordo com o Observatório Internacional de Microbiotas, mais de 9 em 10 (95%) pessoas que receberam informações do seu profissional de saúde assistente adotaram comportamentos específicos para manter uma microbiota equilibrada. E os antibióticos? De acordo com o mesmo estudo, apenas 1 em 3 pacientes indicaram que o seu profissional de saúde assistente os informou de que a toma de antibióticos poderia perturbar o equilíbrio da sua microbiota. Porque as informações fornecidas pelos profissionais de saúde são um vetor de mudança do comportamento, durante a WAAW 2023 (18-24 de Novembro), o Instituto Biocodex Microbiota debruça-se sobre o papel decisivo desempenhado pelos médicos relativamente ao impacto dos antibióticos na microbiota e na saúde.

Formar os médicos: transmitir aos pacientes

Abordar os profissionais de saúde (prescritores de antibióticos) com conteúdo personalizado. Durante a iniciativa da WAAW, o Instituto Biocodex Microbiota cativa a sua comunidade médica com duas páginas centrais, reunindo todas as ferramentas médicas (área temática, formação acreditada sobre a disbiose e o impacto dos antibióticos, infografias para partilhar com os pacientes, notícias, entrevistas com especialistas...):

Continua a ser importante aumentar a sensibilização relativamente ao impacto dos antibióticos na microbiota. Estas duas páginas centrais têm como objetivo fornecer aos médicos material rápido e pronto a utilizar para melhorar a compreensão dos seus pacientes sobre a importância de utilizar antibióticos de forma prudente. 

Educar o público leigo: pode intervir!


Aclamados como um dos maiores avanços médicos do século 20, os antibióticos salvaram milhões de vidas. Hoje em dia, representam graves desafios de saúde pública: a sua utilização excessiva e desadequada leva ao surgimento de vários tipos de resistência que, a longo prazo, podem eventualmente torná-los ineficazes. Além disso, estes podem também danificar a microbiota ao induzir a disbiose. Para o público leigo, o Instituto investiga esta função ambivalente com uma página central que reúne todos os conteúdos sobre o impacto dos antibióticos na microbiota. 

Das subsidiárias ao Instituto Biocodex Microbiota, passando pelo local de produção em Beauvais, todos os colaboradores da Biocodex estão envolvidos.

Para a iniciativa da WAAW 2023, a página inicial do Instituto Biocodex Microbiota, as contas do X (Twitter), Facebook e LinkedIn passaram a ter a cor azul. As redes sociais do Instituto não são as únicas... O centro de produção e logística de 9 hectares da Biocodex em Beauvais, perto de Paris, juntou-se à cor da iniciativa, estando vestido de azul durante o evento da WAAW. Mais de 30 projetores foram instalados para oferecer aos visitantes e aos colaboradores da Biocodex uma cenografia em azul. De 18 a 24 de Novembro, o Instituto convida os colaboradores da Biocodex em todo o mundo a juntarem-se à iniciativa nas redes sociais graças ao selo azul que podem colocar no LinkedIn. 

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"Antimicrobial resistance is a global public health problem that can reshape the world of tomorrow. That's why we must come together and take action. The Biocodex Microbiota Institute's commitment is to shed light on the impact of antimicrobials on microbiota and stress the vital importance of their appropriate use."

Murielle Escalmel, Diretora de Comunicação Científica no Instituto Biocodex Microbiota

O que é a WAAW?

Em 2023, um conjunto de quatro organizações (FAO, UNEP, WHO e WOAH) reformulou o nome da Semana Mundial de Sensibilização Antimicrobiana para Semana Mundial para a Sensibilização das Resistências aos Antimicrobianos (WAAW). A iniciativa WAAW pretende aumentar a sensibilização sobre a resistência antimicrobiana (antimicrobial resistance, AMR) global e promover melhores práticas para uma utilização responsável dos antimicrobianos entre o público leigo, profissionais de saúde e responsáveis políticos, de forma a evitar uma maior emergência e disseminação de infeções multirresistentes.

Sobre o Instituto Biocodex Microbiota

O Instituto Biocodex Microbiota é um centro de conhecimento internacional que visa promover uma saúde melhor através da divulgação de informações sobre a microbiota humana. Para o fazer, o Instituto dirige-se tanto aos profissionais de saúde como ao público em geral de forma a sensibilizar para o papel central deste órgão pouco conhecido.

Mais informação

 

Contato do Biocodex Microbiota Institute para a comunicação social

Olivier Valcke, Relações Públicas e Diretor de Publicações

+33 6 43 61 32 58

o.valcke@biocodex.com

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Gosta de se bronzear? Atenção à microbiota da sua pele!

A exposição aos raios solares é suscetível de provocar um desequilíbrio na comunidade de microrganismos que vivem à superfície da pele. E as pessoas que gostam de se bronzear são as que correm mais riscos.

A microbiota da pele A microbiota intestinal Acne e microbiota Eczema alérgico Psoríase e microbiota Diabetes do tipo 2 Probióticos

Sente-se mais bonito/a, mais saudável e mais atraente quando está bronzeado/a? Infelizmente, a microbiota da sua pele pode não gostar... e a sua saúde também!

É o que sugere um estudo 1 realizado com um grupo de 4 homens e 17 mulheres do Norte da Europa que foram de férias durante pelo menos uma semana para apanhar banhos de sol.

No dia anterior à partida, os investigadores colheram-lhes uma amostra de pele da parte mais bronzeada do antebraço para analisarem a composição da microbiota cutâneo. Fizeram o mesmo no dia seguinte ao seu regresso (D1), 28 dias depois (D28) e, posteriormente, aos 84 dias (D84). 

Para conhecerem o respetivo fototipo e a evolução do seu bronzeado, os cientistas mediram também a cor da pele dos seus nádegas (pouco expostas ao sol) e dos seus antebraços, antes e depois da exposição ao sol.

Advertência:

A exposição a doses elevadas e excessivas de luz solar pode levar a uma série de riscos para a saúde, incluindo os cancros da pele. No entanto, existem maneiras de se proteger ao adotar boas práticas de proteção solar para reduzir os riscos. Aconselhe-se junto do seu médico ou farmacêutico.

A cada um a sua exposição solar...

O que mostram os resultados?

Primeiramente, foi possível classificar os voluntários em três grupos:

  • "Entusiastas do bronze", que aproveitaram ao máximo o sol durante as suas férias;
  • "Já bronzeados", que tinham a pele bronzeada à partida e a mantiveram assim;
  • "Cautelosos", que não estavam muito bronzeados antes de partirem e conseguiram proteger-se do sol.

Os investigadores demonstraram ainda que, em todos os voluntários, três grandes famílias de bactérias, três "filos" – Actinobacteria, Proteobacteria e Firmicutes – representavam 95% de todos os microrganismos.

Mas logo após o regresso das férias, em D1, os "entusiastas do bronze" e os "já bronzeados" apresentavam uma microbiota cutânea empobrecido em Proteobacteria

Embora esta redução da diversidade tenha desaparecido ao longo do tempo e fosse inexistente em D28, esta informação é importante. 

A microbiota da pele também é influenciada pela microbiota intestinal

Acne, dermatite atópica, psoríase, rosácea... Outras tantas doenças de pele ligadas a um desequilíbrio ( (sidenote: Disbiose A "disbiose" não é um fenómeno homogéneo – varia em função do estado de saúde de cada indivíduo. É geralmente definida como uma alteração da composição e do funcionamento da microbiota, causada por um conjunto de fatores ambientais e relacionados com o indivíduo que perturbam o ecossistema microbiano. Levy M, Kolodziejczyk AA, Thaiss CA, et al. Dysbiosis and the immune system. Nat Rev Immunol. 2017;17(4):219-232. ) ) da microbiota cutânea mas também... da microbiota intestinal! Existe uma comunicação permanente entre a pele e essas duas populações de micróbios. Trata-se do famoso eixo pele-intestino 2.  Mas quais são os respetivos mediadores?

Estudos realizados mostraram que certos metabolitos produzidos pela microbiota intestinal, denominados ácidos gordos de cadeia curta ( (sidenote: Ácidos Gordos de Cadeia Curta (AGCC) Os Ácidos Gordos de Cadeia Curta são uma fonte de energia (carburante) das células do indivíduo, interagem com o sistema imunitário e estão envolvidos na comunicação entre o intestino e o cérebro. Silva YP, Bernardi A, Frozza RL. The Role of Short-Chain Fatty Acids From Gut Microbiota in Gut-Brain Communication. Front Endocrinol (Lausanne). 2020;11:25. ) ), são capazes de se disseminar no organismo e de agir sobre a pele 3. Pensa-se que o acetato e o propionato, por exemplo, têm um efeito anti-inflamatório, enquanto o ácido propiónico atuará contra determinados estafilococos que causam infeções cutâneas. 

Alterações na microbiota da pele potencialmente prejudiciais à saúde

Sabe-se, de facto, que já foram observadas alterações no conteúdo de Proteobacteria na microbiota da pele em pessoas que sofrem de psoríase, eczema ou úlceras do pé ​​diabético.

Estudos demonstraram também que uma maior densidade de Proteobacteria na pele está associada a uma melhor proteção contra a inflamação cutânea relacionada com alergias. 

Estes dados sugerem, portanto, que um desequilíbrio cutâneo em Proteobacteria nas pessoas que tendem a expor-se muito ao sol pode dar origem a uma deterioração da sua saúde.

Proteobactérias: prejudiciais ou benéficas?

As proteobactérias (“Proteobacteria”) nem sempre gozam de boa imagem, e talvez já tenha ouvido falar de Escherichia coli ou de salmonelas que causam infeções. Como em todos os grupos bacterianos, existem algumas bactérias benéficas, outras mais nocivas, e ainda certas bactérias oportunistas que ajudam a microbiota quando esta é saudável, mas que se tornam inimigas quando ela se encontra em disbiose 4. Por exemplo, a Roseomonas mucosa, uma bactéria cutânea pertencente ao grupo das proteobactérias, é conhecida por combater certos agentes patogénicos cutâneos 4,5. É tudo uma questão de equilíbrio.

É certo que este estudo tem algumas limitações (número reduzido de voluntários, sobrerrepresentação das mulheres, medição apenas indireta da exposição solar, etc.), e que os seus resultados têm de ser confirmados por estudos de maior escala. 

No entanto, ele levanta a possibilidade de um dia podermos aplicar produtos à base de determinadas bactérias benéficas (probióticos) para limitar a deterioração da microbiota cutânea provocada pela exposição ao sol.

Advertência:

Doses elevadas de radiação ultravioleta (UVR) estão associadas a degradações agudas e crónicas da saúde da pele. A exposição crónica à radiação ultravioleta é o fator de risco para o cancro da pele mais fácil de evitar. Os profissionais de saúde recomendam práticas de proteção solar para reduzir o risco.

Probióticos

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Noticias

Imunoterapia associada a TMF em doentes com melanoma refratário: um estudo de fase I

A imunoterapia com anti-PD-1 associada à TMF (transplante fecal) não provoca mais efeitos adversos do que a imunoterapia isolada e a respetiva resposta pode ser potencialmente melhor, de acordo com um estudo de fase I em 20 doentes.

Nos últimos 10 anos, a gama de tratamentos disponíveis para o melanoma avançado expandiu-se. No entanto, a imunoterapia anti-PD-1 não resulta em 1 em cada 2 pacientes. A terapia dupla que combina (sidenote: Anti-PD-1 imunoterapia baseada em inibidores dos pontos de controlo (checkpoints) do sistema imunitário, que elimina a inativação pelo tumor do sistema de reconhecimento ligado à proteína PD-1 presente na superfície dos linfócitos T. A eficácia do sistema imunitário contra as células tumorais é restabelecida. ) e (sidenote: Anti-CTLA-4 inibidor dos pontos de controlo do sistema imunitário que visa o ponto de controlo CTLA-4 ) melhora a taxa de resposta, mas causa eventos adversos imunomediados (irAEs). É a microbiota intestinal que regula o sistema imunitário. Que tal, então, combinar anti-PD-1 e transplante de microbiota fecal (TMF)? Esta opção foi explorada num ensaio multicêntrico de fase I que envolveu (sidenote: Com idades entre 48 e 90 anos (idade média de 75,5 anos), incluindo 12 do sexo masculino (60%) ) com melanoma irressecável ou metastático que não tinham sido previamente tratados com agentes anti-PD-1. Os participantes receberam TMF provenientes de (sidenote: 3 dadores saudáveis do sexo masculino (idade média de 35 anos) forneceram as fezes transplantadas para 4, 7 e 9 doentes, respetivamente. ) , administrado por via oral (cápsulas) e seguido 7 dias depois por um primeiro ciclo de (sidenote: nivolumab ou pembrolizumab ) .

Segurança comparável

O principal critério de avaliação do estudo foi a segurança. O TMF induziu, no máximo, eventos adversos de grau 1 ou 2 (diarreia, flatulência, etc.) em 8 doentes (40%). Após a anti-PD-1, 17 doentes (85%) apresentaram efeitos secundários, incluindo 5 pacientes (25%) com irAEs de grau 3 (2 artrites, 1 fadiga, 1 pneumonia e 1 nefrite), que necessitaram de interrupção temporária do tratamento. Em comparação com o anti-PD-1 isolado (79,5 a 93,2% de irAEs nos ensaios clínicos de fase III e 13,3 a 34,0% de irAEs de grau 3 a 5), o tratamento combinado TMF + anti-PD-1 não aumentou a incidência destes eventos.

Resposta potencialmente melhor

Em termos de eficácia, a taxa de resposta objetiva foi satisfatória, com 65% de respostas (13 doentes) e, por conseguinte, uma taxa de resposta mais elevada do que com a monoterapia anti-PD-1 (54% a 63% em ensaios aleatórios de fase III), embora a reduzida dimensão da amostra e a ausência de um grupo de controlo (apenas anti-PD-1) limitem a interpretação dos resultados. O dador não terá qualquer efeito sobre o resultado.

Mudança a longo prazo na microbiota intestinal

(sidenote: na linha de base, imediatamente antes da anti-PD-1, e depois 1 mês e 3 meses após a anti-PD-1 ) mostrou que a diversidade da microbiota intestinal dos recetores cresceu sempre após o TMF. Em termos de composição, uma semana após a TMF, a microbiota de todos os recetores assemelhava-se mais à dos respetivos dadores... mas essa semelhança diminuiu posteriormente nos futuros pacientes sem resposta, enquanto aumentou nos cujo organismo respondeu. 

Um mês após o TMF, a flora dos pacientes respondedores apresentou-se enriquecida em (sidenote: Ruminococcus, Eubacterium ramuleus. e Faecalibacterium ) e empobrecida em (sidenote: Clostridium methylpentosum, Enterocloster aldensis, Erysipelatoclostridium ramosum e Enterocloster clostridioformis ) .

Efeito nos linfócitos T?

O estudo também mostrou alterações nos metabolitos plasmáticos dos pacientes, com aumento dos ácidos biliares primários e secundários. Após o TMF, determinados linfócitos T (ICOS+CD8+) aumentaram apenas no sangue periférico dos doentes com resposta.

Por fim, modelos de ratinhos tratados com antibióticos antes do TMF confirmam o papel deste no aumento da eficácia anti-PD-1.

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Noticias Oncologia Gastroenterologia

Um desequilíbrio da microbiota ao 1 ano de idade permite prever alergia aos 5 anos

Utilizando as fezes de crianças com um ano de idade, investigadores canadianos 1 estão a tentar identificar as comunidades microbianas que permitem prever um futuro alérgico. Desafio: ser-se capaz de, um dia, vir a mudar o curso das coisas através da sua microbiota intestinal.

A microbiota da pele A microbiota ORL Asma e microbiota Rinite alérgica Alergias alimentares

Quando estavam prestes a apagar as velas do seu 5º aniversário, algumas das milhares de crianças canadianas que participam num gigantesco estudo denominado  (sidenote: https://childstudy.ca/ ) que as tem seguido desde o nascimento, foram diagnosticadas com alergias:

Mas como os seus registos médicos e fezes recolhidas aos 3 meses e 1 ano foram cuidadosamente preservados no âmbito do estudo, os investigadores puderam pesquisar se existiam sinais de alerta. E precisamente, verificaram que existe um sinal universal para estas 4 alergias: a respetiva microbiota intestinal.

Atraso da diversidade e disbiose

Asma, eczema, alergias alimentares, para não falar da febre dos fenos - qualquer que seja a alergia, todos os futuros alérgicos com 1 ano de idade possuíam uma microbiota intestinal demasiado pouco diversificada para a sua idade, como se fossem muito mais jovens do que o seu registo de nascimento indicava. Além dessa falta de maturidade, a microbiota dos futuros pacientes alérgicos apresentava disbiose: 4 espécies de bactérias benéficas surgiam em baixa, enquanto 5 bactérias geralmente consideradas patogénicas se apresentavam demasiado abundantes no seu aparelho digestivo.

Os mecanismos suspeitos

Esse desequilíbrio precoce explicará a menor produção de (sidenote: Ácidos Gordos de Cadeia Curta (AGCC) Os Ácidos Gordos de Cadeia Curta são uma fonte de energia (carburante) das células do indivíduo, interagem com o sistema imunitário e estão envolvidos na comunicação entre o intestino e o cérebro. Silva YP, Bernardi A, Frozza RL. The Role of Short-Chain Fatty Acids From Gut Microbiota in Gut-Brain Communication. Front Endocrinol (Lausanne). 2020;11:25. ) , que são bons para a saúde, e o excesso de produção de moléculas promotoras de inflamação. Isto resulta no desenvolvimento de alergias alguns anos mais tarde... mas também na esperança de um dia se poder reduzi-las através da correção da disbiose intestinal.

 "O desenvolvimento de terapias que modifiquem estas interações na primeira infância poderia evitar o desenvolvimento de todos os tipos de doenças alérgicas na infância, que muitas vezes duram toda a vida." 2

Dr. Turvey, codiretor do CHILD e coautor deste estudo

Nem todos são iguais perante a alergia

Entretanto, recordemos outro resultado deste estudo: as nossas crianças não são iguais no que diz respeito às alergias. Os rapazes são mais afetados, assim como as crianças com pai e/ou mãe alérgicos e aquelas a quem foram receitados antibióticos antes do seu 1.º ano de idade. Inversamente, a amamentação até aos 6 meses protege contra a alergia, tal como a origem caucasiana. Caso não se escolha o futuro cônjuge pela origem ou pelo registo de saúde, a amamentação pode, por conseguinte, ser encorajada e os antibióticos utilizados com a máxima precaução e apenas mediante receita médica.

Antibióticos: que impacto na microbiota e na saúde?

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Microbiota desequilibrada com 1 ano, alergia aos 5 anos?

Um atraso na maturação da microbiota intestinal durante a primeira infância parece constituir um indicador universal do desenvolvimento futuro de alergias. Poderão os metabolitos envolvidos ser utilizados como marcadores ou mesmo para se prevenir essas alergias?

Microbiote déséquilibré à 1 an, allergie à 5 ans ?

A asma, a rinite alérgica, as alergias alimentares e a dermatite atópica são frequentemente estudadas isoladamente, apesar de terem mecanismos muito semelhantes (respostas inflamatórias, IgE). E se a microbiota intestinal, que amadurece paralelamente ao sistema imunitário do bebé, fosse outro fator comum? Para o apurar, foram utilizados dados de 1.115 crianças do vasto estudo longitudinal (sidenote: https://childstudy.ca/ ) : 592 crianças diagnosticadas com uma ou mais doenças alérgicas após o seu 5.º aniversário e 523 crianças sem quaisquer sinais de sensibilização alérgica. Uma análise de regressão revelou uma série de fatores de risco, como o sexo masculino, os antecedentes paternos ou maternos e a utilização de antibióticos antes de 1 ano de idade. A amamentação até os 6 meses de idade e a origem caucasiana parecem constituir fatores de proteção.

Uma microbiota intestinal menos madura

A análise das fezes das crianças recolhidas durante as consultas aos 3 meses e ao 1 ano de idade mostra um atraso na diversificação da microbiota das futuras pacientes alérgicas: enquanto as do controlo apresentavam uma flora intestinal correspondente à sua idade ao ano de idade, as futuras alérgicas mostravam atraso na maturação da sua microbiota. Assim, uma menor maturação da microbiota ao 1 ano de idade parece estar associada a um maior risco de doença alérgica aos 5 anos, independentemente da alergia.

... e disbiótica

A disbiose intestinal ao um ano também caracteriza os futuros alérgicos: depleção de 4 espécies bacterianas que produzem ácidos gordos de cadeia curta (Anaerostipes hadrus, Fusicatenibacter saccharivorans e Eubacterium hallii, que produzem butirato, e Blautia wexlerae, que produz acetato); e aumento da abundância de 5 bactérias geralmente consideradas patogénicas (Eggerthella lenta, Escherichia coli, Enterococcus faecalis, Clostridium innocuum e Tyzzerella nexilis). O enriquecimento em C. innocuum e T. nexilis estará relacionado com a utilização de antibióticos; a abundância em C. innocuum, E. lenta, E. faecalis e T. nexilis dependerá da amamentação ou não aos 6 meses; a de C. innocuum e E. lenta na atopia paterna; etc.

Metabolitos para prever ou prevenir?

Paralelamente, os investigadores identificaram 11 vias metabólicas significativamente alteradas em pelo menos 2 dos diagnósticos de alergia: 9 vias deletérias correlacionadas principalmente com E. coli e 2 vias protetoras ligadas às bactérias B. wexlerae, F. saccharivorans, A. hadrus e E. hallii.
A análise dos metabolitos conduziu a associações com a idade previstas pelo microbiota intestinal: pensou-se que a elevação das aminas vestigiais (feniletilamina, triptamina e tiramina) promovia a inflamação e reduzia a produção de butirato. Assim, a associação entre a maturação deficiente da microbiota e as alergias aos 5 anos de idade parece ser mediada por estes metabolitos, que poderão constituir alvos de eleição para a previsão e/ou prevenção do desenvolvimento de alergias pediátricas.

Microbiota, uma imunidade diplomática?

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Noticias Pediatria Pneumologia Gastroenterologia

Antibióticos e risco de DII: O que acontece nos adultos?

De acordo com um novo estudo publicado na revista The Lancet Gastroenterology & Hepatology, a elevada exposição a antibióticos em adultos pode estar associada a um maior risco de doença inflamatória intestinal crónica (DII), independentemente da predisposição genética e dos fatores de exposição na infância.

A microbiota intestinal E se a manipulação da microbiota puder melhorar a resposta à imunoterapia? Exposição aos antibióticos entre os 0 e os 6 anos: microbiota intestinal alterada, desenvolvimento da criança perturbado

Nos últimos anos, a incidência da doença inflamatória intestinal crónica (DII) tem aumentado de forma alarmante em todo o mundo. Entre os fatores de risco, pensa-se que uma predisposição genética, fatores ambientais (higiene, antibióticos, etc.) e a microbiota intestinal desempenham um papel na etiologia da DII. Embora a utilização de antibióticos nos primeiros anos de vida tenha sido associada a um risco de DII nas crianças, os dados relativos aos adultos são mais raros e mais controversos. Uma equipa examinou a ligação entre a terapêutica antibiótica e o risco de DII num vasto estudo prospetivo de casos-controlo.

Análise da população sueca

Para selecionar os seus pacientes, os autores utilizaram informações geradas pelo estudo (sidenote: ESPRESSO Epidemiologia Fortalecida por Relatórios de Histopatologia na Suécia ) , que reúne todos os relatórios de patologias gastrointestinais de 1965 a 2016 na Suécia, e cruzaram-nas com registos administrativos e de dados de prescrição de pacientes suecos. Em seguida, os cientistas identificaram até 5 controlos por paciente da população em geral, emparelhados por idade, sexo, local de residência e ano civil. Por fim, os irmãos não afetados foram também incluídos no estudo como grupo de controlo secundário, partilhando fatores de risco genéticos ou ambientais com os pacientes. No total, foram incluídos 23 982 pacientes com DII com idades compreendidas entre os 16 e os 65 anos, 117 827 controlos e 28 732 irmãos.

Aclamados como um dos maiores avanços médicos do século XX, os antibióticos salvaram milhões de vidas. Mas também têm um impacto na nossa microbiota, provocando disbiose. Vejamos mais de perto este papel ambivalente.

O papel ambivalente dos antibióticos

En détruisant les bactéries responsables des infections ils impactent aussi le …

Risco duas vezes maior de desenvolver DII

De acordo com o estudo, o uso de antibióticos foi associado a um risco 1,88 vezes maior de desenvolver DII em comparação com a ausência de uso, 1,74 para a colite ulcerosa (CU) e 2,27 para a doença de Crohn. O risco também aumentou com o número de prescrições de antibióticos e se os antibióticos utilizados tinham atividade de largo espetro. Para os autores, este resultado apoia a hipótese de que a disbiose da microbiota intestinal causada pelo tratamento com antibióticos leva à disfunção da barreira intestinal e a uma resposta inflamatória local, resultando num aumento do risco de desenvolver DII.

O que é a Semana Mundial de Consciencialização do Uso de Antimicrobianos?

Desde 2015, a OMS organiza anualmente a Semana Mundial de Consciencialização do Uso de Antimicrobianos (WAAW) cujo objetivo é sensibilizar para o fenómeno global da resistência aos antimicrobianos.

Esta campanha, que decorre entre 18 e 24 de novembro, incentiva o público em geral, os profissionais de saúde e os decisores a utilizarem corretamente os agentes antimicrobianos, a fim de evitar o aparecimento de resistências.

Exposição a antibióticos: um risco independente?

Embora atenuada, foi também observada uma associação entre o tratamento com antibióticos e o risco de DII em indivíduos que partilham predisposições genéticas e fatores de exposição na infância, quando os pacientes foram comparados com os seus irmãos como população de controlo. Serão necessárias mais investigações para averiguar os mecanismos pelos quais os antibióticos modificam a microbiota intestinal, levando ao desenvolvimento de DII. No entanto, para os autores, este é mais um argumento a favor da utilização racional e direcionada dos antibióticos.

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Noticias Pediatria Gastroenterologia

Uma bactéria para prevenir a diabetes?

Por enquanto, este sonho só foi validado em tubos de ensaio e em ratos, e ainda não em seres humanos. Mas a bactéria A. indistinctus poderá melhorar a resistência à insulina nas pessoas pré-diabéticas.

A microbiota intestinal Diabetes do tipo 2

A (sidenote: Diabetes Doença crónica que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o organismo é incapaz de utilizar eficazmente a insulina que produz. Com o tempo, a diabetes pode causar danos vasculares no coração, olhos, rins e nervos. ) tem tudo a ver com o açúcar e, mais especificamente, com os (sidenote: Glicemia Nível de açúcar no sangue. ) . Objetivo: evitar picos (ou hiperglicemia) após cada refeição. Nas pessoas saudáveis, a (sidenote: Insulina Hormona produzida pelo pâncreas, responsável pela redução dos níveis de açúcar no sangue para cerca de 1 g/l. ) regula estes níveis em cerca de 1g/l. Na diabetes, o organismo é incapaz de o fazer, quer porque o pâncreas não produz insulina suficiente (diabetes tipo I), quer porque o organismo resiste às ordens dessa insulina (diabetes tipo II). A microbiota intestinal parece estar envolvida na resistência à insulina observada nos diabéticos de tipo II, mas os mecanismos envolvidos permanecem pouco claros. Ou melhor, “permaneciam”, porque há um estudo publicado na prestigiosa revista Nature que lança luz sobre o assunto

Mini-açúcares promovem a resistência à insulina

Os investigadores descobriram que quanto mais as nossas fezes são ricas em certas moléculas, maior é o nosso grau de resistência à insulina. Assim, as fezes dos voluntários resistentes à insulina continham significativamente mais (sidenote: Hidratos de carbono Família de macronutrientes que inclui os açúcares (ou "hidratos de carbono simples"), que têm frequentemente um sabor doce (glicose, frutose, galactose, maltose, lactose, sacarose) e os amidos (ou "hidratos de carbono complexos"). ) fecais, nomeadamente moléculas de (sidenote: Açúcares Frutose, galactose, manose e xilose. ) produzidos por bactérias. Mas estes mini-açúcares estão longe de ser inofensivos: promovem a acumulação de gorduras, estimulam o nosso sistema imunitário ao ponto de criar uma inflamação (embora ligeira, mas prolongada e nefasta) e, por fim, levam à resistência à insulina.

2 milhões de óbitos resultantes da diabetes (1,5 milhões) e de doenças renais relacionadas com a diabetes (0,5 milhões) em 2019.

422 milhões 108 milhões de diabéticos em 1980, contra 422 milhões em 2014.

+3% Entre 2000 e 2019, a taxa de mortalidade por diabetes, por idade, aumentou 3%.

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Bactérias envolvidas

Dois tipos de bactérias parecem estar envolvidos:

  • bactérias da família Lachnospiraceae, que estão associadas a uma maior produção destes mini-açúcares e à resistência à insulina;
  • e bactérias do tipo Bacteroidales (Bacteroides, Alistipes e Flavonifractor) que reduzem estes açúcares e a resistência à insulina.

Pode ser mesmo medido um efeito direto das “amáveis” Bacteroidales: num tubo de ensaio, elas devoram os mini-açúcares. Qual a mais glutona? A espécie Alistipes indistinctus, que exibe a maior variedade de mini-açúcares na sua ementa. E isso funciona também nos ratos obesos: uma pitada de A. indistinctus diminui a quantidade de mini-açúcares nas fezes, reduz os níveis glicémicos no sangue dos animais e torna-os mais sensíveis à insulina. 

As implicações deste estudo são duplas, embora os ensaios em seres humanos sejam obviamente essenciais antes de poderem ser emitidas quaisquer recomendações:

• as Lachnospiraceae poderão ser um biomarcador de pré-diabetes

• e o probiótico A. indistinctus poderá melhorar a sensibilidade à insulina nas pessoas pré-diabéticas.

A microbiota intestinal

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Os antibióticos podem promover o crescimento de bactérias nocivas no intestino?

Os antibióticos salvam vidas, mas também podem ter consequências inesperadas. Uma nova investigação mostra como os antibióticos podem promover o crescimento de bactérias nocivas no intestino e indica o caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos.

A resistência aos antibióticos é um problema de saúde pública mundial premente que causou 1,27 milhões de mortes em todo o mundo em 2019 1. Uma das abordagens para prevenir estas infeções, em particular as Enterobacteriaceae resistentes aos carbapenemos (CRE), é perceber o que impulsiona a colonização do intestino por estas bactérias.

Os nossos intestinos albergam uma comunidade diversificada de bactérias benéficas que ajudam a evitar que agentes patogénicos nocivos como as CRE se instalem. As bactérias intestinais saudáveis têm mecanismos para impedir a colonização de agentes patogénicos, como a produção de moléculas benéficas, também chamadas metabolitos, como os (sidenote: Ácidos Gordos de Cadeia Curta (AGCC) Os Ácidos Gordos de Cadeia Curta são uma fonte de energia (carburante) das células do indivíduo, interagem com o sistema imunitário e estão envolvidos na comunicação entre o intestino e o cérebro. Silva YP, Bernardi A, Frozza RL. The Role of Short-Chain Fatty Acids From Gut Microbiota in Gut-Brain Communication. Front Endocrinol (Lausanne). 2020;11:25. ) . Os antibióticos de largo espetro perturbam estes mecanismos e promovem o crescimento de bactérias resistentes aos antibióticos. 

40% a 50% As infeções por CRE estão associadas a taxas de mortalidade que podem atingir os 40% a 50%

Resistência aos antibióticos: uma ameaça mundial, uma resposta global

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O efeito yin e yang!

Os antibióticos de largo espetro são responsáveis pelo aumento do risco de infeção por CRE? Sim, de acordo com o estudo publicado em 2023 na revista Nature Communication por um investigador do Imperial College de Londres  2.

Foram testados oito antibióticos de largo espetro em amostras fecais de dadores humanos saudáveis:

  • meropenem
  • imipenem/cilastatina
  • ertapenem
  • piperacillina/tazobactam
  • ciprofloxacina
  • ceftriaxona
  • ceftazidima
  • e cefotaxima

Estes antibióticos são conhecidos por promoverem a suscetibilidade à colonização intestinal por CRE. Os investigadores utilizaram um meio de crescimento específico para medir: 1) o impacto dos antibióticos na abundância de taxa comensais intestinais da microbiota fecal, e 2) a concentração de nutrientes e metabolitos microbianos nas culturas fecais.

O estudo demonstrou que os antibióticos de largo espetro, frequentemente utilizados para tratar infeções, podem perturbar o equilíbrio da microbiota intestinal. Eles reduzem a população de bactérias benéficas (incluindo Bifidobacteriaceae e Bacteroidales), facilitando o desenvolvimento de CRE.

O que foi ainda mais interessante é que quando se testou piperacilina/tazobactam num modelo de rato, estes antibióticos não só afetaram as bactérias como também alteraram o ambiente intestinal. Houve um aumento da disponibilidade de determinados nutrientes, como os aminoácidos, que promovem o crescimento de CRE. Este ambiente rico em nutrientes torna-se um terreno fértil para as bactérias resistentes.

Por outro lado, estes antibióticos diminuíram a concentração de metabolitos microbianos, como o butirato ou o propionato, alguns dos quais inibem o crescimento de CRE. Quando estes metabolitos estão esgotados, as CRE enfrentam menos obstáculos no seu caminho.

A resistência aos antibióticos

A resistência aos antibióticos é uma grande ameaça global e o aparecimento de CRE, agentes formidavelmente patogénicos, representa um sério desafio para a saúde pública. É fundamental compreender o papel da microbiota intestinal na resistência aos antibióticos.

Os ácidos gordos de cadeia curta (SCFAs) são metabolitos essenciais produzidos por bactérias intestinais benéficas que funcionam como guardiãs da saúde intestinal. No entanto, a utilização indiscriminada de antibióticos de largo espetro pode perturbar a microbiota intestinal, conduzindo a uma diminuição da produção de SCFAs e a um aumento do crescimento de bactérias resistentes aos antibióticos.

Enquanto profissionais de saúde, temos de estar atentos às intrincadas interações existentes na microbiota intestinal. Ao ponderarmos cuidadosamente o impacto dos antibióticos no delicado equilíbrio da microbiota, podemos dar um passo em frente no combate eficaz à resistência aos antibióticos e na defesa da saúde dos nossos doentes. 

O que é a Semana Mundial de Conscientização sobre a RAM?

Todos os anos, desde 2015, a OMS organiza a Semana Mundial de Conscientização sobre a RAM (WAAW), que tem como objetivo aumentar a sensibilização para a resistência aos antimicrobianos a nível global. 

Realizada entre 18 e 24 de novembro, esta campanha incentiva o público em geral, os profissionais de saúde e os decisores a utilizarem cuidadosamente os antimicrobianos, a fim de evitar o surgimento de uma maior resistência aos antimicrobianos.

Recomendado pela nossa comunidade

"Parabéns pela maravilhosa profissão médica"  -@PhucTra01451784 (Da Biocodex Microbiota Institute em X)

"Saúdo seus esforços"  -@EmmanuelMedical (Da Biocodex Microbiota Institute em X)

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Tudo o que deve saber sobre probióticos

Formação acreditada, infografias, vídeo de especialista, notícias, pasta temática... Vamos analisar a fundo os materiais do Instituto Biocodex Microbiota dedicados aos probióticos. Ferramentas e conteúdos adaptados à sua prática clínica para que possa melhorar os seus conhecimentos e explicá-los aos seus pacientes!

Intestinal bacteria, illustration.

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