Viajar pode perturbar o intestino, mas não por muito tempo

Quem é que nunca teve problemas intestinais durante uma viagem? Para além dos desconfortos conhecidos, tais como a diarreia e o inchaço, as viagens podem afetar a nossa microbiota intestinal e levar à aquisição de novos genes, alguns dos quais estão ligados à resistência antimicrobiana. Felizmente para nós, a nossa microbiota demonstra uma grande resiliência, uma vez que estas alterações ficam resolvidas no espaço de 3 meses.

A microbiota intestinal Diarreia associada a antibióticos Diarreia do viajante

Pode gostar de explorar novos destinos, mas sabia que as aventuras internacionais também podem ter impacto no mundo microscópico do seu intestino? Um novo estudo fascinante 1 revela que as viagens podem alterar temporariamente a microbiota intestinal e aumentar os genes de resistência antimicrobiana (ARG). Contudo, a boa notícia é que estas alterações tendem a ser reversíveis em indivíduos saudáveis.

O que é a resistência antimicrobiana?

A resistência antimicrobiana ocorre quando as bactérias, os vírus ou outros micróbios desenvolvem a capacidade de resistir aos efeitos dos medicamentos concebidos para eliminar ou travar o seu crescimento. Esta situação pode tornar as infeções mais difíceis de tratar e representa uma ameaça grave para a saúde mundial.

Efeito ricochete

A equipa de investigação acompanhou 89 viajantes saudáveis de Guangzhou, na China, recolhendo amostras de fezes antes das viagens, imediatamente após o regresso e três meses depois. Esta abordagem a longo prazo permitiu monitorizar a reação da microbiota intestinal e dos ARG ao longo do tempo.

Os resultados foram notáveis: mais de metade dos viajantes adquiriram pelo menos um novo ARG durante as viagens. Imediatamente após a viagem, registou-se um pico significativo. Contudo, no espaço de três meses, estes genes de resistência foram eliminados e a microbiota intestinal regressou ao estado anterior à viagem, o que demonstra a incrível resiliência dos nossos ecossistemas internos.

Viajar é benéfico para os jovens... Assim como para a microbiota e a resistência aos antibióticos

Saiba mais

A resiliência da microbiota intestinal

A microbiota intestinal é um ecossistema complexo com milhares de milhões de microrganismos, incluindo bactérias, vírus e fungos, que desempenham um papel crucial na saúde geral. Este estudo demonstra que, apesar de as viagens poderem perturbar temporariamente este equilíbrio delicado 2, a microbiota intestinal tem uma capacidade espantosa de regressar ao estado original em indivíduos saudáveis.

Uma "microbiota resiliente" ou "microbioma resiliente" refere-se à capacidade da comunidade de microrganismos que reside no intestino (ou noutra parte do corpo) para recuperar e regressar ao estado original saudável depois de ter sido afetada ou perturbada. Mais concretamente, significa que, apesar das alterações ou perturbações da microbiota causadas pela alimentação, pelos antibióticos, pelas doenças ou, tal como demonstrado neste estudo, pelas viagens, a microbiota tem a capacidade de recuperar e restabelecer a sua composição e função equilibrada.

Riscos para a saúde durante a viagem

Apesar da emoção de explorar novos destinos, não devemos esquecer as possíveis recordações que o viajante pode trazer consigo – diarreia, intoxicação alimentar, infeções respiratórias... Isto é que são recordações inesquecíveis! Mas brincadeiras à parte, estas peculiaridades das viagens não são motivo de riso. É importante tomar precauções, tal como consultar profissionais de saúde em viagem (os quais funcionam como guarda-costas pessoais para o sistema imunitário), tomar as vacinas recomendadas e praticar uma boa higiene. Alguma prevenção pode ajudar a assegurar que as suas aventuras estejam repletas de memórias felizes e não de alucinações febris.

Semana Mundial de Consciencialização do Uso de Antimicrobianos

 

A Semana Mundial de Consciencialização do Uso de Antimicrobianos (em inglês: WAAW, World AMR Awareness Week) é assinalada anualmente entre 18 e 24 de novembro. Em 2023, o tema escolhido é “Prevenir a resistência antimicrobiana em conjunto”, tal como em 2022. Esta resistência é uma ameaça não só para os seres humanos, mas também para os animais, as plantas e o ambiente.

O objetivo da campanha é, por conseguinte, sensibilizar para a resistência antimicrobiana e promover as melhores práticas, com base no conceito "Uma só saúde", entre todas as partes interessadas (público em geral, médicos, veterinários, criadores e agricultores, decisores, etc.), a fim de reduzir o aparecimento e a propagação de infeções resistentes.

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À boleia do intestino: Como as viagens moldam a nossa paisagem interior

Uma nova investigação salienta os efeitos transitórios das viagens na microbiota intestinal e na resistência antimicrobiana, revelando um regresso rápido à diversidade microbiana e aos níveis dos ARG anteriores à viagem. Isto permite compreender a resiliência e a adaptabilidade do intestino.

O estilo de vida dos viajantes têm implicações profundas nos ecossistemas internos, tal como demonstra um novo estudo conclusivo 1. A investigação sobre a dinâmica dos genes de resistência antimicrobiana (ARG) e da microbiota intestinal nos viajantes internacionais revela uma narrativa de resiliência e adaptação cativante.

Uma odisseia longitudinal que acompanha os viajantes

No cerne desta investigação reside um objetivo crítico: acompanhar a persistência de quatro ARG (mcr-1, blaNDM, blaCTX−M, e tet(X4)), bem como as alterações na composição da microbiota intestinal durante um período alargado após a viagem. Apesar de estudos anteriores 2 esclarecerem o impacto imediato das viagens internacionais, este estudo longitudinal oferece uma perspetiva abrangente sobre os efeitos duradouros.

Quando as viagens criam a resistência aos antibióticos

Saiba mais

The research teA equipa de investigação realizou um estudo de coorte prospetivo, analisando as amostras de fezes de 89 viajantes saudáveis provenientes de Guangzhou, na China. Os dados foram recolhidos em três momentos estratégicos: antes da viagem, imediatamente após a viagem e três meses após o regresso.

Resistência vs. Resiliência

Curiosamente, o estudo revelou que 53% dos viajantes adquiriram pelo menos um ARG durante as suas viagens. Contudo, a maior parte destas aquisições revelou-se transitória. Imediatamente após a viagem, observou-se um aumento significativo na prevalência de determinados ARG. No entanto, numa demonstração de resiliência notável, estes ARG adquiridos foram eliminados no espaço de três meses, com as defesas do intestino a regressarem às bases de referência anteriores à viagem.

O mesmo aconteceu com a microbiota intestinal, que registou uma perturbação temporária da diversidade microbiana após a viagem (72% dos viajantes apresentaram um aumento significativo da diversidade microbiana depois da viagem), seguida de uma restauração do equilíbrio anterior à viagem no espaço de três meses.

À medida que o mundo se torna cada vez mais interligado, as implicações destas descobertas ressoam profundamente no panorama dos cuidados de saúde, sublinhando a necessidade de vigilância e investigação contínua relativamente às viagens globais, a resistência antimicrobiana e o equilíbrio delicado dos nossos ecossistemas internos.

Semana Mundial de Consciencialização do Uso de Antimicrobianos

 

A Semana Mundial de Consciencialização do Uso de Antimicrobianos (em inglês: WAAW, World AMR Awareness Week) é assinalada anualmente entre 18 e 24 de novembro. Em 2023, o tema escolhido é “Prevenir a resistência antimicrobiana em conjunto”, tal como em 2022. Esta resistência é uma ameaça não só para os seres humanos, mas também para os animais, as plantas e o ambiente.

O objetivo da campanha é, por conseguinte, sensibilizar para a resistência antimicrobiana e promover as melhores práticas, com base no conceito "Uma só saúde", entre todas as partes interessadas (público em geral, médicos, veterinários, criadores e agricultores, decisores, etc.), a fim de reduzir o aparecimento e a propagação de infeções resistentes.

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Mês de Sensibilização para a Síndrome do Cólon Irritável (SCI) 2024

Mais de 10.000 ferramentas de diagnóstico da SCI espalhadas por todo o mundo para melhor diagnosticar a SCI e ajudar os médicos a comunicar com os seus doentes.

Irritable bowel syndrome (IBS) - disease page

10 000 ferramentas de diagnóstico da SII distribuídas por todo o mundo em congressos e simpósios

15 000 ferramentas de diagnóstico da SII reimpressas

300 ferramentas de diagnóstico da SII transferidas do site do Instituto

Um ano após o seu lançamento por três gastroenterologistas internacionais, a ferramenta de diagnóstico da SCI mantém a sua dinâmica. Para assinalar o Mês de Sensibilização para a SCI, o Biocodex Microbiota Institute vai mais longe, proporcionando aos profissionais de saúde e ao público em geral uma viagem dedicada a compreender melhor a SCI e a sua ligação com a microbiota. 

Desde 1997, abril é o mês da sensibilização para a síndrome do cólon irritável (SCI). A SCI é uma doença complexa cuja génese é provavelmente multifatorial e não é totalmente compreendida. Mas existem várias linhas de evidência que associam a microbiota à SCI. É por isso que, durante este mês, o Biocodex Microbiota Institute se junta a doentes, profissionais de saúde e familiares para aumentar a consciencialização sobre a SCI e a sua ligação com a microbiota intestinal. Testemunhos de pacientes, entrevistas de especialistas, infografias, cursos de formação de certificação, artigos, etc. Eis algumas ferramentas para aumentar a visibilidade da SCI e da microbiota. 

 

Ferramenta de diagnóstico da SCI: um recurso clínico útil 

Lançada em 2023 por três gastroenterologistas de renome internacional (Professor Jean-Marc Sabaté, Professor Jan Tack e Dr. Pedro Costa Moreira), com o apoio do Biocodex Microbiota Institute, a Ferramenta de diagnóstico da SCI fornece aos médicos um manual de avaliação fácil de utilizar para o diagnóstico diferencial (critérios de diagnóstico, subtipos de SCI, uma lista de verificação de sinais de alerta, etc.) e a melhoria da comunicação com os pacientes.

Milhares de gastroenterologistas, mas também médicos de família, farmacêuticos e dietistas já adotaram esta ferramenta inovadora. Disponível em três formatos, esta ferramenta recebeu o aval da Organização Mundial de Gastroenterologia (WGO).

Pode ser transferida aquí. 

“Esta ferramenta insere o médico de uma forma muito prática no processo de diagnóstico quando confrontado com o seu doente."

Pr. Jan Tack, um dos cocriadores

Infografias, pastas temáticas e cursos de formação sobre a SCI: oportunidades de formação por medida!

Muitos doentes com SCI sofrem durante anos antes de falarem dos seus sintomas com o respetivo médico. No entanto, devido à sua posição de relevo na assistência diária aos doentes, os médicos desempenham um papel crucial no diagnóstico rápido e no tratamento eficaz dos doentes com SCI. Encontram-se igualmente bem posicionados para estabelecerem relações abertas e de confiança com os seus pacientes. É por isso que o Biocodex Microbiota Institute fornece aos profissionais de saúde ferramentas e conteúdos personalizados para melhorarem a sua prática quotidiana e tornarem-se rapidamente especialistas em SCI. Curso de formação de certificação em SCI, infografias para partilhar com os doentes, vídeos de especialistas, artigos temáticos, bem como as últimas notícias científicas... Um conjunto de conteúdos inovadores, atualizados e fáceis de utilizar para se tornar um especialista em SCI.

Compreender melhor a ligação complexa entre a microbiota e a SCI 

Quais são os sintomas da SCI? Porque é que tenho SCI? Está relacionada com a microbiota? Existe um eixo microbiota-intestino-cérebro? Para aumentar a consciencialização sobre a SCI e responder a todas as perguntas que o público em geral possa fazer, o Biocodex Microbiota Institute dá a palavra a um especialista na matéria, o Prof. Premysl Bercik, clínico e investigador da Universidade McMaster, do Canadá. 

Pr. Premysl Bercik

"Durante a última década, tem-se dado cada vez mais atenção à microbiota intestinal como fator chave na SCI."

Pr. Premysl Bercik

Viver com a SCI: depoimentos de pacientes

Mihai, Jennifer e Aline são doentes com SCI. Numa série de testemunhos em vídeo, falam abertamente sobre a forma como a doença mudou as suas vidas e dão conselhos sobre como viver com a SCI. Os primeiros episódios de “Patient stories” foram produzidos com o apoio da Associação Francesa de Pacientes com Síndrome do Cólon Irritável (APSSII).

Com esta campanha de sensibilização integral, o Biocodex Microbiota Institute visa incentivar ativamente todas as partes interessadas (doentes e profissionais de saúde, bem como familiares, prestadores de cuidados, autoridades de saúde, público em geral, etc.) a compreender melhor a doença em si e os últimos avanços da investigação que apontam para o papel desempenhado pela microbiota intestinal. 

Embora ainda haja algum caminho a percorrer em termos de análise dos sintomas e de tratamento da SCI, não há dúvida de que o desenvolvimento de novas ferramentas de diagnóstico irá em breve mudar esta realidade.

"Estou nesta área há muito tempo e tenho visto que a perspetiva sobre a SII evoluiu muito. Há trinta anos, havia um preconceito de que talvez fosse tudo psicossomático. Estamos agora plenamente conscientes de que se trata de uma doença de grande impacto e que temos de a tratar adequadamente."

Pr. Jan Tack

O Biocodex Microbiota Institute

O Biocodex Microbiota Institute é um centro de conhecimento internacional cujo objetivo é promover uma melhor saúde através da comunicação sobre a microbiota humana. Para o efeito, dirige-se aos profissionais de saúde e ao público em geral para sensibilizar para o papel central desempenhado por este importante órgão.

Contato do Biocodex Microbiota Institute para a comunicação social

Olivier VALCKE

Relações Públicas e Diretor de Publicações
+33 1 41 24 30 00
o.valcke@biocodex.com

 

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Mês de Sensibilização para a Síndrome do Cólon Irritável (SCI) 2024

Mais de 10.000 ferramentas de diagnóstico da SCI espalhadas por todo o mundo para melhor diagnosticar a SCI e ajudar os médicos a comunicar com os seus doentes.

Homepage HCPs - World IBS Awareness Month

10 000 ferramentas de diagnóstico da SII distribuídas por todo o mundo em congressos e simpósios

15 000 ferramentas de diagnóstico da SII reimpressas

300 ferramentas de diagnóstico da SII transferidas do site do Instituto

Um ano após o seu lançamento por três gastroenterologistas internacionais, a ferramenta de diagnóstico da SCI mantém a sua dinâmica. Para assinalar o Mês de Sensibilização para a SCI, o Biocodex Microbiota Institute vai mais longe, proporcionando aos profissionais de saúde e ao público em geral uma viagem dedicada a compreender melhor a SCI e a sua ligação com a microbiota. 

Desde 1997, abril é o mês da sensibilização para a síndrome do cólon irritável (SCI). A SCI é uma doença complexa cuja génese é provavelmente multifatorial e não é totalmente compreendida. Mas existem várias linhas de evidência que associam a microbiota à SCI. É por isso que, durante este mês, o Biocodex Microbiota Institute se junta a doentes, profissionais de saúde e familiares para aumentar a consciencialização sobre a SCI e a sua ligação com a microbiota intestinal. Testemunhos de pacientes, entrevistas de especialistas, infografias, cursos de formação de certificação, artigos, etc. Eis algumas ferramentas para aumentar a visibilidade da SCI e da microbiota. 

Ferramenta de diagnóstico da SCI: um recurso clínico útil 

Lançada em 2023 por três gastroenterologistas de renome internacional (Professor Jean-Marc Sabaté, Professor Jan Tack e Dr. Pedro Costa Moreira), com o apoio do Biocodex Microbiota Institute, a Ferramenta de diagnóstico da SCI fornece aos médicos um manual de avaliação fácil de utilizar para o diagnóstico diferencial (critérios de diagnóstico, subtipos de SCI, uma lista de verificação de sinais de alerta, etc.) e a melhoria da comunicação com os pacientes.

Milhares de gastroenterologistas, mas também médicos de família, farmacêuticos e dietistas já adotaram esta ferramenta inovadora. Disponível em três formatos, esta ferramenta recebeu o aval da Organização Mundial de Gastroenterologia (WGO).

Pode ser transferida aquí. 

“Esta ferramenta insere o médico de uma forma muito prática no processo de diagnóstico quando confrontado com o seu doente."

Pr. Jan Tack, um dos cocriadores

Infografias, pastas temáticas e cursos de formação sobre a SCI: oportunidades de formação por medida!

Muitos doentes com SCI sofrem durante anos antes de falarem dos seus sintomas com o respetivo médico. No entanto, devido à sua posição de relevo na assistência diária aos doentes, os médicos desempenham um papel crucial no diagnóstico rápido e no tratamento eficaz dos doentes com SCI. Encontram-se igualmente bem posicionados para estabelecerem relações abertas e de confiança com os seus pacientes. É por isso que o Biocodex Microbiota Institute fornece aos profissionais de saúde ferramentas e conteúdos personalizados para melhorarem a sua prática quotidiana e tornarem-se rapidamente especialistas em SCI. Curso de formação de certificação em SCI, infografias para partilhar com os doentes, vídeos de especialistas, artigos temáticos, bem como as últimas notícias científicas... Um conjunto de conteúdos inovadores, atualizados e fáceis de utilizar para se tornar um especialista em SCI.

Compreender melhor a ligação complexa entre a microbiota e a SCI 

Quais são os sintomas da SCI? Porque é que tenho SCI? Está relacionada com a microbiota? Existe um eixo microbiota-intestino-cérebro? Para aumentar a consciencialização sobre a SCI e responder a todas as perguntas que o público em geral possa fazer, o Biocodex Microbiota Institute dá a palavra a um especialista na matéria, o Prof. Premysl Bercik, clínico e investigador da Universidade McMaster, do Canadá. 

Pr. Premysl Bercik

"Durante a última década, tem-se dado cada vez mais atenção à microbiota intestinal como fator chave na SCI."

Pr. Premysl Bercik

Viver com a SCI: depoimentos de pacientes

Mihai, Jennifer e Aline são doentes com SCI. Numa série de testemunhos em vídeo, falam abertamente sobre a forma como a doença mudou as suas vidas e dão conselhos sobre como viver com a SCI. Os primeiros episódios de “Patient stories” foram produzidos com o apoio da Associação Francesa de Pacientes com Síndrome do Cólon Irritável (APSSII).

Com esta campanha de sensibilização integral, o Biocodex Microbiota Institute visa incentivar ativamente todas as partes interessadas (doentes e profissionais de saúde, bem como familiares, prestadores de cuidados, autoridades de saúde, público em geral, etc.) a compreender melhor a doença em si e os últimos avanços da investigação que apontam para o papel desempenhado pela microbiota intestinal. 

Embora ainda haja algum caminho a percorrer em termos de análise dos sintomas e de tratamento da SCI, não há dúvida de que o desenvolvimento de novas ferramentas de diagnóstico irá em breve mudar esta realidade.

"Estou nesta área há muito tempo e tenho visto que a perspetiva sobre a SII evoluiu muito. Há trinta anos, havia um preconceito de que talvez fosse tudo psicossomático. Estamos agora plenamente conscientes de que se trata de uma doença de grande impacto e que temos de a tratar adequadamente."

Pr. Jan Tack

O Biocodex Microbiota Institute

O Biocodex Microbiota Institute é um centro de conhecimento internacional cujo objetivo é promover uma melhor saúde através da comunicação sobre a microbiota humana. Para o efeito, dirige-se aos profissionais de saúde e ao público em geral para sensibilizar para o papel central desempenhado por este importante órgão.

Contato do Biocodex Microbiota Institute para a comunicação social

Olivier VALCKE

Relações Públicas e Diretor de Publicações
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Infertilidade masculina: poderá a microbiota do esperma estar envolvida?

Nos homens com parâmetros anormais do esperma, a microbiota do esperma está alterada. Isto sugere que determinados microrganismos podem influenciar a qualidade do esperma e, por conseguinte, a fertilidade masculina.

A infertilidade masculina pode ser algo comum. Contudo, ainda é pouco compreendida em quase 1 em cada 3 casos. Poderá a microbiota do esperma estar envolvida? Até agora, tem sido difícil de descobrir o motivo pelo qual existem poucos estudos dedicados a esta microbiota. Ainda por cima, muitos poucos estudos abordaram o tema do ponto de vista da fertilidade. Daí o interesse suscitado pelo trabalho de uma equipa americana, que segundo a mesma, um pequeno grupo de microrganismos pode contribuir para a redução da fertilidade nos homens. 1

Números-chave sobre infertilidade

1 em cada 6 pessoas sofre de infertilidade num momento da sua vida. 2

50 a 60 %: queda significativa no número de espermatozoides entre 1973 e 2011 entre os homens da América do Norte, Europa, Austrália e Nova Zelândia. 3

30-50 % dos casos de infertilidade explicados estão ligados aos homens. 4

Fertilidade, esperma e microbiota

Foram consultados 73 homens que realizaram uma avaliação da sua fertilidade ou que solicitaram uma vasectomia após um ou mais filhos serem divididos em grupos com base nos resultados da análise da qualidade do esperma. A primeira conclusão do estudo é que as anomalias do esperma (concentração de esperma, motilidade dos espermatozoides) não refletem necessariamente a fertilidade ou a subfertilidade. Por conseguinte, o grupo com um espermograma normal inclui 40% dos homens que foram consultados por hipofertilidade. A segunda conclusão é que contrariamente aos resultados de outros estudos (populações diferentes? metodologia?), os investigadores não observaram qualquer alteração significativa da diversidade (sidenote: Diversidade alfa Número de espécies coexistentes num determinado meio ) ou (sidenote: Diversidade beta Taxa de variação na composição em espécies, calculada comparando o número de táxons únicos em cada ecossistema ) da microbiota entre espermatozoides normais e anormais. Sendo assim, segundo os autores, pode não ser uma disbiose global que contribui para a subfertilidade, mas uma alteração mais subtil em determinadas espécies.

Bactérias associadas a anomalias no esperma

No geral, Enterococcus faecalis, Staphylococcus epidermidis, Corynebacterium tuberculostearicum e Lactobacillus iners são as bactérias mais abundantes no esperma. Contudo, existem diferenças subtis consoante a anomalia. Isto significa que os espermatozoides com fraca motilidade são mais ricos em Lactobacillus iners (9,4 % vs. 2,6 %). Da mesma forma, o esperma com uma baixa contagem de espermatozoides é mais rico em Pseudomonas stutzeri (2,1% vs. 1,0%) e P. fluorescens (0,9% vs. 0,7%), mas tem uma menor abundância de P. putida (0,5% vs. 0,8%).

Apesar deste estudo observacional apenas fornecer correlações, e de modo algum relações causais, os resultados sugerem que algumas bactérias podem desempenhar um papel na perturbação dos parâmetros do esperma. Sobretudo porque a L. iners (pró-inflamatória) é também responsável pela queda de fertilidade nas mulheres que foram submetidas à procriação medicamente assistida (PMA). Por conseguinte, este estudo é o primeiro do género a demonstrar uma relação entre a presença de L. iners e a infertilidade masculina.

Longe de fornecer uma conclusão definitiva, os resultados deste estudo observacional num único centro devem ser utilizados para informar estudos futuros (mecanicistas, longitudinais e multicêntricos). Isto pode levar não só a uma melhor compreensão da microbiota do esperma, mas também a potenciais opções terapêuticas para melhorar a fertilidade masculina.

Recomendado pela nossa comunidade

"Interessante!"  -@Amasvingwe (Da Biocodex Microbiota Institute em X)

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Infertilidade masculina: poderão as bactérias do esperma estar envolvidas?

E se algumas das bactérias presentes no esperma dos homens estiverem envolvidas na infertilidade? É o que sugerem os resultados de um estudo publicado no início de 2024, que analisou esta microbiota. 1

A microbiota urinária A microbiota vaginal Vaginose bacteriana - um desequilíbrio na microbiota vaginal

Quando um casal tem dificuldades em conceber uma criança, a fertilidade de ambos é avaliada. Nos homens, é normalmente prescrita uma análise do esperma, designada por (sidenote: Espermograma Um exame que avalia a qualidade de uma amostra de esperma, incluindo o volume (volume normal médio = 1,4 ml), pH (que deve ser igual ou superior a 7,2), a concentração de espermatozoides (normalmente superior ou igual a 16 milhões por ml), a motilidade espermática (pelo menos 30% dos espermatozoides devem ser capazes de avançar em frente, em vez de girarem ou não se moverem) e vitalidade (> 54%). São também considerados outros fatores, tais como a morfologia dos espermatozoides, o aspeto geral da amostra e a viscosidade. Para um determinado paciente, uma análise de esperma nunca pode confirmar ou negar a fertilidade. O potencial de fertilidade depende também de uma série de outros parâmetros e do potencial de fertilidade do seu parceiro.  Source: WHO ) Apesar deste exame, quase 1 em cada 3 casos de  (sidenote: Infertilidade masculina Uma doença causada mais frequentemente por problemas de ejeção do esperma, a ausência ou a baixa quantidade de espermatozoides, ou uma forma (morfologia) ou um movimento (mobilidade) anormais dos espermatozoides. 
  Fonte: OMS
)
  (sidenote: Infertilidade Uma doença do sistema reprodutor masculino ou feminino definida como a incapacidade de engravidar após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares sem proteção. 
  Fonte: OMS
)
continua por explicar. Contudo, está agora a ser explorada uma nova via: a microbiota do esperma.

Números-chave sobre infertilidade

1 em cada 6 pessoas sofre de infertilidade num momento da sua vida. 2

50 a 60 %: queda significativa no número de espermatozoides entre 1973 e 2011 entre os homens da América do Norte, Europa, Austrália e Nova Zelândia. 3

30-50 % dos casos de infertilidade explicados estão ligados aos homens. 4

L. iners, uma bactéria antifertilidade?

Tal como é sabido, o esperma está longe de ser estéril. É o local onde reside uma comunidade de microrganismos, liderada por bactérias denominadas de Enterococcus faecalis, Staphylococcus epidermidis, Corynebacterium tuberculostearicum e Lactobacillus iners. No entanto, existem diferenças subtis associadas à qualidade do esperma. Por exemplo, nos homens cujos espermatozoides têm dificuldade em avançar (e, por conseguinte, têm dificuldade em alcançar o óvulo), a bactéria Lactobacillus iners é muito mais frequente: representa 9,4% das bactérias presentes no esperma, contra 2,6% nos homens cujos espermatozoides têm uma motilidade normal.

Num estudo anterior, a presença elevada desta bactéria na vagina das mulheres foi associada a um menor sucesso da procriação medicamente assistida (PMA). O seu efeito deletério pode ser explicado pela sua capacidade de potenciar a inflamação, o que geralmente não é um bom ninho para a fertilidade!

Tudo o que Você sempre quis saber sobre a microbiota sexual masculina

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As Pseudomonas também estão envolvida

As outras 3 bactérias identificadas pelos investigadores pertencem ao género Pseudomonas, até então desconhecido da polícia de fertilidade: o esperma com uma baixa concentração de espermatozoides é, de facto, mais rico em Pseudomonas stutzeri e P. fluorescens, e menos rico em P. putida. Por conseguinte, os investigadores suspeitam que as duas primeiras bactérias deste tipo podem estar associadas a uma baixa fertilidade, enquanto que a última pode ter um efeito benéfico.

Mais uma vez, isto são apenas correlações e não relações de causa e efeito. No entanto, estes resultados sugerem que estas poucas bactérias podem desempenhar um papel na qualidade do esperma e, por conseguinte, na fertilidade masculina. A continuar em estudos futuros...

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Autismo: uma assinatura microbiana robusta revelada através da IA

Utilizando técnicas de inteligência artificial (IA) e de aprendizagem automática (machine learning), os investigadores conseguiram identificar 26 famílias bacterianas na microbiota intestinal que lhes permitem estabelecer uma distinção entre as crianças que sofrem de perturbações do espetro do autismo (PEA) e as que não sofrem.

Poderá a inteligência artificial revolucionar a compreensão, o diagnóstico e o tratamento das perturbações do espetro do autismo (PEA)?

Esta é uma das interrogações que investigadores neerlandeses têm estado a averiguar e cujos resultados acabam de ser publicados na revista Scientific Reports. 1 

Utilizando a aprendizagem automática (“machine learning”), estes cientistas conseguiram identificar 26 famílias bacterianas características da microbiota intestinal das crianças que sofrem de autismo. Com esta descoberta, abrem-se as portas a novas técnicas de diagnóstico e estabelecem-se potenciais alvos de intervenção terapêutica.

Ultrapassar enviesamentos relacionados com a dieta ou o estilo de vida

Para atingir este resultado, Lucia Peralta-Marzal e a sua equipa utilizaram dados sobre a composição da microbiota intestinal de 60 crianças americanas com idades compreendidas entre os 2 e os 7 anos que sofriam de autismo e de 57 dos seus irmãos e irmãs não afetados pela doença (grupo de controlo). 

Ao escolherem crianças provenientes da mesma fratria, os cientistas procuraram reduzir os enviesamentos – frequentes nas análises estatísticas tradicionais – associados à alimentação, ao local de residência e ao estilo de vida. Objetivo estabelecido: identificar a assinatura microbiana intestinal especificamente ligada à presença de PEA.

Como é a microbiota das crianças autistas?

A análise da microbiota intestinal das crianças com PEA nas três coortes utilizadas pela equipa de Lucia Peralta-Marzal mostra que lá se encontra:

  • Menos bifidobactérias: em estudos anteriores, este grupo bacteriano foi correlacionado com alterações no metabolismo do triptofano, um composto associado à gravidade da PEA;
  • Níveis anormais de Clostridia: sabe-se que estas bactérias estão associadas a uma maior suscetibilidade a perturbações do desenvolvimento neurológico e a determinados parâmetros comportamentais nas PEA;
  • Diminuição dos Butyricicoccus: trabalhos em modelos animais de PEA demonstraram que estas bactérias recuperam após o transplante de microbiota fecal (TMF).

Os investigadores analisaram os dados brutos de sequenciação do gene 16S rRNA extraídos da microbiota intestinal das crianças da coorte, utilizando um algoritmo denominado REFS (recursive ensemble feature selection) baseado na aprendizagem automática.

Este subdomínio da IA, baseado em algoritmos que permitem descobrir padrões repetidos, (patterns), em conjuntos de dados, permitiu-lhes identificar 26 variantes de sequência de amplicões (ASV ou amplicon sequence variants). Estes ASV correspondem a 26 taxa bacterianos capazes de diferenciar as crianças que sofrem de autismo das do grupo de controlo.

5 things you need to know about ASD

  • In the United States, 1 in 36 children suffers from ASD, with a ratio of 4 boys to every girl. 2
  • While the underlying causes of these disorders remain unclear, genetic and environmental factors (prenatal exposure to air pollutants and pesticides, maternal obesity and
  • immune disorders, premature birth, etc.) appear to play a major role. 3
  • There are clear differences in microbial composition in the gut of people with ASD compared with control populations, and the microbiota may contribute to symptoms. 4
  • People affected by this disease generally suffer from gastrointestinal disorders (diarrhea, constipation, abdominal pain, etc.), which are correlated with the severity of ASD. 5
  • In a Phase 1 clinical trial, fecal microbiota transplantation (FMT) significantly improved behavioral scores and gastrointestinal symptoms. 6

Uma ferramenta preditiva precisa, robusta... e validada

Recorrendo a estas 26 famílias para analisar o mesmo tipo de dados, mas desta vez provenientes de duas coortes chinesas (223 crianças, das quais 125 com PEA), Lucia Peralta-Marzal e os seus colegas conseguiram validar a capacidade desta assinatura para distinguir as crianças com autismo e demonstrar a sua fiabilidade e reprodutibilidade. 

Os seus cálculos mostram que a área média sob a curva (AUC) é de 81,6% na coorte americana e de 74,8% e 74%, respetivamente, nas coortes chinesas, provando-se assim que fatores de confusão como o estilo de vida não alteram esta assinatura.

Serão necessários mais estudos para se compreender o papel das 26 famílias na fisiopatologia da PEA. No entanto, esta assinatura poderá já ser utilizada para fins de diagnóstico e para fornecer novas informações sobre os mecanismos moleculares que intervêm no eixo microbiota-intestino-cérebro. 

Em todo o caso, isto confirma que a microbiota intestinal está fortemente associada à PEA e não deve ser negligenciada como um potencial alvo de intervenção terapêutica.

Tudo o que precisa de saber sobre o eixo microbiota-intestino-cérebro

Saiba mais
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Noticias Pediatria Psiquiatria Gastroenterologia

Mecanismo de ação da bactéria S.aureus no prurido

Perceber porque é que há comichão na pele para aliviar os doentes que sofrem de prurido: é este, essencialmente, o objetivo deste trabalho, que decifra a forma como o S. aureus induz um desejo irreprimível de nos coçarmos.

A comichão, embora aparentemente inofensiva, pode tornar-se rapidamente difícil de suportar quando dura o tempo suficiente para perturbar a vida quotidiana ou até mesmo o sono, e gerar lesões por nos coçarmos. O prurido, associado à disbiose da microbiota cutânea, é também, e sobretudo, um fator importante no declínio da qualidade de vida dos doentes que padecem de doenças da pele (dermatite atópica, psoríase, etc.). Mas como explicar esse prurido? Os resultados de um estudo publicado em 2024 mostram que os neurónios sensoriais dedicados, ou  (sidenote: Pruriceptores Os pruriceptores são os neurónios sensoriais responsáveis pela comichão e pela vontade de nos coçarmos. Os terminais nervosos dos pruriceptores encontram-se principalmente na epiderme, ao contrário dos nociceptores, que inervam tanto a pele como os tecidos mais profundos. 
  Fonte: https://www.has-sante.fr/jcms/c_2579446/fr/zontivity-vorapaxar-antiagregant-plaquettaire
)
, estarão sob o controlo do Staphylococcus aureus, um agente patogénico oportunista que desencadeará a comichão.

Da bactéria S. aureus ao coçar

Para decifrar os mecanismos envolvidos, os investigadores realizaram um grande número de experiências in vivo (ratinhos) e in vitro (amostras de pele e neurónios, inclusivamente humanos). Tudo começa com a bactéria S. aureus, capaz de produzir proteínas que constituem outros tantos fatores facilitadores da colonização e invasão dos tecidos do hospedeiro: diversas toxinas (α-hemolisina e modulinas solúveis em fenol (PSMs)) e uma dezena de protéases. Uma dessas enzimas bacterianas, a protease V8, é tudo o que é necessário e suficiente para desencadear a comichão. Como? Ao induzir, nos ratos e humanos, a estimulação dos pruriceptores através da ativação do recetor subcutâneo "PAR1" destes neurónios. A bactéria poderá assim tirar partido do prurido provocado: o coçar favorecerá a sua disseminação para outras zonas do corpo ou mesmo para outros hospedeiros, e as lesões cutâneas induzidas poderão facilitar a invasão do agente patogénico mais profundamente na camada de pele lesionada. 

90 % das lesões cutâneas causadas pela dermatite atópica são colonizadas por S. aureus, que é o suspeito de desencadear a inflamação.

Outros mecanismos igualmente em estudo

Quanto às toxinas segregadas pelo S. aureus, a experiência mostra que a α-hemolisina e as modulinas solúveis em fenol também são capazes de ativar os neurónios sensoriais e desencadear o prurido. No entanto, S. aureus incapazes de produzir estas toxinas mesmo assim desencadearam prurido em ratinhos, sugerindo que os níveis de toxinas bacterianas não bastam para explicar e desencadear a comichão.

Naturalmente, existem muitas outras bactérias que segregam protéases, e cujo papel necessita de ser estudado: o Staphylococcus epidermidis produz a protease EcpA, que provoca lesões cutâneas em doentes com dermatite atópica; o Streptococcus pyogenes produz a protease SpeB, que está envolvida em infeções cutâneas; etc. E quanto a fungos, vírus e parasitas, em que a possível contribuição das protéases para o prurido permanece desconhecida?

Aliviar os pacientes

Entretanto, estes primeiros resultados poderão um dia ajudar a aliviar os doentes que sofrem de comichão repetida na pele, por exemplo, nos casos de dermatite atópica. Visando-se, por exemplo, a protease V8. Outra opção promissora é o recetor PAR1, cuja inibição (pelo (sidenote: Vorapaxar O Vorapaxar é um antagonista de PAR1. Este medicamento inibe a ação da trombina no recetor PAR-1, impedindo a agregação das plaquetas sanguíneas por esta via. Nos Estados Unidos, foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) como fármaco destinado a reduzir o risco de eventos cardiovasculares trombóticos. Em França, o benefício clínico prestado como agente antiplaquetário foi considerado insuficiente.
Source: https://www.has-sante.fr/jcms/c_2579446/fr/zontivity-vorapaxar-antiagregant-plaquettaire
)
, por exemplo) é suficiente para reduzir (embora não para eliminar totalmente) o prurido, tornando-o num alvo privilegiado para o desenvolvimento de uma nova geração de cremes tópicos. 

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Comichão: como a bactéria S. aureus nos quer escoriar

De que serve o facto de se ter finalmente compreendido os mecanismos pelos quais uma simples bactéria na pele pode ativar a sensação de prurido? Para conseguirmos bloquear uma das etapas para que no futuro seja possível apresentar um creme simples que acalme, por fim essa vontade irreprimível de nos coçarmos.

A microbiota da pele Doenças de pele Eczema alérgico

“Isso faz-lhe cócegas ou faz-lhe comichão?” A pergunta feita pelo Dr. Knock numa peça de teatro famosa do escritor francês Jules Romains pode muito bem ter inspirado os autores de um estudo recente. Qual o trabalho deles? Decifrar os mecanismos subjacentes que desencadeiam a  (sidenote: Comichão A comichão, também designada prurido, é uma sensação desagradável que induz a vontade de nos coçarmos. A comichão tem origem nos terminais nervosos que se encontram sob a pele, em recetores específicos chamados pruriceptores. Depois, segue as vias nervosas até ao cérebro, onde ativa as áreas sensoriais (sensação de comichão), emocionais (vontade de coçar) e motoras (coçar efetivamente) do cérebro.  
Fonte: Ameli
)
 e a consequente vontade irreprimível de nos coçarmos. Para tal, foram realizadas múltiplas experiências em ratos e em amostras de nervos e pele humanos.

A microbiota da pele

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Da bactéria ao coçar…

No fulcro das investigações: a bactéria Staphylococcus aureus, amplamente presente na nossa pele. A presença dela sai-nos do couro: ela alimenta-se das lesões cutâneas das pessoas com tendência para a dermatite atópica e também está envolvida no impetigo, uma doença contagiosa da pele muito temida nas creches e jardins-de-infância. Esse cadastro alarga-se, portanto, devido à sua participação direta no prurido – nome erudito da comichão.

E o seu mecanismo de ação encontra-se já revelado: o S. aureus produz uma proteína chamada V8 que se liga ao recetor cutâneo responsável pela comichão. Ao ativar este recetor, a V8 desencadeia o alerta, que segue por via nervosa até ao cérebro. A resposta à comichão é imediata: coçar, muitas vezes de forma frenética e até ao ponto de danificar a pele.

40 % dos inquiridos afirmam ter ouvido o termo "microbiota da pele", mas apenas 15% são capazes de o definir com precisão.

... e depois, à invasão ou à disseminação

E não era disso que a bactéria estava à espera? Não querendo atribuir ao microrganismo intenções maquiavélicas, é forçoso constatar que tudo isto lhe convém imenso: o coçar é a oportunidade perfeita para ele atingir novos tecidos, como a mão ou a pata que são usadas para aliviar a comichão, ou mesmo novos indivíduos, se estes estiverem ao alcance das partículas de pele arrancadas ao coçar. Melhor ainda, a lesão cutânea causada pelo coçar constitui uma oportunidade para as bactérias penetrarem um pouco mais profundamente no tecido cutâneo. Em suma, quer em termos de disseminação, quer em termos de invasão, o S. aureus tem tudo a ganhar em fazer-nos coçar. 

Doenças de pele

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Aliviar as comichões na pele

Mas esta investigação abre também o caminho a possíveis soluções terapêuticas para combater a comichão... e preservar a nossa pele. Um simples creme contendo uma molécula capaz de bloquear o famoso recetor nervoso, deve conseguir reduzir a comichão. Outra opção promissora é visar a protease V8. São outras tantas possibilidades de se livrar da comichão.

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